JUDAISMO HUMANISTA2024-03-29T00:49:06ZJayme Fucs Barhttp://judaismohumanista.ning.com/profile/JaymeFucsBarhttp://storage.ning.com/topology/rest/1.0/file/get/1968407802?profile=RESIZE_48X48&width=48&height=48&crop=1%3A1http://judaismohumanista.ning.com/forum/topic/listForContributor?groupUrl=formacao-das-comunidades-do-jh-no-brasil&user=157rmf31g9i9n&feed=yes&xn_auth=noAmós, o profeta da justiça social - Jayme Fucs Bartag:judaismohumanista.ning.com,2022-01-30:3531236:Topic:1929952022-01-30T22:44:22.117ZJayme Fucs Barhttp://judaismohumanista.ning.com/profile/JaymeFucsBar
<p>O profeta Amós viveu nos reinos de Judá e de Israel há 2750 anos atrás. Originário de Tecoa, um pequeno vilarejo a cerca de 25 quilômetros de Jerusalém, em Judá, Amós pregou ativamente no Reino de Israel, no Norte, onde reinava o rei Jeroboão II. <br></br> Amós era um simples pastor de ovelha que cuidava também das árvores de shikma , um tipo de figueira muito comum nessa região. Diferentemente de muitos profetas, Amós era humilde e nunca recebeu qualquer educação junto com outros profetas.…</p>
<p>O profeta Amós viveu nos reinos de Judá e de Israel há 2750 anos atrás. Originário de Tecoa, um pequeno vilarejo a cerca de 25 quilômetros de Jerusalém, em Judá, Amós pregou ativamente no Reino de Israel, no Norte, onde reinava o rei Jeroboão II. <br/> Amós era um simples pastor de ovelha que cuidava também das árvores de shikma , um tipo de figueira muito comum nessa região. Diferentemente de muitos profetas, Amós era humilde e nunca recebeu qualquer educação junto com outros profetas. Porém, nesse período de grande corrupção, muitas injustiças e profunda desigualdade social, Amós parece ter sido escolhido por Deus para advertir ao Reino de Israel sobre o perigo de sua total destruição futura . <br/>
Tudo aconteceu de forma inesperada, em um dia qualquer em que Amós estava junto das suas ovelhas, quando ele de repente teve a primeira visão profética: uma praga de gafanhotos invadia os campos de Israel e destruía tudo, deixando os campos agrícolas totalmente arrasados. Amós entendeu a mensagem: a fome e a miséria iriam devastar as terras de Israel. Então, desesperadamente, o profeta gritou pedindo perdão ao Todo Poderoso. Aos brandos clamou: “Senhor Deus do Universo, perdoe!". E Deus perdoou! <br/>
Mas, depois de alguns dias, Amós teve uma outra visão: uma chuva de fogo caiu sobre a terra de Israel, queimando tudo e matando tudo o que era vivo. Mais uma vez, Amós pede perdão ao Todo Poderoso. E Deus perdoou!<br/>
Depois desses dois episódios, Amós ficou perturbado, perguntando para si e para o Deus o significado dessas terríveis visões. E, enfim, ele teve a resposta!<br/>
Numa noite, quando olhava para o céu, viu as luzes das estrelas se transformarem numa terceira visão, diferente das anteriores, dessa vez Deus não mostrou a Amós uma catástrofe. Na visão, Deus examinava um muro muito torto e inclinado usando um prumo, uma ferramenta utilizada para medir se uma construção foi feita de forma correta. <br/>
E a voz de Deus apareceu e perguntou: "O que você vê, Amós?" <br/>
Ele respondeu: "Um prumo”. <br/>
Deus disse: “Com esse prumo, medirei o comportamento do povo de Israel. Se não for reto, eu não perdoarei mais uma vez”. <br/>
E Amós, o nosso profeta, entendeu que dessa vez não adiantava pedir perdão novamente! Amós compreendeu a mensagem do Todo-poderoso: o muro inclinado (isto é, o Reino de Israel) estava torto e se, não soubessem consertar os seus atos, o muro (o Reino de Israel) seria destruído!<br/>
O que poderá fazer o nosso Profeta Amós para tentar reverter essa trágica situação de destruição total do Reino de Israel? <br/>
Amós toma sua decisão e sai em direção ao Reino de Israel, com a missão de evitar a destruição do reino. Seu único objetivo era tentar consertar o “muro torto”. <br/>
O profeta chegará nos vilarejos e nas cidades do Reino de Israel, onde vai observar por si só todas as coisas terríveis a que Deus tanto se referia. Com seus próprios olhos, Amós verá a grande decadência humana, a desigualdade social, a corrupção generalizada, a miséria e a pobreza, os camponeses à mercê dos seus credores, a classe dominante que aumentava sua riqueza e construía grandes palácios diante das casas miseráveis em que vivia a maioria da população. No Reino de Israel, a lei que impera era válida somente em favor dos ricos e os juízes, que deveriam zelar pela ordem e pelo correto, eram subornados facilmente, tudo isso sob o apoio do Rei de Israel.<br/>
Amós entendeu as palavras de Deus ao perceber tanta injustiça, tanta imoralidade e uma corrupção sem limites no interior de uma sociedade em franco processo de deterioração. Somente agora sentia a profundidade da mensagem de Deus, quando se referiu a “um muro torto” que tende a desabar sobre si mesmo e a causar sua própria destruição. <br/>
O nosso profeta não desiste de sua tarefa e, na sua inocência, tem a esperança de reverter a situação! Ao chegar em cada cidade e vilarejo, Amós procura alertar o povo do Reino de Israel do perigo iminente. O profeta se apresenta nas praças públicas e sobe nos lugares mais altos, onde todos possam vê-lo e ouvi-lo, pronunciando seus sermões, apontando perigos e denunciando os pecados de todo o povo, desde o mais rico até o mais miserável. <br/>
Suas palavras saem como fogo e se espalham entre as multidões. <br/>
Ele dizia: “Escutem vocês, que cometem tantos crimes! Por que vocês vendem os inocentes por dinheiro, e os pobres por um par de sandálias; vocês que oprimem e humilham os fracos; pervertem os mais humildes; vocês com sua imoralidade, filho e pai vão dormir com a mesma mulher; vocês que tomam o que não é seu; vocês que oram aos ídolos e depois vão ao templo para beber vinho comprado com dinheiro estrangeiro” (Amós, 2, 6-16).<br/>
As palavras do Profeta Amós entravam na carne das pessoas como uma faca pontuda cravada no coração! Suas palavras transformavam o silêncio da culpa em tensão e angústia, muitos se irritavam e tentavam rebatê-lo, procurando de alguma forma calar o profeta, mas nada podia impedir Amós de levar a sua mensagem ao povo do Reino de Israel antes que fosse tarde demais. <br/>
E na tentativa de ofendê-lo, uma das mulheres ricas da região de Basã o rebateu, tentando calar sua boca, mas Amós reagiu e gritou:<br/>
“Ouça isto, mulheres com suas vacas de Basã, que oprimem os pobres, maltratam os necessitados. Deus jura: há dias em que vocês serão levadas juntas com seus filhos com ganchos. Eles terão que se alinhar nos escombros e serão jogados nas fezes. O Senhor o assegura.” (Amós 4,1-3). <br/>
Basã era uma região fértil localizada no Nordeste da Galileia, famosa por suas vacas gordas, que só era conseguiam engordar graças à exploração dos camponeses.<br/>
Desesperadamente, Amós continuou a fazer as suas advertências sem descanso, denunciando a imoralidade, a injustiça e a corrupção nas cidades do reino de Israel! <br/>
Ele vai continuar a caminhar em cada cidade e vilarejo, denunciando a guarda local e seus métodos violentos (3, 9-10), os juízes corruptos (6,12), os advogados desonestos (5,7), as autoridades que aceitam suborno (5,12), os funcionários cúmplices da casa real (6.1), aos usurários (5.11), aos ricos com sua vida luxuosa e superficial (6.4-6), às falsas testemunhas (8.14), os poderosos que se aproveitaram dos fracos (8,4), os comerciantes inescrupulosos (8,5) e os vendedores imorais (8,6).<br/>
Ele não deixou de acusar nenhum dos graves erros que identificou em suas viagens. Logicamente, se tornou um homem amado pelo povo humilde, mas odiado pelos ricos corruptos! <br/>
Ainda assim, mesmo com todos os seus esforços, nada vai mudar na atitude dos privilegiados, principalmente no comportamento do próprio Rei Jeroboão II e de seus funcionários. Amós, o Profeta, vai ser chamado de baderneiro, rebelde e malfeitor! <br/>
Então, um dia, Amós teve uma nova visão. Desta vez, viu uma cesta com figos muito maduros e Deus lhe disse que o povo era como aquela cesta de figos, frutas maduras demais, à beira do apodrecimento, e que o castigo se aproximava e estava prestes a vir! (8,1-3).<br/>
Amós, triste, decide, então, voltar às suas terras e ficar ao lado de suas ovelhas. No caminho, passa pela cidade de Betel, onde ficava o santuário do Reino de Israel. Então, Amós ficou em frente ao santuário, na sua última tentativa, já quase perdendo a esperança, tentando fazer com que pudessem compreender e ouvir suas mensagens. Com um tom de voz alto, começou a dizer: "Deus odeia e detesta essas suas celebrações religiosas; tem nojo dessas reuniões cheias de maldade e corrupção. <br/>
Não suporta os sacrifícios que vocês oferecem em sua homenagem, nem aceita as suas ofertas; rejeita os seus bezerros gordos que vocês sacrificam. Parem de cantar em seu nome! Deus não quer ouvir o som de suas harpas. O que Deus quer é que simplesmente haja justiça social e que pratiquem a honestidade todos os dias”. (Amós 5, 21-24).<br/>
E assim o inevitável aconteceu. Amós foi falsamente denunciado por estar conspirando contra o Rei de Israel e teve que fugir do reino, pois sua vida agora estava em perigo, mas, antes de partir para suas terras, vai responder aos insultos e as ameaças que vai sofrer na sua eterna firmeza! <br/>
E assim ele declarou: <br/>
“Eu não sou um profeta, nem pretendo ser. Sou pastor de ovelhas; e Deus me tirou do meio dos animais para vir alertar. Agora ouça o que Deus lhe anuncia: suas esposas serão violentadas no meio da cidade; seus filhos e filhas serão esfaqueados; suas terras serão distribuídas a outros; vocês morrerão em terras estrangeiras, e serão levados como prisioneiros.” (7,10-17).<br/>
Depois dessa declaração, Amós voltou para o seu vilarejo em Tecoa, junto às suas ovelhas, e sentiu uma imensa dor, muita tristeza e um sentimento de culpa por não ter conseguido fazer o Reino de Israel entender o perigo de sua destruição que se aproximava! <br/>
E assim, num final da tarde, no verão de 722 antes da Era Comum, a profecia de Amós se concretiza. <br/>
Os assírios invadiram o reino de Israel, destruindo seus campos, suas casas e suas cidades, espalhando morte e sofrimento por todos os lados. <br/>
Os que sobreviveram foram deportados, presos aos ganchos como escravos e enviados para longe das terras de Israel.<br/>
Sua profecia foi cumprida! <br/>
Mas vejam vocês uma curiosidade! <br/>
Na última profecia feita por Amós, antes de morrer, ele descreve que, apesar de todas as muitas tragédias que o povo de Israel sofrerá em toda a história, chegará o momento em que ele retornará para a Terra de Israel.<br/>
Depois de mais de 2700 anos, a profecia de Amós se tornou realidade! <br/>
O povo judeu voltou para a Terra de Israel. <br/>
E assim Amós escreveu na sua última profecia: <br/>
"Veja, os dias certamente chegarão, diz D’us. Eu retornarei os cativos de meu povo Israel. E eles construirão as cidades destruídas e nelas habitarão. E eles plantarão vinhas, e dali beberão o vinho. <br/>
Também plantarão pomares, e comerão seus frutos. E Eu os plantarei na terra, e eles não serão mais arrancados da terra que eu dei para eles. Assim diz o teu D’us”. Amós, 9. <br/>
Esperamos que o alerta de Amós seja uma lição viva para todos os povos, para todas as nações, para todos os governantes e para toda a humanidade!<br/>
Mas, principalmente, para o novo Estado Judeu, onde os sonhos e as palavras dos profetas foram concretizados e consagrados na Carta de Independência de Israel, em 1948.<br/>
E essas palavras são para ser cumpridas!<br/>
"O Estado de Israel ...<br/>
Terá como base os preceitos de liberdade, justiça e paz ensinados pelos profetas de Israel; defenderá a total igualdade social e política de todos os cidadãos, sem distinção de raça, credo ou sexo; garantirá liberdade total de consciência, culto, educação e cultura; protegerá a santidade e a inviolabilidade de santuários e Lugares Sagrados de todas as religiões; e se manterá fiel aos princípios da Carta das Nações Unidas ".</p> Orientações para a organização de Beit HaKinesset (e Havurot)tag:judaismohumanista.ning.com,2016-01-05:3531236:Topic:1075292016-01-05T03:30:24.125ZJayme Fucs Barhttp://judaismohumanista.ning.com/profile/JaymeFucsBar
<p>Rav, tenho três perguntas sobre a descrição/orientações sobre Beit HaKinesset.<br></br> 1) Quais orientações se aplicariam à criação de havurot?</p>
<p>2) Em que medida essas orientações estão em consonância (ou mesmo diferem) com as práticas de organização de comunidades de JH nos EUA e Israel? (Não conheço o processos deles, mas as orientações aqui apresentadas pareceram dar certa ênfase a aspectos tradicionais do judaísmo teísta em detrimento à aspectos seculares, e humanistas).</p>
<p>3) Por…</p>
<p>Rav, tenho três perguntas sobre a descrição/orientações sobre Beit HaKinesset.<br/> 1) Quais orientações se aplicariam à criação de havurot?</p>
<p>2) Em que medida essas orientações estão em consonância (ou mesmo diferem) com as práticas de organização de comunidades de JH nos EUA e Israel? (Não conheço o processos deles, mas as orientações aqui apresentadas pareceram dar certa ênfase a aspectos tradicionais do judaísmo teísta em detrimento à aspectos seculares, e humanistas).</p>
<p>3) Por não ter ficado claro pra mim no texto, pergunto que aspectos do ensino e estudo da cultura e história judaica seriam enfatizados nessas comunidades, além dos aspectos da filosofia humanista secular. Ou isso ficaria a cargo das próprias comunidades decidirem com seus rav?</p>
<p>4)Esta é um bônus provocativo: "Há espaço para teísmo no Judaísmo humanista". Sei que JH não é dogmático, mas penso que as vezes algumas manifestações individuais relacionadas ao JH são bem antagônicas com os princípios e a filosofia de modo de judaicidade.</p>
<p>Shalom!</p>