JUDAISMO HUMANISTA2024-03-28T11:06:16ZSérgio Freitas de Oliveirahttp://judaismohumanista.ning.com/profile/SergioFreitasdeOliveirahttp://storage.ning.com/topology/rest/1.0/file/get/1968421449?profile=RESIZE_48X48&width=48&height=48&crop=1%3A1http://judaismohumanista.ning.com/forum/topic/listForContributor?groupUrl=humanismo-e-a-educacao&user=2pwe4lye5ity2&feed=yes&xn_auth=noA ESCOLA - PAULO FREIREtag:judaismohumanista.ning.com,2022-11-05:3531236:Topic:1950202022-11-05T22:09:25.061ZSérgio Freitas de Oliveirahttp://judaismohumanista.ning.com/profile/SergioFreitasdeOliveira
<div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a"><div dir="auto">A ESCOLA - PAULO FREIRE</div>
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<div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto">"Escola é...</div>
<div dir="auto">o lugar onde se faz amigos</div>
<div dir="auto">não se trata só de prédios, salas, quadros,</div>
<div dir="auto">programas, horários, conceitos...</div>
<div dir="auto">Escola é, sobretudo, gente,</div>
<div dir="auto">gente que trabalha, que…</div>
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<div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><div dir="auto">"Escola é...</div>
<div dir="auto">o lugar onde se faz amigos</div>
<div dir="auto">não se trata só de prédios, salas, quadros,</div>
<div dir="auto"><span><a></a></span>programas, horários, conceitos...</div>
<div dir="auto">Escola é, sobretudo, gente,</div>
<div dir="auto">gente que trabalha, que estuda,</div>
<div dir="auto">que se alegra, se conhece, se estima.</div>
<div dir="auto">O diretor é gente,</div>
<div dir="auto">O coordenador é gente, o professor é gente,</div>
<div dir="auto">o aluno é gente,</div>
<div dir="auto">cada funcionário é gente.</div>
<div dir="auto">E a escola será cada vez melhor</div>
<div dir="auto">na medida em que cada um</div>
<div dir="auto">se comporte como colega, amigo, irmão.</div>
<div dir="auto">Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.</div>
<div dir="auto">Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir</div>
<div dir="auto">que não tem amizade a ninguém</div>
<div dir="auto">nada de ser como o tijolo que forma a parede,</div>
<div dir="auto">indiferente, frio, só.</div>
<div dir="auto">Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,</div>
<div dir="auto">é também criar laços de amizade,</div>
<div dir="auto">é criar ambiente de camaradagem,</div>
<div dir="auto">é conviver, é se ‘amarrar nela’!</div>
<div dir="auto">Ora , é lógico...</div>
<div dir="auto">numa escola assim vai ser fácil</div>
<div dir="auto">estudar, trabalhar, crescer,</div>
<div dir="auto">fazer amigos, educar-se,ser feliz."</div>
</div> A ESCOLA - PAULO FREIREtag:judaismohumanista.ning.com,2021-12-18:3531236:Topic:1920432021-12-18T20:19:08.685ZSérgio Freitas de Oliveirahttp://judaismohumanista.ning.com/profile/SergioFreitasdeOliveira
<p>A ESCOLA - PAULO FREIRE</p>
<p>A ESCOLA</p>
<p>"Escola é...<br></br> o lugar onde se faz amigos<br></br> não se trata só de prédios, salas, quadros,<br></br>
programas, horários, conceitos...<br></br>
Escola é, sobretudo, gente,<br></br>
gente que trabalha, que estuda,<br></br>
que se alegra, se conhece, se estima.<br></br>
O diretor é gente,<br></br>
O coordenador é gente, o professor é gente,<br></br>
o aluno é gente,<br></br>
cada funcionário é gente.<br></br>
E a escola será cada vez melhor<br></br>
na medida em que cada um<br></br>
se…</p>
<p>A ESCOLA - PAULO FREIRE</p>
<p>A ESCOLA</p>
<p>"Escola é...<br/> o lugar onde se faz amigos<br/>
não se trata só de prédios, salas, quadros,<br/>
programas, horários, conceitos...<br/>
Escola é, sobretudo, gente,<br/>
gente que trabalha, que estuda,<br/>
que se alegra, se conhece, se estima.<br/>
O diretor é gente,<br/>
O coordenador é gente, o professor é gente,<br/>
o aluno é gente,<br/>
cada funcionário é gente.<br/>
E a escola será cada vez melhor<br/>
na medida em que cada um<br/>
se comporte como colega, amigo, irmão.<br/>
Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.<br/>
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir<br/>
que não tem amizade a ninguém<br/>
nada de ser como o tijolo que forma a parede,<br/>
indiferente, frio, só.<br/>
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,<br/>
é também criar laços de amizade,<br/>
é criar ambiente de camaradagem,<br/>
é conviver, é se ‘amarrar nela’!<br/>
Ora , é lógico...<br/>
numa escola assim vai ser fácil<br/>
estudar, trabalhar, crescer,<br/>
fazer amigos, educar-se,ser feliz."</p> A vida e o judaísmo - Jayme Fucs Bartag:judaismohumanista.ning.com,2021-10-21:3531236:Topic:1913052021-10-21T21:46:48.719ZSérgio Freitas de Oliveirahttp://judaismohumanista.ning.com/profile/SergioFreitasdeOliveira
<p>Há um conto judaico que fala sobre um homem que, em um belo dia, decidiu perguntar a um rabino: “O que é a vida?”. <br></br> O rabino respondeu: "Para mim, a vida é uma grande montanha".<br></br> Esse homem foi viver em outra cidade e passou anos pensando no que significava a vida ser uma montanha, mas sem encontrar uma resposta, até que um dia ele resolveu voltar para a cidade onde havia morado para se encontrar com o rabino. Assim que chegou, o homem falou: “Passei todos esses anos pensando no que…</p>
<p>Há um conto judaico que fala sobre um homem que, em um belo dia, decidiu perguntar a um rabino: “O que é a vida?”. <br/> O rabino respondeu: "Para mim, a vida é uma grande montanha".<br/>
Esse homem foi viver em outra cidade e passou anos pensando no que significava a vida ser uma montanha, mas sem encontrar uma resposta, até que um dia ele resolveu voltar para a cidade onde havia morado para se encontrar com o rabino. Assim que chegou, o homem falou: “Passei todos esses anos pensando no que o senhor queria dizer com ‘a vida é uma montanha’".<br/>
“Ah!”, respondeu o rabino, "Talvez a vida não seja como a montanha, talvez seja como um grande rio". O rabino sorriu para o rapaz e continuou: "Em vez de você me fazer essas perguntas, não tenha medo e vá você mesmo procurar sua resposta".<br/>
Refletir sobre a vida no pensamento judaico tem por objetivo compreender como e de que forma podemos melhorar nossas vidas para saber viver melhor, pois a vida é a coisa mais sagrada para o judaísmo e, por isso, devemos de todos os meios saber protegê-la. <br/>
Essa forma de pensar é muito antiga e já existia no tempo dos essênios, durante o domínio romano da Judeia. Os antigos essênios foram uma comunidade judaica que recebeu bastante atenção após a descoberta de seus escritos, hoje conhecidos como os Manuscritos do Mar Morto. Eles tinham fé em um judaísmo que buscava se conectar com o Único através da vida, entendendo que, se o Todo Poderoso criou o universo, tudo que existe faz parte da Criação, então tudo na vida é sagrado! <br/>
É incrível que essa filosofia de vida judaica foi e tem sido uma arma eficaz contra as máquinas destruidoras que perseguiram os judeus por milênios, como por exemplo o Império Romano, que destruiu o Templo de Jerusalém e que encerrou a autonomia judaica na Judeia. Graças ao amor à vida e ao amor ao Criador, o judaísmo sobreviveu até hoje, e o Império Romano não, como todos seus outros perseguidores. <br/>
Amar a vida e amar o Criador é um segredo judaico milenar que nos ajuda muito a superar os desafios que teremos que enfrentar nesses nossos tempos modernos.<br/>
Uma pergunta muito interessante de se fazer seria: “Qual virtude é maior, amar o Criador ou amar a vida?”<br/>
Logicamente, há muitas divergências sobre essa questão entre os sábios, mas parte deles nos responderia que “as duas coisas são uma e a mesma, pois Deus ama cada um de seus filhos”. <br/>
Portanto, em última análise, amar a vida é uma demonstração maior de amor a Deus, porque o verdadeiro amor significa que você ama o outro, que é, como você, fruto da própria Criação! O que isso quer dizer? <br/>
Se você aprende a amar a vida, você é realmente capaz de amar o próximo. O verdadeiro amor, no conceito judaico, é aquele que existe sem se pedir nada em troca. Faça isso e você vai ver que a vida com certeza vai te consagrar! <br/>
SHABAT SHALOM !</p> Aulas de Estudos Judaico - Professor Jayme Fucs Bartag:judaismohumanista.ning.com,2021-07-10:3531236:Topic:1895312021-07-10T18:10:27.922ZSérgio Freitas de Oliveirahttp://judaismohumanista.ning.com/profile/SergioFreitasdeOliveira
<p>8 Aulas a Sua Escolha:</p>
<p>1. O ciclo da vida Judaica em base de sua origem na Torá.<br></br> 2. Introdução ao pensamento da Cabalá Judaica.<br></br> 3. A Criação e Formação do Estado de Israel.<br></br>
4. A Herança Judaica em Portugal.<br></br>
5. O Judaísmo e Messianismo.<br></br>
6. A História e vida de Jesus dentro da visão Judaica.<br></br>
7. Humanismo e Judaísmo: conceitos, valores e prática.<br></br>
8. História de Israel no período do segundo templo e suas consequências na atualidade.</p>
<p>Professor…</p>
<p>8 Aulas a Sua Escolha:</p>
<p>1. O ciclo da vida Judaica em base de sua origem na Torá.<br/> 2. Introdução ao pensamento da Cabalá Judaica.<br/>
3. A Criação e Formação do Estado de Israel.<br/>
4. A Herança Judaica em Portugal.<br/>
5. O Judaísmo e Messianismo.<br/>
6. A História e vida de Jesus dentro da visão Judaica.<br/>
7. Humanismo e Judaísmo: conceitos, valores e prática.<br/>
8. História de Israel no período do segundo templo e suas consequências na atualidade.</p>
<p>Professor Jayme Fucs Bar<br/> Aulas individuais 5 encontros<br/>
Cada encontro 1 hora de aula.<br/>
Horário em função da disponibilidade.<br/>
Preço: 120 Euros ou 600 reais<br/>
Pagamento através de transferencial bancária.</p>
<p>Introdução ao Pensamento da Cabala judaica.<br/> Módulos de Estudos:<br/>
1 Cabalá como método do pensamento Judaico.<br/>
2 Cabalá e suas Origens - Shimon Bar Yochai - Moshe Leon - Yzaak Luria-Yehuda Ashlag- Gershon Sholem<br/>
3 Cabalá e o pensamento de desvendar o segredo.<br/>
4 A Cabalá Pratica e suas dificuldades.<br/>
5 Cabalá da Magia e suas restrições.</p>
<p>Jesus ( Yoshua) através do pensamento judaico.<br/> Módulos:<br/>
1 Messianismo no período do primeiro Templo.<br/>
2 Messianismo no período do segundo templo.<br/>
3 Prática e a Vida dos Essênios.<br/>
4 Jesus ( Yoshua) dentro do contexto Judaico.<br/>
5 As Relações inseparáveis entre as passagens do Novo com o Velho testamento.</p>
<p>Humanismo e Judaísmo<br/> Módulos:<br/>
1. Correntes do Judaísmo na atualidade<br/>
2. Surgimento do Judaísmo secular humanista <br/>
3. Conceitos do Judaísmo Humanista<br/>
4. Prática do judaísmo Humanista<br/>
5. O Kibutz como exemplo vivo do Judaísmo humanista.</p>
<p>Israel no período do segundo templo e suas consequências na atualidade.<br/> Módulos:<br/>
1. A Dinastia dos macabeus e a Invasão romana na Judeia.<br/>
2 Processo de Romanização na Judeia <br/>
3 As Revoltas Judaica e as suas consequências<br/>
4 A segunda grande Diáspora judaica. <br/>
5 Formas e meios da sobrevivência do judaísmo até os dias de hoje</p>
<p>Judaísmo e Messianismo <br/> Módulos:<br/>
1 Messianismo no período do primeiro Templo.<br/>
2 Messianismo no período do segundo templo.<br/>
3 messianismos na idade média<br/>
4 Messianismo Judaico na idade Moderna<br/>
5 Várias formas de entender o messianismo no mundo Judaico</p>
<p>Costumes e prática Judaica<br/> Módulos:<br/>
1 Os 10 Mandamentos<br/>
2 A Festa de Shavuot ( o recebimento da torá)<br/>
3 A Festa de Rosh Hashana ( ano novo Judaico)<br/>
4 A Festa de Pessach ( A Pascoa judaica)<br/>
5 Os Simbolismo Judaico ( estrela de David, Kipa, Talit , Mezuza etc...)</p>
<p>História da Herança Judaica Portuguesa.<br/> Módulos:<br/>
1 Status dos judeus em Portugal antes da inquisição.<br/>
2 O Edito de Expulsão dos Judeus de Portugal e o batismo em Pé.<br/>
3 Cristãos novos e Cristãos Velhos e a inquisição em Portugal.<br/>
4 Formas de resistência do Cripto Judaísmo em Portugal.<br/>
5 A Cultura e a preservação do cripto judaísmo na Atualidade.</p>
<p>Introdução a História da Criação do Estado de Israel .<br/> Módulos:<br/>
1 Status dos judeus na idade média<br/>
2 A revolução francesa e a emancipação judaica.<br/>
3 O surgimento do nacionalismo judaico Hertzl<br/>
4 As estratégias do movimento Sionista<br/>
5 Pensadores Sionistas e as varias tendências políticas e ideológicas - Rav Kook, Bororchov, Jabotinsky, Had Ham, Gordon .</p>
<p>Interessados entrar em contato com o Professor Jayme Fucs Bar por WhatsApp 00972507677948</p> Genética e Ancestralidade Judaica por Dafne Dain Gandelman Horovitztag:judaismohumanista.ning.com,2021-01-16:3531236:Topic:1660562021-01-16T20:59:25.229ZSérgio Freitas de Oliveirahttp://judaismohumanista.ning.com/profile/SergioFreitasdeOliveira
<p>Como a Genética vem prevenindo doenças graves e de alta frequência em judeus e a importância da conscientização da comunidade.</p>
<p>Nossos genes são a unidade fundamental da hereditariedade, formados por DNA, e determinam inúmeras funções no organismo. Nossas características físicas, traços de personalidade, facilidade para aprender línguas estrangeiras ou tocar um instrumento têm relação com a genética. Pressão alta e diabetes também são influenciadas pelos genes, mas não exclusivamente.…</p>
<p>Como a Genética vem prevenindo doenças graves e de alta frequência em judeus e a importância da conscientização da comunidade.</p>
<p>Nossos genes são a unidade fundamental da hereditariedade, formados por DNA, e determinam inúmeras funções no organismo. Nossas características físicas, traços de personalidade, facilidade para aprender línguas estrangeiras ou tocar um instrumento têm relação com a genética. Pressão alta e diabetes também são influenciadas pelos genes, mas não exclusivamente. Isso em genética é denominado de herança multifatorial.</p>
<p>Infelizmente, na nossa herança podemos também carregar, mesmo sem saber, informações relacionadas a algumas doenças. Doenças essas diferentes das citadas acima, onde os genes até podem exercer influência, mas que o nosso modo de vida pode modificá-las, para melhor ou pior. Tais doenças são graves, geralmente cada uma delas ligada a um único gene, as quais denominamos herança monogênica. Todas as pessoas carregam em seu material genético informações que determinam inúmeras características, e também algumas informações que podem determinar doenças. Alguns desses genes são denominados recessivos, ou seja, como herdamos material genético tanto de nosso pai quanto de nossa mãe, o problema só irá se manifestar se ambos os pais nos transmitirem aquele gene recessivo.</p>
<p>Em praticamente todo grupo étnico, racial ou demográfico, algumas doenças genéticas ocorrem com maior frequência quando comparamos com a população geral. Como exemplos podem ser citadas algumas anemias, como a talassemia, em povos do Mediterrâneo e indianos, e a anemia falciforme em africanos. As “doenças genéticas judaicas” são um grupo de doenças encontrado com maior frequência na população de judeus ashkenazi, cujos ancestrais vieram da Europa central e oriental. Isso é devido a ocorrência do que se chama de “efeito fundador”. Toda a população ashkenazi hoje teve origem de um grupo de cerca de 350 pessoas, há cerca de 600-800 anos, e várias das informações genéticas são compartilhadas pelo grupo, tendo sido transmitidas através das gerações.</p>
<p>No que diz respeito aos judeus sefaradi e mizrahi, tratam-se de grupos geneticamente mais heterogêneos, com ancestralidade variada (origem em Espanha, Portugal, Marrocos, Tunisia, Argélia, Itália, Líbia, Bálcãs, Irã, Iraque, Índia, Iêmen). Há também doenças genéticas de maior prevalência, embora essas variem de acordo com a origem específica e se assemelhem a subpopulações regionais.</p>
<p>Afinal, o que são essas doenças? E o que podemos fazer a respeito?</p>
<p>A primeira doença grave reconhecida como de alta incidência nessa população foi a Doença de Tay-Sachs, que é um erro metabólico determinado geneticamente, onde a falta de uma enzima nas células causa degeneração e destruição progressiva do sistema nervoso central. As crianças afetadas nascem aparentemente normais, indo apresentar um atraso importante no desenvolvimento, notado a partir dos 4-8 meses de vida. Não chegam a sentar, andar ou falar, e apresentam cegueira e convulsões. Não há nenhum tratamento disponível, e a doença evolui inevitavelmente para o óbito antes dos 5 anos de vida. Um em cada 25-30 judeus ashkenazi carrega uma informação (gene mutado) para esta doença, e até o início de medidas preventivas (que serão apresentadas a seguir), 95% dos casos dessa doença ocorriam em judeus.</p>
<p>O caminho para a prevenção</p>
<p>Na década de 1960 descobriu-se qual era o defeito bioquímico que causava a doença (a enzima que faltava). Outra descoberta muito importante no início da década de 1970 foi que, através do mesmo exame que se confirmava o diagnóstico (uma dosagem da enzima no sangue), era possível detectar também as pessoas sadias que seriam portadoras da doença (ou seja, que carregavam uma copia do gene mutado e que teriam risco de ter filhos com a doença caso o parceiro também fosse portador). Isso permitiu que tal informação passasse a ser usada na programação da família, uma vez que, em casais onde ambos são portadores do gene mutado, o risco de um bebê afetado é de 25% ou 1 em 4.</p>
<p>Partindo de tais informações, foi iniciado nos Estados Unidos, ainda na década de 1970, um programa educativo de populações consideradas de alto risco para a doença, onde eram fornecidas informações sobre a doença e sobre os exames para detectar os portadores, e fornecida orientação genética preventiva, incluindo informações sobre diagnóstico na gravidez. Tal programa foi muito bem aceito na comunidade judaica, envolvendo líderes comunitários e religiosos de diversas correntes, e passou progressivamente a ser adotado em diversos países, como Israel, Canadá, Inglaterra, França, Austrália e outros. Estima-se que mais de 2 milhões de indivíduos sob risco para a doença já foram testados, tendo sido identificados cerca de 65.000 portadores, 1.500 casais sob risco e evitados pelo menos 1.000 casos da doença.</p>
<p>Na maioria desses programas de prevenção, as pessoas fazem os exames antes de casar, antes de programar o início da procriação ou mesmo em fase bastante inicial da gravidez – nesses casos, a escolha do parceiro não está vinculada ao eventual risco de ambos serem portadores. Quando isso acontece, o casal tem a opção da reprodução assistida, com diagnóstico nos embriões ainda antes dos mesmos serem transferidos para o útero materno. Tal opção já deriva de técnicas modernas, pois inicialmente o programa tinha como principal opção (ainda disponível atualmente) o diagnóstico pré-natal, onde durante fase inicial da gestação pode ser feito um exame invasivo (biópsia de vilo corial ou amniocentese), sendo colhido material do feto; diante de um diagnóstico desfavorável, a maioria dos casais acabava optando pela interrupção da gravidez, apesar das questões éticas envolvidas nesse tipo de decisão.</p>
<p>A tecnologia pode também ser usada a favor das individualidades de cada população: em comunidades ultra-ortodoxas, criou-se um programa de “compatibilidade” baseados nos testes genéticos. Adultos jovens são testados e não recebem o resultado dos exames, apenas um número. Quanto os casamentos começam a ser programados, uma base central de dados é consultada, e apenas serão considerados “compatíveis” casais nos quais ambos não sejam portadores de um mesmo gene recessivo. As famílias continuam sem saber os resultados dos testes, sabem apenas se aquele casal teria risco ou não. Deste modo, é feita uma “prevenção primária” – casais em risco geralmente não são formados.</p>
<p>Com o progresso galopante da Genética nas últimas décadas, principalmente da genética molecular e análise direta de DNA, foi possível adicionar aos programas de prevenção o rastreamento para mais doenças, também de alta incidência em judeus, sem aumentar muito os custos. Atualmente, há programas que investigam o risco para várias doenças genéticas, inclusive incorporando outras não tão específicas em judeus, mas de alta frequência na população geral, como um tipo frequente de surdez ou mesmo de retardo mental. Para o sucesso dos programas de prevenção em casais, são essenciais quatro pré-requisitos básicos:</p>
<p>1) Consciência da comunidade envolvida no que diz respeito à gravidade das doenças e importância de prevenção de novos casos;</p>
<p>2) Envolvimento dos rabinos da comunidade (sem importar a linha específica da religião adotada por cada um, dos mais ortodoxos aos mais liberais), no sentido de educar ainda antes do casamento sobre a importância dos exames, além de dar suporte às famílias atingidas por tais doenças;</p>
<p>3) Informação da classe médica, principalmente obstetras, que ainda podem fornecer aos casais orientação visando prevenção em fase pré-gestacional, idealmente, ou em fase muito inicial de uma gravidez;</p>
<p>4) Excelência dos laboratórios onde são realizadas as análises, além de suporte por médico geneticista para o aconselhamento genético, orientação quanto a alternativas reprodutivas e compreensão correta dos resultados por cada indivíduo envolvido.</p>
<p>Esses exames já fazem parte, há muitos anos, da rotina médica e da cultura de vários países, sendo inclusive inseridos em sistemas públicos de saúde, no caso do Canadá, França, Inglaterra e Israel, dentre outros. Até este ano, não houve movimento consistente para a adoção desta rotina aqui no Brasil, apesar de algumas iniciativas isoladas. Quando é diagnosticado um caso, alguns membros da comunidade ficam mobilizados e querem ser submetidos aos exames, mas o tempo acaba por apagar a memória e a preocupação, até que outra família tenha a desagradável surpresa de um diagnóstico. Nos países onde a rotina de prevenção dessas doenças existe, as primeiras iniciativas sempre vieram do grupo de risco específico, ou seja, da comunidade judaica. Nos EUA, onde o sistema de saúde é primordialmente privado, há inclusive programas patrocinados pela comunidade para orientação de membros que não podem arcar com os custos dos exames ou aconselhamento genético.</p>
<p>Finalmente em 2019 assistimos um conjunto de iniciativas do grupo Cure Tay-Sachs Brasil, formado por familiares de uma criança que teve a doença diagnosticada, mas que decidiu fazer a diferença e tentar implementar a consciência da prevenção na comunidade.</p>
<p>Foi criado um site com material informativo (<a href="http://www.curetay-sachsbrasil.org">www.curetay-sachsbrasil.org</a>) e promovidas palestras no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, palestras para médicos, distribuído material informativo nas sinagogas, marcada presença em eventos comunitários, dentre outras ações.</p>
<p>Talvez estejamos vivendo agora um momento favorável, uma mudança de paradigma. A tecnologia do DNA agora permite a realização de múltiplos exames em um só teste, com custo reduzido, sem necessidade de envio de material para o exterior. E apesar de ainda não haver no Brasil cobertura desses exames pelo SUS (Sistema Único de Saúde), já há normas específicas para os exames em genética via planos de saúde, com possibilidade de cobertura. Faltam então a consciência e envolvimento comunitários. Que 2019 seja a marca da mudança e da implementação de programa tão importante na nossa comunidade no Brasil.</p>
<p>Dafne Dain Gandelman Horovitz é médica geneticista do Instituto Fernandes Figueira / Fundação Oswaldo Cruz e do CERES-Genética – Centro de Referência e Estudos em Genética Médica, Rio de Janeiro; doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro</p>
<p>Segue abaixo uma lista com o resumo dos sintomas de algumas das doenças investigadas nos programas de rastreamento:</p>
<p>- Tay-Sachs é uma condição onde as crianças se desenvolvem normalmente até cerca de quatro a seis meses, quando o sistema nervoso central começa a degenerar, devido a falta de uma enzima chamada hexosaminidase (Hex A).</p>
<p>A criança perde todas as habilidades motoras, tornando-se cega, surda e não responsiva, vindo a falecer antes dos 5 anos.</p>
<p>- Doença de Canavan é muito semelhante à doença de Tay-Sachs, com o desenvolvimento normal até dois a quatro meses, seguidos por perda progressiva dos marcos do desenvolvimento previamente alcançados. O obito tambem ocorre até os 5 anos.</p>
<p>- Doença de Niemann-Pick Tipo A é uma doença em que uma quantidade prejudicial de uma substância gordurosa se acumula em diferentes partes do organismo, levando a deficiencia do crescimento e quadro neurodegenerativo, levando a morte em torno dos 3 anos. 1 em 90 judeus Ashkenazi são portadores do gene para esta doença.</p>
<p>- Doença de Gauchertipo 1 é uma condição variável, tanto na idade de início e na progressão dos sintomas. O baço é doloroso e aumentado, levando a anemia e baixa contagem de globulos brancos. A doença ossea é uma das principais causas de desconforto e limitação fisica. Há tratamento disponivel, com infusão na veia de substancia similar a enzima deficiente no organismo a cada duas semanas, terapia esta de altissimo custo e necessaria por toda a vida.</p>
<p>- Disautonomia Familiar é uma doença que leva a disfunção do sistema nervoso autonomo e sensitivo. Isso afeta a regulação da temperatura corporal, pressão arterial, resposta ao stress, deglutição e digestão.</p>
<p>- Síndrome de Bloom é caracterizada por baixa estatura, lesões da pele causadas por luz solar, aumento da susceptibilidade às infecções e uma maior incidencia de leucemia e outros cânceres.</p>
<p>- Anemia de Fanconi tipo C é uma doença associada à baixa estatura, falência da medula óssea e uma predisposição para leucemia e outros canceres infantis. Alguns podem ter dificuldades de aprendizagem ou retardo mental.</p>
<p>- Mucolipidose IV é causada pelo acúmulo de certas substâncias nocivas no corpo. Individuals com a doença apresentam varios graus de retardo mental ou motor, muitas vezes manifestando-se logo no primeiro ano de vida. Outros sintomas podem ser oculares, como opacidade da córnea, pseudo-estrabismo e degeneração da retina.</p>
<p>- Fibrose Cística ou Mucoviscidose é um distúrbio do multi-sistemico que faz o corpo produzir um muco espesso, que se acumula principalmente nos pulmões e no trato digestivo, resultando em infecções pulmonares crônicas e baixo crescimento.</p>
<p>PARA MAIS INFORMAÇÕES:</p>
<p><a href="http://www.curetay-sachsbrasil.org">www.curetay-sachsbrasil.org</a></p>
<p><a href="http://www.filhos-saudaveis.com">www.filhos-saudaveis.com</a></p> Luzes sobre os escritores e artistas de língua ídiche por Maria Luiza Tucci Carneirotag:judaismohumanista.ning.com,2021-01-16:3531236:Topic:1660502021-01-16T20:43:52.056ZSérgio Freitas de Oliveirahttp://judaismohumanista.ning.com/profile/SergioFreitasdeOliveira
<p>O idioma, que se formou no século 12 derivado do dialeto francônio do alemão medieval, servia como intercomunicação do dia-a-dia, distinguindo-se entre as várias comunidades judaicas na Diáspora. Sempre presentes, os falantes do iídiche marcaram seus espaços através do teatro animado por bufões, mímicos, palhaços, dançarinos, acrobatas e trovadores. Foi durante a Idade Média na Europa que o teatro iídiche circulou de aldeia em aldeia animando o povo carente de cultura e lazer.</p>
<p>Ainda…</p>
<p>O idioma, que se formou no século 12 derivado do dialeto francônio do alemão medieval, servia como intercomunicação do dia-a-dia, distinguindo-se entre as várias comunidades judaicas na Diáspora. Sempre presentes, os falantes do iídiche marcaram seus espaços através do teatro animado por bufões, mímicos, palhaços, dançarinos, acrobatas e trovadores. Foi durante a Idade Média na Europa que o teatro iídiche circulou de aldeia em aldeia animando o povo carente de cultura e lazer.</p>
<p>Ainda que nos seus primórdios fosse um dialeto popular sem muita representatividade cultural e literária entre os intelectuais, o iídiche criou raízes e sobreviveu como uma forma de falar, fazer arte e produzir cultura. Influenciado pelo Iluminismo, ganhou forças nas primeiras décadas do século 19 ao ser recuperado por um movimento de jovens cientes das possibilidades de comunicação com as massas. Hoje mantém-se apenas entre os remanescentes da velha geração, lembrado pelo espírito alegre dos atores e diretores que falavam o iídiche, pelo conteúdo irônico das piadas, pelo ato brincalhão de “rogar suas pragas” e do cantarolar de antigas canções popularizadas pelas tradição oral. Infelizmente, muitos artistas do teatro iídiche tiveram suas vidas interrompidas pelos nazistas durante o Holocausto. Apesar do perigo de ser acusado de conspiração por “falar uma língua esquisita”, o iídiche foi usado pelos prisioneiros asquenazitas nos guetos e nos campos de concentração. Anos depois, os sobreviventes do Holocausto inseriram o iídiche em suas narrativas como uma forma de lembrar os velhos tempos vivenciados em suas aldeias e cidades do Leste Europeu.</p>
<p>Aqui em São Paulo, por exemplo, convivemos com o músico Salomon Zauder (1923- 1998), natural de Cracóvia, que assim como seu irmão David Zauder (1928-2013), foi criado nessa cidade, no meio de músicos. Seu pai, Kalman Zauder, era alfaiate e tocava bateria em um teatro iídiche, enquanto sua mãe, costureira, confeccionava fantasias para o mesmo teatro. Apesar das dificuldades enfrentadas pelos judeus falantes do iídiche na Alemanha e na Europa Oriental durante o nazismo, apesar do fenômeno de assimilação e integração dos imigrantes judeus na sociedade não-judaica, o teatro iídiche deixou o seu legado.</p>
<p>Felizmente contamos com a atuação de alguns estudiosos brasileiros da língua e da cultura iídiche que, nestas últimas décadas, têm tentado superar os obstáculos impostos pela modernidade que, nem sempre, respeita as tradições seculares e as raízes culturais dos povos. Lembro aqui as importantes contribuições sobre o teatro iídiche no Brasil de autoria do ensaísta, editor e professor Jacó Guinsburg (1921-2018), que ao longo de anos, interessou-se pelas atividades teatrais da coletividade judaica, bem como pelo processo de renovação do teatro brasileiro. É de sua autoria o livro Aventuras de uma língua errante. Ensaios de literatura e teatro iídiche, através do qual nos aproximamos do quotidiano dos “shteitls” e dos guetos do Leste europeu, reconstruindo diferentes quadros da vida judaica desde a Europa até o Brasil [Perspectiva, 1996].</p>
<p>Consta que a primeira peça profissional em iídiche é de 1876, de autoria de Abraham Goldfaden (1840-1908), responsável pela direção, produção, divulgação e cenários do espetáculo. Considerado hoje como o “pai do moderno teatro iídiche”, Goldfaden teve a sua trajetória reconstituída por Nachman Falbel, importante historiador brasileiro dedicado a recuperar a memória das companhias de teatro profissionais e dos círculos amadores no Brasil [Ateliê Cultural, 2013]. Ainda sobre o tema contamos com as Memórias da minha juventude e do teatro iídiche no Brasil, de Simão Buchalski, também publicadas pela Editora Perspectiva e a Associação Universitária de Cultura Judaica, em 1995.</p>
<p>Lembro também o importante livro de Berta Waldman, sob título O teatro iídiche em São Paulo: memórias de imigrantes, prefaciado por Guinsburg (Anna Blume, 2010) Fundamentada em entrevistas com atores judeus da língua iídiche que, entre 1890 e1920, imigraram para o Brasil, a autora resgata a tradição dessa arte propagada pelas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Santos, Campinas e São Paulo. Ainda que tais testemunhos sejam “retalhos de vivências” dos imigrantes judeus progressistas radicados em São Paulo, como escreveu Guinsburg, tais vestígios nos ajudam a reconstituir seus repertórios culturais e políticos, muitos dos quais replicados em diferentes espaços do Bom Retiro. Graças às lembranças de infância e pesquisas desenvolvidas por estes autores, o teatro iídiche brasileiro continua iluminado pelas lembranças, ainda que sem plateias para gritar “Bravo” e pedir “bis”.</p>
<p>Mudando as luzes dos holofotes para a última década do século 19 e início do século 20, encontraremos o teatro iídiche presente nas principais comunidades judaicas brasileiras, como muito bem demonstraram os estudiosos Guinsburg, Falbel e Waldman. Com forte carga dramática e, na maioria das vezes, política, o teatro iídiche prestou-se como pilar de sustentação da identidade judaica ao reproduzir tradições e ritos religiosos, comportamentos, gestos e expressões seculares mantidos pelos judeus. Congregando a juventude e saciando as saudades dos mais velhos, as peças relembravam a vida nos shteitls, aquelas típicasaldeias na Europa Oriental tão bem representadas na obra do pintor judeu russo Marc Chagall.</p>
<p>Em palcos improvisados por atores amadores, o teatro iídiche foi, com certeza, um dos principais espaços de lazer e de cultura frequentado pelos imigrantes judeus no Brasil. Difícil não encontrar nos arquivos judaicos brasileiros os múltiplos vestígios desta arte que extrapolava o improviso e alimentava o imaginário e a cultura judaica nos caminhos da Diáspora. É fato que as companhias itinerantes e os atores de língua iídiche passavam constantemente pelas capitais brasileiras mantendo, durante anos, uma verdadeira trilha de cultura e ideologia que serpenteava pelo país de Norte a Sul. Os imigrantes judeus radicados no Rio Grande do Sul, por exemplo, usavam em seu dia-a-dia na nova terra o iídiche, que era a querida Mamelushen, língua materna dos judeus da Europa.</p>
<p>A memória dessa arte, felizmente, não ficou apenas nas lembranças dos mais velhos. Um farto material iconográfico, manuscrito e impresso ainda sobrevive, quase que por acaso, guardado em fundos de gavetas e arquivos da comunidade judaica. Um mundo muito particular pode ser resgatado através destes velhos papéis que guardam fragmentos de um imaginário único, especial. O moderno teatro iídiche saiu da Europa para criar novas raízes em Manhattan, quando, no final do século 19, grupos de amadores promoviam exibições para os imigrantes recém-chegados da Europa Oriental com o intuito de oferecer-lhes uma ponta de lazer nas terras da América.</p>
<p>A partir desse momento, tímidos talentos emergiram sensibilizando seus espectadores para a essência dos sentimentos das populações judaicas mais pobres. O repertório apresentado era, na sua maioria, composto de um extravagante conjunto de desgrenhados melodramas, operetas, tzait bilder (quadros de época), comédias e vaudevilles, geralmente produzidos em série. A imagem de certos personagens, revividos posteriormente nos múltiplos palcos das cidades brasileiras, sensibilizavam os espectadores identificados com as peripécias melodramáticas arquitetadas por seus diretores.</p>
<p>Os grandes polos do teatro iídiche no Brasil eram São Paulo e Rio de Janeiro, centros de excelência da imigração ashquenazita, e Porto Alegre, dada a sua proximidade com a Argentina, onde vivia a maior comunidade judaica da América Latina. As companhias teatrais estrangeiras iam e vinham, retornando com novos programas, intercalados com reprises de peças dos clássicos escritores judeus. São Paulo teve o privilégio de conviver com algumas das personalidades do teatro iídiche cuja trajetória identifica-se com a imagem das grandes companhias internacionais: David Meltzer (1888-1967), judeu imigrante de Jitomir (Ucrânia) que, após trabalhar como lustrador de pianos na Argentina, tornou-se tenor do Teatro Colón, de Buenos Aires. Como artista, acompanhou as companhias de operetas líricas e dramáticas que, nas primeiras décadas do século 20, se apresentaram em São Paulo, Santos, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Belo Horizonte e Recife.</p>
<p>Entre 1926-1927, Meltzer imigrou para São Paulo onde sua filha Adélia casou-se com Abraham Fingermann, pai do artista plástico Sérgio Fingermann, entrevistado por mim em janeiro de 1990. Nessa ocasião tive a oportunidade conhecer várias filipetas, partituras e fotografias originais do acervo pessoal David Meltzer/Fingermann. Entre as fotografias chamou-me a atenção algumas imagens da peça Apache, de N. Rakof, ambas em junho de 1918 no Salão Helena de Montenegro, localizado na Rua João Teles, em Porto Alegre. Em outro momento, a Grande Companhia voltou a estrear na capital carioca com a opereta histórica Bas Yeruscholaim (A Filha de Jerusalém), de Auerbach, protagonizada por Sara Sylvia, Eurique Jaicosky, I. Jacubovich e Meltzer, dentre outros.</p>
<p>Em fevereiro de 1915, o tradicional Theatro Polytheama, de São Paulo, exibiu Das Verlorene Kind Oder Unschuldig Im Kerker (A filha perdida ou O prisioneiro sem culpa), em benefício da atriz Berta Mewe, estreando Kessler e Leo Peer que se juntaram a Meltser e Jaculovich.</p>
<p>Acompanhando a Grande Companhia Israelita de Operetas, Dramas e Comédias por várias cidades brasileiras, Meltzer integrou o elenco de inúmeras peças: Die Lustige Nacht (A Noite Alegre), melodrama de Welinsky, no Salão Celso Garcia, em março de 1914, em São Paulo.</p>
<p>O teatro iídiche paulistano, enquanto movimento teatral sistemático, iniciou-se entre 1923-1924 com o Yugent Club, cuja sede era na Rua Amazonas, no bairro do Bom Retiro. Iankev Kurlender e Iankev Rotbaum encontram-se entre os renomados diretores que atuaram em São Paulo. Há também referências de que integrantes da imigração russo-polonesa, entre eles os Cipkas, tentaram estabelecer, na década de 20, um teatro de língua iídiche no salão Luso-Brasileiro, no Bom Retiro, encenando peças de Scholem Aleichem e Peretz. Rotbaum, originário de Wroclav (Polônia), veio para São Paulo em 1948 quando dirigiu Der Goldfaden Chulem (O Sonho de Goldfaden) e, no mesmo ano, Dos Groisse Guevins (A Sorte Grande), de Scholem Aleichem. Em 1962, Rotbaum retornou com a peça A família Blank, do mesmo escritor. Nessa época, um novo espaço havia sido organizado: o ICIB - Instituto Cultural Israelita Brasileiro ou “A Casa do Povo”, com remanescentes do Centro de Cultura Progresso. Este projeto só se completou em 1960 com a inauguração do TAIB, com sala especial para as artes cênicas. Mas, nessa época, os atores já se dedicavam ao teatro falado em português, envolvendo-se com o grupo do Teatro de Arena ou dedicando-se à televisão, como aconteceu com Riva Nimitz, Berta Zemel e Elias Gleiser. Uma das últimas peças apresentadas pelo grupo do teatro iídiche paulistano foi Die Ksibe (A certidão de casamento), de Efraim Kishon, em 1965, conforme citação de Berta Waldman em suas “Anotações sobre a história do teatro iídiche em São Paulo. A propósito de Aventuras de uma língua errante”, de Jacob Guinsburg”. [mimeo, 1996]</p>
<p>Na trilha do teatro iídiche contamos ainda com Josef Landa (1912) e Zygmunt Turkow (1896-1970). Landa, romeno, imigrou para o Brasil em 1937, passando a atuar no campo das artes plásticas. Havia estudado pintura e gravura na sua terra natal, tendo como mestres Grichtchenko, Romanat, S. Lerner e Kolnik, aperfeiçoando-se no Brasil com Poty e Santa Rosa. Trabalhou ao lado de Zygmund Turkow fazendo parte dessa geração de “intelectuais da língua errante”, sendo autor de poesias e contos em iídiche.</p>
<p>Em 1946, o artista Lasar Segall rompeu com os padrões tradicionais dos cenários e vestuários que caracterizavam o teatro iídiche. Vanguardista e arrojado em todos os campos em que atuou, Segall inovou com seu estilo modernista para a peça Dos Groisse Gevins (A Sorte Grande), também conhecidacomo Tzvei Mol Hundert Toiznt (Duas vezes cem milhões), de Scholem Aleichem.</p>
<p>Para além do teatro, o iídiche foi iluminado pela imprensa idiomática que surgiu em São Paulo, em 1928, com o periódico Idicher Gezelschaftlicher un Handels Biuletin (Boletim Social e Comercial Judaico). Além de cobrir o noticiário local, o periódico fazia propaganda comercial, sendo hoje uma importante fonte para estudos da comunidade judaica de São Paulo.</p>
<p>Entre 1931-1941 circulou o San Pauler Idiche Tsaitung (A Gazeta Israelita de São Paulo), de tendência sionista, criado por Marcos Frankenthal, que envolveu renomados intelectuais da comunidade como Isaac Raizman, Elias Lipiner e Nelson Weiner; o Ha-Schachar (A Aurora), criado por Michael Zaltzman em 1931; o Di Tzeit (O Tempo), sob a direção de Edgar Barreira de Matos e Menachem Kopelman e o San Pauler Idische Zeitung (Jornal Judaico de São Paulo), editado em 1931.</p>
<p>Durante o Estado Novo, em decorrência do projeto nacionalista e xenófobo do governo de Getúlio Vargas, o decreto-lei 406 de maio de 1938 proibia a publicação de livros, revistas e jornais em língua estrangeira. Cerceando a liberdade de expressão com o objetivo de homogeneizar as culturas, o Estado sufocava as identidades dos grupos estrangeiros. Nessa época, muitos daqueles periódicos em iídiche foram destruídos pela própria comunidade judaica, preocupada com a vigilância diária do DOPS, braço de repressão do regime autoritário estadonovista. Outros exemplares foram confiscados como prova do crime político. Somente após a volta do regime constitucional é que o Iídiche Presse retornou, congregando intelectuais e jornalistas de renome, muitos dos quais refugiados do nazismo e da guerra.1</p>
<p>Meyer Kucinski (1904-1976), nascido em Wloclawek (Polônia), pode ser considerado como um dos mais importantes escritores da língua iídiche no Brasil. Foi membro do Linke Poalei Tzion (Partido Socialista de Esquerda) e do Círculo da Yivo (Instituto Científico Ídiche) na sua terra natal.</p>
<p>Sua obra em iídiche encontra-se reunida em dois livros publicados em Tel Aviv (Israel): Nussekh Brazil (Estilo Brasil) e Di Palme Benkt tzu der Sossne (A Palmeira tem saudade do Pinheiro), ambos representativos das trajetórias dos imigrantes judeus radicados em São Paulo. Jornalista e escritor, publicou seus artigos, contos e ensaios em iídiche nos jornais da Polônia, Argentina e Estados Unidos. Em 1947 foi premiado pela revista iídiche Di Zukunft (Futuro) pelo seu conto “Der Guiber” que coloca em cena a figura de Zische Braitbard (1883-1925), herói das massas na Polônia entre 1910-1920 [Kucinski, 1963, 1985].</p>
<p>Kucinski emigrou para o Brasil, em 1935, optando por viver em São Paulo onde trabalhou inicialmente como mascate (klaper) e, depois, durante vinte anos, como professor de literatura iídiche no Colégio Renascença. Em São Paulo dirigiu a seção brasileira da Yivo e do seu círculo de amizades participavam vários outros intelectuais iídichistas que contribuíam para a difusão da cultura judaica europeia no Brasil.</p>
<p>Segundo Hadassa Cytrynowicz, Kucinski captou, com a sensibilidade de quem era também personagem, “as contradições, tristezas, ódios e conflitos dos diferentes grupos judaicos que chegaram ao Brasil pouco antes ou pouco depois do genocídio na Europa. Seus contos têm o sabor do mundo em que viveram seus pais e avós” [Cytrynowicz, 2002: 46]</p>
<p>Na sua essência, entre heranças e lembranças, o teatro iídiche deve ser lembrado como uma importante vertente da cultura herdada dos imigrantes judeus que, através da sátira, da música e do culto ao gesto, deixaram suas marcas na identidade judaica brasileira. Simbolicamente, apesar da decadência do iídiche no cenário internacional deste século 21, o teatro iídiche vai além da experiência diaspórica. Seus cenários, vestuários, personagens e canções, se iluminados nos dias de hoje, oferecem uma forma alternativa de olhar o mundo em tempos difíceis. Tal experiência deve ser interpretada como uma estratégia possível de resistência e conscientização das novas gerações, judaicas e não judaicas, para as causas sociais das injustiças.</p>
<p>Alguns cartazes foram cedidos por Marcos Chusyd.</p>
<p>BIBLIOGRAFIA</p>
<p>Guinsburg, Jacó. Aventuras de uma língua errante. Ensaios de Literatura e teatro ídiche. São Paulo: Perspectiva; Associação Universitária de Cultura Judaica, 1996.</p>
<p>Buchalski, Simão. Memórias da Minha Juventude e do Teatro Ídiche no Brasil. São Paulo, Perspectiva, 1995.</p>
<p>Kucinski, Meir. Nussek Brazil. Tel Aviv: Ed. Peretz, 1963.</p>
<p>________. Palme Benkt tzu der Sossne. Tel Aviv: Ed. Peretz, 1985.</p>
<p>Cytrynowicz, Hadassa. “Filigramas em iídiche”, em: Revista 18. São Paulo: Centro de Cultura Judaica, Ano I, Número 1, 2002, pp. 46-47.</p>
<p>Waldman, Berta. “Anotações sobre a história do teatro idiche em São Paulo. A propósito de Aventuras de uma língua errante”, de Jacob Guinsburg. São Paulo, 1996 (mímeo)</p>
<p>Maria Luiza Tucci Carneiro é historiadora e professora do Departamento de História, FFLCH- Universidade de São Paulo. Autora dos livros: Cidadão do Mundo: o Brasil diante do Holocausto e dos judeus refugiados do nazifascismo (Perspectiva, 2020); Dez mitos sobre os Judeus (Ateliê Editorial, 2ed. 2020); Judeus e Judaísmo na obra de Lasar Segall, em coautoria com Celso Lafer (Ateliê Editorial, 2004), dentre outros.</p>
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<p>Lendo os textos de Martin Buber no livro “Sobre a comunidade” fiquei impressionado como suas idéias consideradas utópicas em sua época, se tornaram muito atuais nesse momento que a sociedade humana tem que saber enfrentar essa pandemia, que parece ser um alerta as outras que estarão para vir.<br></br> Dentro desse contexto observamos a imensa dificuldade dos países mesmos os mais ricos e sostificados como EUA, Europa e Israel saberem se organizar para enfrentar a Pandemia e na espera que a…</p>
<p>Lendo os textos de Martin Buber no livro “Sobre a comunidade” fiquei impressionado como suas idéias consideradas utópicas em sua época, se tornaram muito atuais nesse momento que a sociedade humana tem que saber enfrentar essa pandemia, que parece ser um alerta as outras que estarão para vir.<br/> Dentro desse contexto observamos a imensa dificuldade dos países mesmos os mais ricos e sostificados como EUA, Europa e Israel saberem se organizar para enfrentar a Pandemia e na espera que a ciência possa nos dá uma resposta, milhões de seres humanos estarão a perder suas vidas, pois a estrutura social em que vivemos está inadequada para poder se organizar e proteger toda a população.<br/>
Essa realidade nos leva a fazer muitíssimas perguntas da forma que vivemos, e como nos organizamos como sociedade humana.<br/>
Tudo isso nos leva ampliar a nossa reflexão sobre o paradigma de como criar uma possibilidade real de se construir uma alternativa diferente ao sistema de vida que vivemos hoje em dia.<br/>
Buber já em seu tempo considerava o estado e sua estrutura social enferma “demasiado grande”, entendia que esse grande centralismo era algo perigoso, impossibilitado a todos os seus cidadãos ter de forma digna o direito a educação, saúde e bem-estar social e conseqüentemente levando a muitas tragédias a toda humanidade.<br/>
Buber propoem a criação de “Novas Comunidades”, como o único meio possível de superar os futuros transtornos que o crescimento populacional ira causar a nossa sociedade, ele acreditava na necessidade de uma mudança estrutural , ele entendia que essa mudança seria a forma de se conquistar uma vida melhor e garantir segurança a todos.<br/>
A Sociedade Ideal para Buber é aquela que é suficientemente pequena e estruturada para todos os seus membros, onde os membros podem ter uma participação ativa sobre todos os assuntos relacionados a suas necessidades, ele chamava essa estrutura de “democracia direta” diferente do que conhecemos no modelo da “democracia representativa”.<br/>
O Estado ideal para Buber seria aquele em que os seus cidadãos se dividiriam em pequenas unidades autônomas e independentes, viveriam organizados em pequenas comunidades no campo e nas cidades em Bairros, onde a função do estado seria criar as condições objetivas para o funcionamento e organização dessas comunidades.<br/>
Para Buber o modelo ideal que melhor poderia favorecer essa “Nova Comunidade” seria o socialismo, mais Buber não propõem um socialismo de estado do tipo Rússia, China ou Cuba, etc… ao contrário sempre foi um grande crítico essas estruturas sociais que se denominavam " socialistas”.<br/>
Segundo a proposta de Buber ele desejava," um socialismo democrático comunitario”, construido em pequenas estructuras comunitárias no campo e na cidade, que poderiamos melhor definir com uma sociedade de economia solidária.<br/>
Tudo isso parece para o leitor uma Utopia,ou um sonho a se realizar , mas eu que vivo num Kibutz em Israel, posso dizer a voces que essa "Utopia" idealizada por Buber, é uma realidade viva e presente! <br/>
Especialmente nesse momento que vivemos e enfrentamos a pandemia , onde numa comunidade como o Kibutz ,podemos enfrentar essa realidade de forma diferente do que os nossos governantes que estão impossibilitados de dar a todos os seus cidadãos a segurança que merecem. <br/>
Comunidades dos Kibbutzim nessas situações como pandemia podem se organizar de forma pratica e eficiente, criando a sua propia estrutura interna de proteção e ajuda mutua a todos seus membros.<br/>
A sociedade Kibutziana já bem adptada ao novo modelo do mundo global, não só consegue se proteger melhor a sua comunidade da pandemia, mas ela se organiza de forma solidária, mas igualitaria, mas justa para o bem-estar de toda a sua população! <br/>
Do outro lado ela dá todo apoio a livre iniciativa de cada um dos seus membros a poder gerar riqueza e prosperidades onde o regulador comum obrigatório a todos é o imposto da" rede solidaria” imposto interno sem nenhum vínculo com o estado, onde quem ganha mais paga mais quem ganha menos paga menos.<br/>
Essa Caixa comunitaria tem o objetivo de resolver tudo o que o estado não tem condições de resolver para os seus cidadões.<br/>
Buber em sua vida politica nunca alimentou qualquer esperança de que suas visões políticas pudessem arrebatar a maioria, mas ele acreditava que era importante articular a verdade moral de seu próprio ponto de vista ao invés de esconder suas verdadeiras crenças em prol de uma estratégia política. <br/>
Esta autenticidade não rendeu a Buber muitos amigos durante toda a sua vida.<br/>
Buber estava de um lado ligado as idéias politicas do Hashomer Hatzair onde foi um de seus delegados no congresso sionista de 1928 e 1929, porem não aceitava as ideias do sionismo clasico de Hertzl e estava muito influenciado pelas ideias de um sionismo cultural de Achad Haam.<br/>
Em 1938 perseguido pelos nazistas na Alemanha conseguiu fugir e imigrar para Israel,onde se integrou a Universidade de Jerusalém, durante toda a sua vida em Israel foi muito ativo na vida politica, intentando reconciliar o crescente conflito entre árabes e judeus, vai em 1949 fundar o instituto de educação para adulto e será um dos fundadores do movimento Brit-Shalom, associação de intelectuais de esquerda muito ligado as idéias do MAPAM (partido sionista socialista operário).<br/>
Buber faleceu em 1965 em Jerusalém, em sua morte irá vivenciar que o Kibutz constitui um exemplo prático de sua " Utopia" e que “o socialismo democrático sim funciona”! <br/>
Talvez nestes atuais momentos de crises no mundo, as idéias de Martin Buber de criar " Novas Comunidades" poderá se tornar uma alternativa real para toda a humanidade.<br/>
SHAVUA TOV!</p> Em Homenagem a Dona Gracia " A Senhora" - A Rainha"tag:judaismohumanista.ning.com,2020-11-15:3531236:Topic:1564582020-11-15T10:17:15.776ZSérgio Freitas de Oliveirahttp://judaismohumanista.ning.com/profile/SergioFreitasdeOliveira
<div dir="auto">Em Homenagem a Dona Gracia " A Senhora" - A Rainha"</div>
<div dir="auto">Jayme Fucs Bar</div>
<div dir="auto">Lá estava eu frente ao monumento em homenagem a Dona Gracia em Tiberias que no ano 2010 comemorou 500 anos de sua vida.</div>
<div dir="auto">Observando o monumento,pensei como pode ser que tão poucas pessoas sabem sobre essa incrível mulher judia Portuguesa!</div>
<div dir="auto">Por isso resolvi fazer esse pequeno relato que possa ajudar a resgatar seu legado e sua…</div>
<div dir="auto">Em Homenagem a Dona Gracia " A Senhora" - A Rainha"</div>
<div dir="auto">Jayme Fucs Bar</div>
<div dir="auto">Lá estava eu frente ao monumento em homenagem a Dona Gracia em Tiberias que no ano 2010 comemorou 500 anos de sua vida.</div>
<div dir="auto">Observando o monumento,pensei como pode ser que tão poucas pessoas sabem sobre essa incrível mulher judia Portuguesa!</div>
<div dir="auto">Por isso resolvi fazer esse pequeno relato que possa ajudar a resgatar seu legado e sua Memória!</div>
<div dir="auto">Quem foi Dona Gracia Mendes Hanasi?</div>
<div dir="auto">O que ela tem a ver com a Cidade de Tiberias?</div>
<div dir="auto">Dona Gracia Mendes nasceu em Portugal, Lisboa em 1510 de família de cristão novos que foram expulsos da Espanha para Portugal em 1492.</div>
<div dir="auto">Dona Gracia era casada com Don Franscisco Mendes cristão novo homem de uma das maiores fortuna do mundo, depois de poucos anos de casada Dona Gracia se torna Viúva adguirindo toda a fortuna de Don Franscisco Mendes.</div>
<div dir="auto">Os Pais de Dona Gracia eram cristão novos que como muitos guadavam em segredo os princípios judaico em suas casas e mesmo com todas as dificuldades consequiram passar para os seus filhos esses valores.</div>
<div dir="auto">Com a morte do marido, Dona Gracia em Portugal vai ter uma situação de respeito e destaque,onde a corte portuguesa vai depender muito de seus favores, que com muita sabedoria e cuidado Dona Gracia vai usar esse seu poder como forma de enfrentar a Inquisição em Portugal, exigindo certa liberdade e direitos aos cristãos novos.</div>
<div dir="auto">Essa situação vai levar Dona Gracia ter que fugir de Portugal e trasferir toda a sua fortuna a Belgica ,onde com ajuda de seu sobrinho Don Yosef Hanasi vai administrar seus negócios.</div>
<div dir="auto">Na Bélgica também a situação fica muito ruim para Dona Gracia onde os tentáculos da inquisição vai a ameaçar seus projetos, tendo que fugir da Belgica e se trasferir para Venesia,e de lá para o Ducado de Ferrara na Italia que dará a ela toda a sua proteção, isso vai possibilitar a Dona Gracia a voltar a praticar o judaismo de forma aberta, e trasforma Ferrara num refúgio para muitos cristão novos a voltar ao Judaísmo.</div>
<div dir="auto">Vai ser em em Ferrara que Dona Gracia vai ajudar a traduzir o famoso Tanah de Ferrara em Ladino idioma usado entre os Judeus de origem de Portugal e Espanha.</div>
<div dir="auto">Mas a situação também em Ferarra fica perigosa, pois o Ducado sofre ameaça diretamente do Papa Paulo IV que ameaça a fazer uma intervenção bélica, Isso vai levar Dona Gracia em 1552 a ser convidada pelo Sultão Sulimão " O Grande" a trasferir toda a sua fortuna e sua vida ao Império Otomano ,O Sultão oferece a Dona Garcia garantias de poderes e regalias . Dona Gracia aceita o convite do Sultão porém pede a cidade de Jerusalém para ser governada por ela, o Sultão nega o pedido de Dona Gracia, mas oferece em troca a cidade de Tiberias.</div>
<div dir="auto">Já vivendo no Imperio Otomano Dona Gracia em 1556 vai organizar um boicote no porto de Anacona dentro do próprio território do Papa Paulo IV, como represália ao sofrimento e das persequições que sofrem os Bnei Anussim ( cristão novos).</div>
<div dir="auto">Em Tiberias Dona Gracia vai construir as muralhas da cidade, vai abrir vários centros de estudos judaico, constrói fabrica de seda e de lã e o mais importante Tiberias será um grande refúgio dos Judeus Bnei anussim (cristão novos) que voltam ao Judaismo sob a sua proteção, e sem a necessidade da conversão, e sim de retorno como bem definiu o sábio Maimonides.</div>
<div dir="auto">Dona Graça faleceu em 1569 ! Era considerada para muitos judeus de Bnei Anussim (cristão novos) "A Rainha" " A Senhora" Dona Gracia não conhecia o termo moderno de Sionismo, mais hoje com a descoberta de sua fantástica historia toda documentada, podemos dizer que Dona Gracia foi a primeira percursora do Sionismo antes mesmo de Thedoro Hertzl. Ela já no seu tempo dizia que os Judeus deviam abandonar a diáspora e voltar a viver na terra de Israel.</div>
<div dir="auto">Finalmente em 2010 Dona Gracia foi consagrada pelo governo de Israel por sua contribuição ao estado Judeu Moderno e especificamente ao desenvolvimento da cidade de Tiberias.</div>
<div dir="auto">Existe uma reverência que até hoje é cantada pelos Bnei anussim em homenagem a Dona Gracia – "A Senhora" ou como muitos gostavam de chamar "A Rainha."</div>
<div dir="auto">Dizem que quando ela chegava nas sinagogas dos Judeus Bnei anussim( Cristão Novos), Dona Gracia era colocada numa cadeira de honra e como reverência diziam:</div>
<div dir="auto">" Dona Gracia, Dona Gracia, Dona Gracia Nosso Amor "</div>
<div dir="auto">" Dona Gracia Dona Gracia, Dona Gracia Por Favor "</div> Judeus abrem sinagoga para 500 muçulmanos BOL Noticiastag:judaismohumanista.ning.com,2019-03-28:3531236:Topic:1264832019-03-28T19:22:10.261ZSérgio Freitas de Oliveirahttp://judaismohumanista.ning.com/profile/SergioFreitasdeOliveira
<p>Judeus abrem sinagoga para 500 muçulmanos sem mesquita fazerem orações Muçulmanos fazendo suas orações na Sinagoga Central, em Nova York Imagem: Reprodução/Facebook Do BOL, em São Paulo 27/03/2019 18h14 Quando um incêndio destruiu uma mesquita em Nova York, no dia 23 de março, a comunidade judia da região não perdeu tempo e cedeu parte de uma sinagoga da cidade para que os mais de 500 muçulmanos que usavam o centro religioso atingido pelo fogo pudessem fazer suas orações da tarde.Quem tornou…</p>
<p>Judeus abrem sinagoga para 500 muçulmanos sem mesquita fazerem orações Muçulmanos fazendo suas orações na Sinagoga Central, em Nova York Imagem: Reprodução/Facebook Do BOL, em São Paulo 27/03/2019 18h14 Quando um incêndio destruiu uma mesquita em Nova York, no dia 23 de março, a comunidade judia da região não perdeu tempo e cedeu parte de uma sinagoga da cidade para que os mais de 500 muçulmanos que usavam o centro religioso atingido pelo fogo pudessem fazer suas orações da tarde.Quem tornou pública a história foi a rabino Angela Buchahl, que compartilhou a história no Facebook e comentou: "Centenas de muçulmanos... - Veja mais em <a href="https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/03/27/judeus-abrem-sinagoga-para-500-muculmanos-sem-mesquita-fazerem-suas-oracoes.htm?utm_medium=social-media&utm_campaign=bol&utm_source=facebook&utm_term=geral&fbclid=IwAR1ELIKYJJ9QO5Or0Pt80bFUkbOCCczqjEeKWnpUI_kmaqg5efs1YX5SF3k&cmpid=copiaecola">https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/03/27/judeus-abrem-sinagoga-para-500-muculmanos-sem-mesquita-fazerem-suas-oracoes.htm?utm_medium=social-media&utm_campaign=bol&utm_source=facebook&utm_term=geral&fbclid=IwAR1ELIKYJJ9QO5Or0Pt80bFUkbOCCczqjEeKWnpUI_kmaqg5efs1YX5SF3k&cmpid=copiaecola</a> sem mesquita fazerem orações Muçulmanos fazendo suas orações na Sinagoga Central, em Nova York Imagem: Reprodução/Facebook Do BOL, em São Paulo 27/03/2019 18h14 Quando um incêndio destruiu uma mesquita em Nova York, no dia 23 de março, a comunidade judia da região não perdeu tempo e cedeu parte de uma sinagoga da cidade para que os mais de 500 muçulmanos que usavam o centro religioso atingido pelo fogo pudessem fazer suas orações da tarde.Quem tornou pública a história foi a rabino Angela Buchahl, que compartilhou a história no Facebook e comentou: "Centenas de muçulmanos... - Veja mais em <a href="https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/03/27/judeus-abrem-sinagoga-para-500-muculmanos-sem-mesquita-fazerem-suas-oracoes.htm?utm_medium=social-media&utm_campaign=bol&utm_source=facebook&utm_term=geral&fbclid=IwAR1ELIKYJJ9QO5Or0Pt80bFUkbOCCczqjEeKWnpUI_kmaqg5efs1YX5SF3k&cmpid=copiaecola">https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/03/27/judeus-abrem-sinagoga-para-500-muculmanos-sem-mesquita-fazerem-suas-oracoes.htm?utm_medium=social-media&utm_campaign=bol&utm_source=facebook&utm_term=geral&fbclid=IwAR1ELIKYJJ9QO5Or0Pt80bFUkbOCCczqjEeKWnpUI_kmaqg5efs1YX5SF3k&cmpid=copiaecola</a></p> A Portela abre alas para a saga dos judeus no Brasil passar Por PLETZ.comtag:judaismohumanista.ning.com,2018-01-12:3531236:Topic:1186342018-01-12T16:43:56.501ZSérgio Freitas de Oliveirahttp://judaismohumanista.ning.com/profile/SergioFreitasdeOliveira
<p>via WUPJ – Europa, aventura, Companhia das Índias, invasão de piratas, fuga, Mauricio de Nassau, Pernambuco, América, Nova Amsterdam, Nova York. Esta soma de palavras-chave traz em si a saga dos judeus sefaraditas fugidos da inquisição da Península Ibérica. E em pensar que houve em Pernambuco de 1630 e 1644, no tempo do governo do conde Holandês Maurício de Nassau, uma inédita tolerância religiosa entre católicos, calvinistas e judeus. Recife era considerada a “Jerusalém colonial’ do mundo…</p>
<p>via WUPJ – Europa, aventura, Companhia das Índias, invasão de piratas, fuga, Mauricio de Nassau, Pernambuco, América, Nova Amsterdam, Nova York. Esta soma de palavras-chave traz em si a saga dos judeus sefaraditas fugidos da inquisição da Península Ibérica. E em pensar que houve em Pernambuco de 1630 e 1644, no tempo do governo do conde Holandês Maurício de Nassau, uma inédita tolerância religiosa entre católicos, calvinistas e judeus. Recife era considerada a “Jerusalém colonial’ do mundo judaico da diáspora e uma espécie de caldeirão cultural. Mas de repente os eventos mudaram de direção. A vencedora Escola de Samba Portela Rio 2017 viu este cenário como o tema para o carnaval 2018.<br/> O presidente Luis Carlos Magalhães comprou a ideia entusiasmante da artista carnavalesca Rosa Magalhães. “Achei muito oportuno o tema que colocará na avenida um capítulo da nossa história tão desconhecida por nós brasileiros”, justificou o presidente acrescentando também a urgência de assuntos como a xenofobia, a intolerância e o preconceito serem entoados no enredo “De Repente de Lá Pra Cá e Dirrepente de Cá Pra Lá…” e nas batidas da percussão com a participação de milhares de pés dançarinos e plateia na Marques de Sapucaí no Rio de Janeiro, Brasil acompanhados por milhões de expectadores do mundo.<br/>
Os 80 judeus selecionados pela Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro vão cantar e também contar a história do Valk, um dos 16 navios que partiu em desatino com destino a Amsterdam fugindo da inquisição e que no meio do caminho sofreu um naufrágio e foi saqueado por piratas no Caribe. Nova Amsterdam foi o porto que os acolheu e os judeus sobreviventes ajudaram a criar a cidade de Nova York, nos Estados Unidos. “Uma aventura misturada com suor, lágrimas e vitória e presente na Estátua da Liberdade”, reforça Luiz Carlos Magalhães.<br/>
Na base do monumento, o trecho do soneto “Novo Colosso” da judia sefaradita Ema Lazarus escrito em 1883 “Dai-me os seus fatigados, os seus pobres, as suas massas encurraladas ansiosas por respirar liberdade. O miserável refugo das suas costas apinhadas. Mandai-me os sem abrigo, os arremessados pelas tempestades, pois eu ergo o meu farol junto ao portal dourado”. Tão antigo e atual como o contraditório mundo! E o presidente da Portela convida a comunidade judaica para desfilar na Sapucaí e ecoar em uma só voz o canto da diversidade humana que somos nós.<br/>
Nota Importante: dias 2 a 4 de agosto de 2018, Recife será a capital do 6º Encontro Regional da WUPJ América Latina e o lugar onde os judeus são mais que bem-vindos.</p>
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