Todas as Discussões Marcadas 'Educação' - JUDAISMO HUMANISTA2024-03-19T06:09:27Zhttp://judaismohumanista.ning.com/forum/topic/listForTag?groupUrl=personalidades-do-mundo-judaico&tag=Educa%C3%A7%C3%A3o&feed=yes&xn_auth=noEDGAR MORIN - Os Sete Saberes da Educação Por Ana Cláudia Cravo Torlaytag:judaismohumanista.ning.com,2011-09-25:3531236:Topic:527082011-09-25T14:07:37.001ZJayme Fucs Barhttp://judaismohumanista.ning.com/profile/JaymeFucsBar
As escolas podem ser lugares onde aprendemos a ser pessoas livres, responsáveis e engajadas no progresso do nosso lar planetário.<br />
<br />
Introdução<br />
<br />
Este artigo é a síntese do livro Os Sete Saberes Necessários à Educação no Futuro, do filósofo francês Edgard Morin, editado pela Unesco.<br />
<br />
Morin propõe um reforma profunda no sistema de ensino mundial, na qual as disciplinas seriam integradas como parte de um todo e incluiriam os princípios formadores da consciência individual, social e…
As escolas podem ser lugares onde aprendemos a ser pessoas livres, responsáveis e engajadas no progresso do nosso lar planetário.<br />
<br />
Introdução<br />
<br />
Este artigo é a síntese do livro Os Sete Saberes Necessários à Educação no Futuro, do filósofo francês Edgard Morin, editado pela Unesco.<br />
<br />
Morin propõe um reforma profunda no sistema de ensino mundial, na qual as disciplinas seriam integradas como parte de um todo e incluiriam os princípios formadores da consciência individual, social e planetária.]<br />
<br />
Vale a pena conhecer as idéias do filósofo e constatar como ecoam os ensinamentos dos nossos Irmãos Cósmicos, que não se cansam de nos alertar sobre o papel transformador da educação na evolução terrestre.<br />
<br />
<br />
<br />
1. As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão<br />
<br />
É impressionante que a educação, que visa transmitir conhecimentos, seja cega quanto ao que é o conhecimento humano no seus dispositivos, enfermidades, dificuldades, tendências ao erro e à ilusão, e não se preocupe em fazer conhecer o que é conhecer.<br />
<br />
De fato, o conhecimento não pode ser considerado uma ferramenta ready made que pode ser utilizada sem que sua natureza seja examinada. Da mesma forma, o conhecimento do conhecimento deve aparecer como necessidade primeira, que serviria de preparação para enfrentar os riscos permanentes de erro e de ilusão, que não cessam de parasitar a mente humana. Trata-se de armar cada mente no combate vital rumo à lucidez.<br />
<br />
É necessário introduzir e desenvolver na educação o estudo das características cerebrais, mentais, culturais dos conhecimentos humanos de seus processos e modalidades, das disposições tanto psíquicas quanto culturais que o conduzem ao erro ou à ilusão.<br />
<br />
<br />
<br />
2. Os princípios do conhecimento pertinentes<br />
<br />
Existe um problema capital, sempre ignorado, que é o da necessidade de promover o conhecimento capaz de apreender problemas globais e fundamentais para neles inserir os conhecimentos parciais e locais.<br />
<br />
A supremacia do conhecimento fragmentado de acordo com as disciplinas impede freqüentemente de operar o vínculo entre as partes e a totalidade e deve ser substituída por um modo de conhecimento capaz de apreender os objetos em seu contexto, sua complexidade, seu conjunto.<br />
<br />
É necessário desenvolver a aptidão natural do espírito humano para situar todas essas informações em um contexto e um conjunto. É preciso ensinar os métodos que permitam estabelecer as relações mútuas e as influências reciprocas entre as partes e o todo em um mundo complexo.<br />
<br />
<br />
<br />
3. Ensinar a condição humana<br />
<br />
O ser humano é, a um só tempo, físico, biológico, psíquico, cultural, social, histórico. Essa unidade complexa da natureza humana é totalmente desintegrada na educação por meio das disciplinas, tendo-se tornado impossível aprender o que significa ser humano.<br />
<br />
Desse modo, a condição humana deveria ser o objeto essencial de todo o ensino. O capítulo do livro que discorre sobre esse tema mostra como é possível, com base nas disciplinas atuais, reconhecer a unidade e a complexidade humanas, reunindo e organizando conhecimentos dispersos nas ciências da natureza, nas ciências humanas, na literatura e na filosofia, e põe em evidência o elo indissolúvel entre a unidade e a diversidade de tudo que é humano.<br />
<br />
<br />
<br />
4. Ensinar a identidade terrena<br />
<br />
O destino planetário do gênero humano é outra realidade-chave até agora ignorada pela educação. Convém ensinar a história da era planetária, que se inicia com o estabelecimento da comunicação entre todos os continentes no século 16, e mostrar como todas as partes do mundo se tornaram solidárias – sem, contudo, ocultar as opressões e a dominação que devastaram a humanidade e que ainda não desapareceram.<br />
<br />
Será preciso indicar o complexo de crise planetária que marcou o Século 20, mostrando que todos os seres humanos, confrontados a partir de então com os mesmos problemas de vida e de morte, partilham um destino comum.<br />
<br />
<br />
<br />
5. Enfrentar as incertezas<br />
<br />
As ciências permitiram que adquiríssemos muitas certezas, mas igualmente revelaram, ao longo do Século 20, inúmeras zonas de incerteza. A educação deveria incluir o ensino das incertezas que surgiram nas ciências físicas, nas ciências da evolução biológica e nas ciências históricas.<br />
<br />
Seria preciso ensinar os princípios de estratégia que permitiriam enfrentar os imprevistos, o inesperado e a incerteza, e modificar seu desenvolvimento em virtude das informações adquiridas ao longo tempo. É preciso aprender a navegar em meio a um arquipélago de certezas num oceano de incertezas.<br />
<br />
A fórmula do poeta grego Eurípedes, de 25 séculos atrás, nunca foi tão atual: “O esperado não se cumpre e ao inesperado em Deus abre o caminho”. É necessário que todos os que se ocupam da educação constituam a vanguarda ante a incerteza de nossos tempos.<br />
<br />
<br />
<br />
6. Ensinar a compreensão<br />
<br />
A compreensão é, a um só tempo, meio e fim da comunicação humana. Entretanto, a educação para a compreensão está ausente no ensino. O planeta necessita em todos os sentidos de compreensão mútua. O desenvolvimento da compreensão pede a reforma das mentalidades. Esta deve ser a obra para a educação do futuro.<br />
<br />
Daí decorre a necessidade de estudar a incompreensão a partir de suas raízes, suas modalidades e seus efeitos. Este estudo é necessário pois enfocaria as causas do racismo, da xenofobia, do desprezo. Constituiria, ao mesmo tempo, uma das bases mais seguras da educação para a paz, à qual estamos ligados por essência e vocação.<br />
<br />
<br />
<br />
7. A ética do gênero humano<br />
<br />
A educação deve conduzir à antropo-ética, levando em conta o caráter ternário da condição humana, que é ser ao mesmo tempo indivíduo/ sociedade/ espécie. Nesse sentido, a ética indivíduo/espécie necessita do controle mútuo da sociedade pelo indivíduo e do indivíduo pela sociedade, ou seja, a democracia; a ética indivíduo/espécie convoca, no Século 21, à cidadania terrestre.<br />
<br />
A ética não poderia ser ensinada por meio de lições de moral. Deve formar-se nas mentes com base na consciência de que o humano é, ao mesmo tempo, indivíduo, parte da sociedade e parte da espécie. Carregamos em nós essa tripla realidade. Desse modo, todo desenvolvimento verdadeiramente humano deve compreender o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de pertencer à espécie humana.<br />
<br />
Partindo disso, esboçam-se duas grandes finalidades ético-políticas do novo milênio: estabelecer uma relação de controle mútuo entre a sociedade e os indivíduos pela democracia e conceber a humanidade como comunidade planetária. A educação deve contribuir não somente para a tomada de consciência de nossa Terra-Pátria, mas também permitir que essa consciência se traduza em vontade de realizar a cidadania terrena