JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

Branca Gonçalves - A Ruth dos Bnei Anussim em Tras - os Montes -

Era um dia claro e tranquilo na região de Tras – os - Montes antiga rua da Judiaria em Miranda do Douro com suas lindas casas bem decoradas, com suas flores em suas janelas, onde ainda mostrava a beleza e a riqueza que era essa rua que viveram os Judeus no passado.

 

Com a Inquisição já não havia nas rua Judeus, que podiam praticar suas crenças , não existia mais as sinagogas e seus centros de estudo, tudo agora era uma rua nova, a rua da Costanilha.

 

Nessa rua viviam em 1544 centenas de cristão novos, como parte de sua obrigações frenquentavam as Igrejas e seus cultos,mais em segredo muitos ainda guardavam suas praticas judaica.

 

Era um período de medo de insegurança de muitas denúncias, que poderia vir de qualquer lugar , até mesmo dentro de sua própia família,e as consequências eram sempre trágicas e terríveis para todos.

 

Nesse linda primavera de 1544 , chegou a Miranda do Douro o inquisitor o temível Franscisco Gil , que convidou toda a comunidade a vir a fazer parte de uma Missa "muito importante" na Igreja local , e mesmo com muita desconfiança as pessoas se apresentaram, e assim que todos de Miranda do Douro estavam presentes , o Inquisitor Franscisco Gil mandou fechar as Portas e disse:

" Sei que existe nessa cidade praticas judaica, aqueles que querem o perdão e salvar suas almas que se apresentem agora "

 

A Igreja da Sé de Miranda do Douro, que deveria se chamar "a Igreja das Portas Fechadas ",o terror era presente nas faces das pessoas, onde poderia se ouvir o soluçar do medo e as lagrimas que corriam como sangue nos olhos dos desesperados, que sabiam qual seria as consequências desse terrível encontro.

 

Pouco a pouco as pessoas se dirigiam a frente ao inquisitor e se joelhavam como forma de humilhação coletiva beijava suas mãos e pedia clemência " pelos seus erros".

 

Essas pessoas eram levadas e interrogadas e ganhavam sua liberdade denunciando aqueles que não se apresentaram, e assim em 4 de abril de 1544 Branca Gonçalves foi denunciada por seu marido e levada para escuridões das masmorras da inquisição na cidade de Évora.

 

Na acusação de Branca Gonçalves está escrito que ela mantinha praticas judaica de " jejuar e guardar as datas de Yom Kipur, de ter um livro na qual rezava e honrava as leis de Moises".

 

Branca Golçalves mesmo sobre torturas jamais denunciou ninguém de sua família ou de sua comunidade e isso irritou muito as autoridades do auto da fé, onde ficou 5 anos presa,e os seus inquisitores tentaram de tudo para que ela fizesse uma declaração publica na qual teria que abjurar de suas praticas judaica e pedir perdão aos seus erros e beijar o evangélico.

 

Branca Gonçalves era uma mulher de uma coragem exemplar e sempre que se apresentava frente a seus inquisitores se recusava abrir mão de sua fé .

Em uma de suas audiências em publico ela declarou:

" Eu Branca Gonçalves, não tenho nada que confessar e nem pedir nenhuma misericórdia tudo que está escrito sobre mim é verdade sou do povo judeu e acredito somente nas leis de Moises." E para finalizar disse " Se é para morrer que me matem se é para me queimar viva que me queimem "

 

Em 12 de abril de 1549 Branca Gonçalves para salvar seu irmão Manuel Gonçalves preso e torturado colocou a mão no evangélico e pediu perdão de seus atos, parece que tinha um plano bem armado junto com seu irmão, pois logo que consequiram sua liberdade sob condição de penitências, os dois sumiram de Portugal alguns dizem que consequiram chegar até o império Otomano e depois a Sfat.

 

Nos segredos ainda guardados entre os Bnei Anussim ( Cristão novos) de de Tras - os – Montes, Branca Gonçalves era a encarnação viva de Ruth

"Esse é meu Povo Esse é meus Deus"

 

Fontes ANTT Inquisição de Évora pag. 8905 de Branca Gonçalves

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