JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

Eu acuso Escrito por Marcelo Treistman da Conexão Israel

“Meu protesto inflamado nada mais é que o grito da minha alma” – J´accuse – (Zola. Emile – 1898)

Eu acuso.

Eu acuso todos aqueles que contribuem para a manutenção do ciclo de terror entre israelenses e palestinos.

Eu acuso aqueles que insistem em acreditar que o conflito entre Israel e o Hamas é embasado em uma disputa territorial, quando na verdade estamos diante de uma questão basicamente religiosa. Eu acuso aqueles que confundem a “causa do Hamas” com a “causa palestina”.

O Hamas é um grupo que instituiu um sistema político em Gaza que se repete em muitos países islâmicos. Lá não há separação entre a religião e o Estado e a consequência é que a religião nunca deixou de ser referência na prática cotidiana de suas instituições. Estas leis religiosas justificam em pleno século XXI a imposição de uma ditadura teocrática que relega as mulheres o status de animais de procriação, ordenam o assassinato de homossexuais, influenciam na destruição e no rebaixamento das minorias, requerem a eliminação de qualquer oposição, além é claro, de cassar todas as liberdades individuais.

Eu acuso aqueles que enxergam o Hamas como “militantes da liberdade” porque a simples observação do que ocorre em Gaza e nos países islâmicos já deveria ser suficiente para compreender que este grupo terrorista deseja apenas a liberdade de oprimir – livremente – o seu seu próprio povo e todos os demais povos que tiverem a infelicidade de cair sob seu controle.

Eu acuso aqueles que não percebem que o Hamas é muito honesto em sua natureza religiosa fundamentalista, que não lhe permite e não lhe permitirá posições diplomáticas mais sofisticadas. Para eles as coisas são sempre colocadas preto no branco porque eles (que se dizem tradutores da palavra de Deus) não poderão chegar amanhã e dizer que Deus mudou de ideia quanto a imposição de um califado isâmico de âmbito mundial.

Eu acuso aqueles que aceitam o terrorismo como uma forma válida de reinvidicação política. O terror que explode supermercados lotados, que sequestra e assassina civis e que lança foguetes sobre áreas habitacionais de Israel é a ferramenta utilizada pelo regime que objetiva a eliminação de qualquer obstáculo ao sonho da islamização do mundo.
Eu acuso aqueles que ainda não entenderam que o Hamas é mais um elemento de uma visão totalitária que desafia o mundo livre e os valores ocidentais que nós tanto prezamos. Eu acuso aqueles que cegos, não enxergam o que ocorre hoje no Iraque, na Síria, na Espanha, nos EUA. Notem que Israel é apenas um pequeno e bravo incômodo no meio do caminho entre vocês e estes animais. Uma pequena barreira entre você e a Idade Média.

Eu acuso aqueles que quando instados a revelar o que o Hamas estaria disposto a ceder para o fim do conflito não conseguem exibir nenhuma prática ou discurso que demonstra a sua disposição para estabelecer um compromisso verdadeiro para uma convivência com o diferente.

Eu acuso aqueles que insistem em ignorar que Israel é um Estado judeu que desperta a animosidade religiosa entre muitos muçulmanos. Que a nossa soberania sobre Jerusalém e a construção de assentamentos certamente amplificam esta agressão, mas é a própria existência de Israel como uma entidade não-islâmica autônoma em uma terra sagrada para o Islã (e rodeado pelo Islã) é que cria a agressão direta contra a pequena nação judaica “dentro” de um vasto mundo fundamentalista.
Eu acuso aqueles que negam a necessidade moral dos judeus de terem soberania em sua pátria. Aqueles que negam a força atávica do antissemitismo que por milênios negou aos judeus, em todas as partes, o direito à segurança, à igualdade e até mesmo à vida. Os que constestam a ligação histórica e espiritual dos judeus com a terra de Israel e que maldosamente confundem o sionismo com um projeto colonialista.

Eu acuso os que se esquecem da História e que desconsideram o que falavam e o que escreveram os ideólogos do sionismo: eles sempre reconheceram a existência de uma população árabe local e de forma contumaz ressaltaram a importância da convivência pacífica entre os povos. Acuso aqueles que rejeitam o conhecimento do que está escrito na Declaração da Independência de Israel que “estende a sua mão numa oferta de paz com seus vizinhos”. Os que desmerecem o desejo da maior parte da sociedade israelense de que os palestinos formem um país que conviva com o meu e que o aceite como parceiro no desenvolvimento da região.

Eu acuso a utopia que sonha com o dia em que os terroristas encontrem o caminho da razão e mudem o seu discurso, negando a sua própria identidade e renunciando aos seus objetivos tão publicamente declarados. O fundamentalismo islâmico é uma ideologia radical que jamais poderá fazer concessões e possui o mesmo gérmen anti-democrático do fascismo e do nazismo. Eu acuso o desvio de inteligência que confunde o Islã com o fundamentalismo islâmico, mas não posso deixar de acusar aqueles que negam o fato de que ele existe.

Eu acuso aqueles que ainda não compreenderam que nenhum palmo de terra é “propriedade” de nenhum povo. Que nenhum deus, nem Allah, nem Elohim, são funcionários cadastrados no Registro de Imóveis. Que ainda não atentaram que a Suécia não “pertence” de verdade aos suecos, bem como o Brasil não “pertence” de verdade aos brasileiros. Que o que existe entre o Brasil e o seu povo é a existência de um sentimento profundo, uma consciência coletiva e ligação espiritual com esta terra e que isso é muito mais intenso e verdadeiro do que qualquer direito emanado por um código, atribuído por lei ou concedido por qualquer organização mundial.

Eu acuso aqueles que negam a narrativa judaica sobre a sua ligação com Israel com a mesma força e intensidade que eu acuso aqueles que negam a narrativa dos palestinos sobre a sua ligação com a Palestina. Que não compreendem que a disputa territorial pelo mesmo pedaço de chão chegará ao fim quando forem negociadas duras concessões entre as partes, sem entender que nenhuma parte será suicida para negociar a sua destruição.
Eu acuso aqueles que aceitam e justificam a colonização dos territórios ocupados por Israel após sucessivas vitórias militares deste pequeno país em guerras que almejavam a sua destruição. Eu acuso aqueles que são coniventes com a expansão dos assentamentos e controle militar opressivo que e acabam por negar de forma incisiva o direito de auto-determinação de todo povo palestino.

Eu acuso aqueles que, míopes para todo este quadro, rejeitam o direito de Israel de defender a sua população diante de uma clara agressão ao país perpetrada por um grupo terrorista. Aqueles que ousam comparar o exército de Israel a um esquadrão da morte, de uma instituição sádica que não valoriza vidas inocentes. Eu acuso aqueles que não explicam porque um país que possui um exército mais forte, com equipamentos de mais alta tecnologia e treinamento de qualidade inquestionável demora tanto para realizar o propagandeado “genocídio” sobre a população palestina. Qual lógica pode esclarecer como pode haver “limpeza étnica” em uma região que apresenta uma explosão de crescimento populacional?

Eu acuso aqueles que ainda não entenderam que foguetes lançados por fundamentalistas sobre zonas habitacionais matam e destroem e que o fato dos terroristas não terem sucesso em seu intento, não pode apagar o fato de que existiram reiteradas tentativas de assassinato deliberado. Os que acham que o terror não transforma a vida do israelense. Que acredita que é possível dormir depois do barulho ensurdecedor de uma sirene que avisa que um foguete que deseja te matar foi lançado sobre a sua cabeça.
Eu acuso aqueles que acreditam que para não fortalecer o terrorismo, devemos tolerar o terrorismo. Os que acreditam que a passividade diante da agressão é uma opção legítima e moral. Eu acuso aqueles que ao analisar a resposta militar de Israel ao ataque do Hamas, criticam o governo israelense em todos os seus erros relacionados a “causa palestina”, porque são eles que traduzem de forma errada para o mundo que o terrorismo islâmico deseja “negociar terras ou uma vida melhor para o seu povo”.

Eu acuso aqueles que tentam explicar a atual agressão do Hamas a Israel unicamente através de uma ótica marxista que precisa identificar o opressor e o oprimido na luta por bens materiais e recursos naturais. Eu acuso aqueles que acreditam (em sua soberba e arrogância) que o fundamentalismo islâmico só existe porque o mundo ocidental o criou. E que se culpam. Que não entendem que nós devemos ajudar os palestinos, mas a transformação verdadeira daquela realidade só ocorrerá quando aquela sociedade se rebelar de forma inequívoca – e como agente principal – contra o absolutismo religioso que não se importa em causar as suas mortes. Os civis da Faixa de Gaza não morrem “em nome da liberdade”, morrem porque o seu governo é contrario a ela.

Acuso aqueles que deixam de se pronunciar sobre a realidade incomum que vive o meu país: Israel é um Estado judeu inserido em um mundo árabe, um Estado ocidental inserido no mundo islâmico, e uma democracia inserida em uma região conhecida pelas suas tiranias.

Os que buscam simplificar uma realidade complexa e que se escondem em maniqueísmos infantis e em um tolo pacifismo revelando a sua completa ignorância e um desejo velado de que a paz seja alcançada com o fim de Israel.

Eu acuso.

Eu acuso todos vocês.

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