JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

 

Shamor ve         Zachor
       
       
        Somos ordenados a lembrar         do Shabat; mas lembrar significa muito mais que meramente não esquecer         de guardar o Shabat. Significa também lembrar do significado do         Shabat, tanto como uma celebração da Criação         como para comemorar a nossa libertação da escravidão         no Egito. Em Shemot 20:11, depois que o quarto Mandamento foi instituído pela primeira vez, D’us explica: "Durante seis dias o Eterno criou os céus e a terra, e mar e tudo que existe neles, e no sétimo dia, descansou: portanto, o Eterno abençoou o dia do Shabat e o santificou."
       
        Ao descansar no sétimo dia e santificá-lo, lembramos e reconhecemos         que D’us é o Criador do céu e da terra e de todos         os seres vivos. Nós também imitamos o exemplo Divino, abstendo-nos         de trabalho no sétimo dia, como D’us fez. Se a obra de D’us         pode ser deixada de lado para um dia de descanso, como podemos acreditar         que nosso próprio trabalho é importante demais para ser         deixado temporariamente de lado?
       
        Em Devarim 5:15, enquanto Moshê reitera os Dez Mandamentos, ele         assinala a segunda coisa que devemos lembrar no Shabat: "Lembra-te         que foste um escravo na terra do Egito, e o Eterno, teu D’us, o         tirou de lá com mão poderosa e um braço estendido;         portanto o Senhor teu D’us te ordenou guardar o dia do Shabat."
       
        O que tem o Êxodo a ver com o descanso no sétimo dia? Trata-se         de liberdade. Como eu disse antes, nos tempos antigos o lazer estava destinado         a determinadas classes; os escravos não tinham dias de descanso.         Assim, ao descansar no Shabat, somos lembrados de que somos livres. Porém         num sentido mais geral, o Shabat nos liberta de nossas preocupações         dos dias da semana, nossos prazos e horários e de nossos compromissos.         Durante a semana, somos escravos de nossos empregos, de nossos credores,         e da necessidade de prover por nós mesmos; no Shabat, somos libertados         destas preocupações, assim como nossos ancestrais foram         libertados da escravidão no Egito.
       
        Lembramos destes dois significados do Shabat quando recitamos o kidush         (a prece sobre o vinho, santificando o Shabat ou um Dia Festivo). O kidush         de sexta-feira à noite refere-se ao Shabat tanto como zikkaron         l’ma’aseh bereshit (um memorial do trabalho no princípio)         e zeicher litz’at mitzrayim (uma lembrança do êxodo         do Egito).
       
        Shamor: observar
        Obviamente, nenhuma discussão sobre o Shabat estaria completa sem         discorrer sobre o trabalho que é proibido no Shabat. Este é         um outro aspecto do Shabat que é mal entendido por pessoas que         não o guardam.
       
        A maioria das pessoas vê a palavra "trabalho" e pensam         sobre ela no sentido do literal: trabalho e esforço físico,         ou emprego. Sob esta definição, acender uma luz seria permitido,         porque não exige esforço, mas um rabino não poderia         conduzir os serviços do Shabat, porque este é seu emprego.         A Lei Judaica proíbe o primeiro e permite o segundo. Muitos, portanto,         concluem que a Lei Judaica não faz o menor sentido.
       
        O problema não está na Lei Judaica, mas na definição         que é usada. A Torá não proíbe o "trabalho"         no sentido empregado no século 21. A Torá proíbe         "melachá" (Mem-Lamed-Alef-Hê), que geralmente é         traduzido como "trabalho", mas não significa exatamente         o que as pessoas imaginam. Antes que você possa começar a         entender as restrições do Shabat, é preciso que entenda         a palavra "melachá".
       
        Este termo refere-se ao trabalho criativo, ou que exerce controle ou domínio         sobre nosso ambiente. A palavra pode estar relacionada com "melech"         (rei; Mem-Lamed-Kaf). O exemplo perfeito de melachá é o         trabalho de criar o universo, que D’us cessou no sétimo dia.         Veja que a obra de D’us não exigiu um grande esforço         físico: Ele falou, e foi feito.
       
        A palavra melachá raramente é usada nas Escrituras fora         do contexto do Shabat e restrições dos dias festivos. O         único outro uso repetido da palavra está na discussão         da construção do santuário e seus recipientes no         deserto (Shemot cap. 31, 35-38). Notavelmente, as restrições         do Shabat são reiteradas durante esta discussão (Shemot         31:13), assim podemos deduzir que a obra de criar o santuário teve         de ser parada para o descanso e santificação do Shabat.         A partir daí, os rabinos concluíram que o trabalho proibido         no Shabat é o mesmo que o trabalho para criar o Santuário.         Eles encontraram 39 categorias de ações proibidas, e todas         são tipos de trabalhos que foi preciso fazer na construção         do Mishcán, Santuário.
       
        1.Semear
        2.Arar
        3.Colher
        4.Agrupar feixes
        5.Debulhar
        6.Joeirar - dispersar
        7.Escolher
        8.Moer
        9.Peneirar
        10.Fazer massa
        11.Assar
        12.Tosquiar
        13.Lavar a lã
        14.Desembaraçar a lã
        15.Tingir a lã
        16.Fiar
        17.Esticar e tecer
        18.Dar dois nós
        19. Tecer dois fios
        20. Separar duas linhas
        21. Atar
        22. Desatar
        23. Costurar
        24. Rasgar
        25. Caçar
        26. Abater
        27. Pelar o couro
        28. Curtir o couro
        29. Alisar o couro
        30. Demarcar o couro
        31. Cortar
        32. Escrever ou esculpir letras
        33. Apagar
        34. Construir
        35. Destruir ou demolir
        36. Acender fogo
        37. Apagar ou diminuir o fogo
        38. Bater com martelo (terminar a manufatura de qualquer objeto)
        39. Levar um objeto de um domínio privado para o público,         ou transportar um objeto em domínio público.

     

Mishná         Shabat, 7:2

     

Todas estas tarefas         estão proibidas, bem como qualquer trabalho que opere pelo mesmo         princípio ou tenha o mesmo objetivo. Além disso, os rabinos         proibiram entrar em contato com qualquer implemento que poderia ser usado         para um dos propósitos acima (por exemplo, não se pode tocar         um martelo ou um lápis), viajar, comprar e vender, e outras tarefas         dos dias da semana que poderiam interferir com o espírito do Shabat.
       
        O uso da eletricidade é proibido porque serve à mesma função         que o fogo ou algumas das outras proibições, ou porque é         tecnicamente considerada como "fogo".
       
        A questão do uso do automóvel no Shabat, tão freqüentemente         discutida por judeus não observantes, não é um tema         controverso para os judeus religiosos. O automóvel funciona com         base num motor de combustão interna, que opera queimando gasolina         e óleo, uma clara violação da proibição         da Torá contra acender um fogo. Além disso, o movimento         do carro constituiria transportar um objeto no domínio público,         outra violação da proibição da Torá,         e com toda a certeza o carro seria usado para percorrer uma distância         maior que a permitida pelas proibições rabínicas.         Por todos estes motivos, e muitos mais, o uso de um carro no Shabat não         é permitido.
        Como ocorre com quase todos os Mandamentos, todas as restrições         do Shabat podem ser violadas se necessário para salvar uma vida.
       
        Um Shabat típico
        Toda a sexta-feira, judeus shomer Shabat, (que cuidam do Shabat), deixam         o escritório para começarem os preparativos. O estado de         espírito é semelhante a quando se prepara para a chegada         de um convidado querido e especial. A casa é limpa, a família         toma banho e se veste, as melhores louças são colocadas         à mesa, uma refeição festiva é preparada.         Além disso, tudo que não pode ser feito durante o Shabat         deve ser preparado com antecedência: luzes e aparelhos são         ligados (ou timers colocados neles, se a família costuma fazer         dessa forma), a lâmpada da geladeira deve ser removida, para que         não acenda quando a porta for aberta, e os preparativos para as         refeições do Shabat devem ser feitas.
       
        O Shabat, como todos os outros dias judaicos, começa ao anoitecer,         porque na história da Criação em Bereshit cap.1,         está escrito: "E era noite, e era manhã, dia um."         A partir daí, deduzimos que um dia começa com o anoitecer,         ou seja, o pôr-do-sol. As velas do Shabat são acesas e uma         bênção é recitada no máximo até         dezoito minutos depois do pôr-do-sol. Este ritual, desempenhado         pela mulher da casa, assinala oficialmente o início do Shabat.         Duas velas são acesas, representando os dois mandamentos: zachor         e shamor. Há um costume de acender uma vela adicional a cada filho         que nasce, além das duas originais, e de meninas, a partir de três         anos, acender sua própria vela, auxiliada por sua mãe, que         deverá em seguida acender a sua. A família então         poderá participar de um Cabalat Shabat em uma sinagoga próxima         a sua casa.
       
        Ao retornar da sinagoga, a família se mantém unida em torno         da mesa. O homem da casa recita o Kidush, uma prece sobre o vinho, santificando         o Shabat. A prece usual para comer pão é recitada sobre         duas chalot. Então a família saboreia o jantar. Embora não         haja exigências específicas ou costumes sobre o que comer,         geralmente as refeições são constituídas de         cozido ou alimentos de cozimento lento, por causa da proibição         de cozinhar durante o Shabat.
       
        Depois do jantar, o bircat hamazon (Graças Após as Refeições)         é recitado. Embora isso seja feito todos os dias, no Shabat é         feito de maneira mais relaxada.
       
        Quando tudo isso já foi completado, geralmente são 9 horas,         ou mais. A família tem uma hora ou duas para conversar ou estudar         Torá, e depois vai dormir.
       
        Na manhã seguinte, os serviços do Shabat começam         por volta das 9 horas e continuam até cerca de meio-dia. Após         os serviços, a família diz o Kidush novamente e tem outra         refeição festiva. Uma refeição típica         é o cholent, um cozido preparado lentamente. Quando birkat hamazon         é recitada, são cerca de duas horas da tarde. A família         estuda Torá por algum tempo, conversa, faz uma caminhada. É         comum uma breve soneca no meio da tarde. É tradicional fazer uma         terceira refeição antes do final do Shabat. Esta geralmente         é uma refeição leve no final da tarde.
       
        O Shabat termina ao cair da noite, quando três estrelas estão         visíveis, cerca de 40 minutos após o pôr-do-sol. Na         conclusão do Shabat, a família desempenha um ritual de encerramento         chamado Havdalá (separação, conclusão). São         recitadas bênçãos sobre o vinho, especiarias (cravo)         e velas. Então é recitada uma bênção         a respeito da divisão entre o sagrado e o secular, entre o Shabat         e os dias comuns da semana, etc.
       
        O Shabat é portanto um dia repleto, único e extremamente         relaxante. Você não sente falta do celular, de dirigir seu         carro ou fazer compras. Para isto você tem seis dias inteirinhos         da semana para se programar.
        Tente!
        Vale a pena!

 

Fonte: CHABAD

 

 

Obs.: confesso que vivendo na diáspora, tem regra que é difícil de cuprir. Por exemplo: não pegar carro para ir a sinagoga.  Como vou a sinagoga então? Só se fizer uma sinagoga na minha própria casa. Mas, e a  comunhão com os outros tzadikim no estudo da Toráh? E como reunir um Minyan? Se os outros tzadikim terão de vir à minha casa? Ou então, ficar bem rico para morar nos centros onde haja maior concentração de tzadikim. Mas, nem todos tem o mazal tov de ficar muito rico. Já sei !!!  Pedir a "H" que mande um rabino tzadik ou três para fazer uma berachá ou Brachá na minha casa para eu ficar muito rico.

 

Baruch Shofar.

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