JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

O OVO OU A GALINHA?

 

 

 

 

Não somos poucos os que estamos cansados de repetir e repetir e repetir o que para nós é a grande verdade: cada morto palestino deve ser acrescentado à conta dos líderes da ANP e de Hammas, porque eles não  souberam conduzir o seu povo até a Paz por eles prometida, e cada judeu inocente assassinado pelos fanáticos fundamentalistas islâmicos deve ser adido à já longa conta (tanto em anos como em mortos) dos sucessivos governos israelenses que sob o pretexto de defender o Estado de Israel o que de fato fizeram foi deixá-lo prostrado numa situação de total penúria ética, além de ter minado a dignidade do povo, os princípios sobre os quais se fundou o Israel, e as possibilidades de um futuro viável para esse Estado.


Não temos o direito de esquecer que os fundamentalistas palestinos (Jihad com todas as suas facções, Hammás e demais similares), jamais aceitaram a partição da Palestina votada pela ONU em 1947, a mesma que deu origem ao Estado de Israel.


De igual forma não  podemos ignorar que as principais forças políticas que conduzem atualmente o Estado de Israel - grande parte de Herut; remanescentes de Lehi, Etzel, Stern e outros grupúsculos judeus de extrema-direita que se dedicavam a torpedear os esforços de paz de Ben Gurion, Golda e demais companheiros do Palmách, matando não  apenas ingleses e árabes, mas também judeus (Arlozorov não me deixa mentir) – tampouco aceitaram renunciar ao Grande Israel bíblico.


De uma coisa muitos estamos certos: enquanto os líderes não arquivarem o passado não  estarão em condições de negociar o futuro.


De outra também: enquanto condenemos as atrocidades que comete o nosso inimigo sem dar importância às que se cometem em nosso nome; enquanto combatamos o terrorismo com terrorismo, a luz que brilhará no fim do túnel não  será a da Paz, mas a da lâmpada da porta do cemitério. Tanto para Israel quanto para o povo palestino.


E desta também temos certeza absoluta: enquanto Israel não  se retirar de praticamente TODOS os territórios (com retoques cosméticos de fronteira), continuará sendo considerado o principal culpado e também a maior vítima, porque a ocupação é – além de um atropelo à legalidade nacional e internacional – um câncer que tem transformado pouco a pouco o Estado de Israel numa republiqueta antidemocrática, com cada vez mais miséria; com cada vez menos respeito aos direitos humanos de todos os humanos; com cada vez maior peso político dos grupos de pressão ultra-religiosos ou da extrema-direita laica que não  aceitam as regras do jogo democrático.


Proibido esquecer que um Estado de direito não  pode atuar como um bando de terroristas, e é isso o que Israel está fazendo:

  

 

1.- Assassinatos seletivos – A maior mancha preta na história recente do Estado, pois não  valem as desculpas, porque nada, absolutamente nada, autoriza a um governo a atuar de forma criminosa para combater o crime.

 

2.- A construção  do muro da vergonha, ou como queiram chamá-lo – instaura novamente o espírito do gueto que cada judeu leva no DNA, mas porque foi  construído sobre terra que não  pertence a Israel – mostra que a intenção foi e continua sendo dupla: proteger e anexar.

 

3.- A vergonhosa campanha contra todos os paises e contra todas as pessoas que se opõem à política do atual governo.

Tomemos como exemplo a França, que a pesar do grande contingente de muçulmanos que habita no país (mais de cinco milhões), é um Estado que sempre ajudou e protegeu à grande comunidade judaica que lá vive e que não  deseja sair de lá e ir para Israel nem que lhes paguem para isso. Apenas os que passam dificuldades econômicas são candidatos potenciais para fazer aliá.

 

4.- Campanhas jornalísticas orquestradas pelo governo contra parcelas importantíssimas da diáspora judaica (uma grande parte opõe-se à política de Netaniahu), chegando-se ao  extremo de acusar de traidores aos que ousam abrir a boca para protestar contra a política de desprezo aos direitos humanos imposta por Biniamin Netaniahu e sua trupe.

 

O que sim… que ninguém tenha a menor dúvida de que existem tantos ou mais argumentos para com eles contestar a todos os que defendem a atuação do fundamentalismo político e religioso  muçulmano que dirige o apocalipse desde os territórios ocupados (e sobre esta parte da história a direita israelense tem também parte de culpa, pois se dedicou com tenacidade a destruir intencionalmente o único poder moderador que existia: a Autoridade Nacional Palestina, acabando com a Policia palestina que mantinha os movimentos terroristas sob vigilância; destruindo o registro civil dos habitantes; aniquilado a pobre infra-estrutura rodoviária; desmantelando o próprio conceito de autoridade, etc.), para poder afirmar, como muitos dos atuais ministros fazem hoje, que não  há com quem falar e muito menos com quem dialogar e negociar.


Se bem ninguém pode acusar ou condenar os palestinos por matar soldados de Israel ou colonos armados (porque são a força ocupante segundo a definem as leis internacionais assinadas por Israel, o que as põe na linha de fogo da insurgência palestina), sim podem ser acusados dos atentados suicidas e da morte de inocentes por meio de foguetes Kassam ou de outro tipo de fabricação caseira. Não é difícil perceber que a mensagem deles ao disparar tais foguetes é “….Olhem! Não  há muro que possa conosco!...”


Somos muitos os que entendemos como única solução ao conflito a imposição de uma força internacional (não apenas americana, porque é um país nada imparcial), que separe de fato o que nunca esteve nem estará unido de direito: Israel e Palestina.


Promover a retirada humana de todas as colônias, deixando intata a infra-estrutura (casas, plantações, estradas, depósitos de água, etc.) que deverão ser comprados com fundos arrecadados nos paises árabes ricos para serem usados pelo povo palestino no seu novo Estado independente e soberano - uma vez criado - o primeiro passo será dotá-lo de um exército regular, porque é muito mais fácil combater a um exército que a grupos, grupúsculos e grupinhos de terroristas/combatentes/guerrilheiros anônimos, os quais passarão – por inércia – a ser um problema do novo Estado, já que provavelmente dedicar-se-ão a desestabilizar o governo.


Uma vez completado todo esse processo, Israel poderá comunicar ao mundo que se retirou definitivamente da quase totalidade dos territórios ocupados em 1967 com pequenas correções   de fronteira e aceitaço definitiva de Jerusalém como capital - indivisível geograficamente - de dois Estados,o que se transformará na melhor prova das boas intenções do Estado de Israel.


A partir desse momento Israel voltará a ser um país digno das tradições   milenares do povo judeu, e se depois acontecesse a desgraça de ser atacado pelo exército palestino, teria então todo o direito e o apóio internacional para defender-se com todas as armas que disponha.


Bem, o tema é inesgotável. Sinceramente penso que estou falando por muitos ao não  esconder o fato de que sou muito pessimista quanto às possibilidades reais de que o conflito possa ser solucionado a curto prazo, já que a dinâmica atual requer um líder que queira revertê-la, e esse líder inexiste.  E se para desgraça do mundo (assim pensamos muitos) o governo americano estará de mãos atadas devido à forte pressão do Congresso, não  vejo que possa solucionar-se a meio nem a longo prazo, e então o único que nos restará será lamentar-nos ao  comprovar uma vez mais que começar a odiar e a matar é muito mais fácil que terminar de odiar ou matar. Tomara a realidade me desminta.

 

Bruno Kampel

 

 

 

 

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