JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

POR QUE ESTAMOS AQUI REUNIDOS ESTA NOITE? E O QUE TEM ESTA NOITE DE TÃO ESPECIAL? A HISTÓRIA E O SENTIDO DO SÊDER DE PÊSSAH Davy Bogomoletz

POR QUE ESTAMOS AQUI REUNIDOS ESTA NOITE?

E O QUE TEM ESTA NOITE DE TÃO ESPECIAL?

 

A HISTÓRIA E O SENTIDO DO SÊDER DE PÊSSAH*

5770 - 2010

Davy Bogomoletz

 

Quando a Hagadáh de Pêssah foi escrita (ao longo de um longo tempo), os que a escreveram eram escravos.

Mas não eram mais escravos do Faraó no Egito - isso já tinha acontecido mais de mil anos antes.

Eram escravos de um rei muito pior, de um país muito mais poderoso e cruel: o Império Romano.

E na época em que era escrita a Hagadáh, o próprio Egito também era escravo do Império Romano.

Então perguntamos: Por que passar o Sêder falando do Faraó e do Egito,

se o inimigo na época era o Imperador de Roma?

Veja a continuacao do texto no arquivo abaixo!

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Davy como sempre brilhante os seus pensamentos!
Realmente uma excelente reflexao que todos deveriamos fazer antes de ler a Hagada, na minha opiniao pesssoal acho que o seu texto poderia ser parte integral da Hagada, pois a Hagada tem com misao de passar uma menssagem forte a cada geracao e acho que o sentido de sua messangem tem muito do que particularmente acredito que eh a escencia do que queremos passar para os nossos filhos no pessach, que eh essa conciencia de que nossa liberdade (Herut) esta sob condicoes Tinai" . Que como judeus e seres humanos devemos entender que somente seres totalmente livres quando neste mundo nao va existir mais escravidao! Minha liberdade depende da sua liberdade a nossa liberdade depende da existencia da liberdade do outro ser , povo, ou nacao.
“Se eu não sou por mim, quem será? E, se sou só por mim, o que sou? E se não agora, quando?” (Pirkei Avot / Ética dos Ancestrais, 1:14)

Chag Pessach Sameach
Jayme, você realmente pegou o essencial do que eu quis dizer. Ou fomos TODOS criados pela mesma Entidade Divina, ou 'Entidade Divina' não tem o menor sentido. Um Deus 'particular' não tem valor algum. Os nossos "çábios" dizem que Deus é nosso, porque nós é que sabemos cultu´-lo, e os Cristãos e Muçulmanos dizem exatamente a mesma coisa. Qual dos três grupos está certo? E como cada grupo "sabe" o que esse Deus quer, se todos eles juram de pés juntos que Deus é Incognoscível, Inabarcável, Inapreensível? Então que tipo de contradição idiota é essa? Se cada um acredita em sua versão, isto apenas glorifica o Criador porque mostra como Ele conseguiu criar um Homem criativo ao extremo, a ponto de criar tantas culturas diferentes, cada uma tão rica quanto as outras. Se fosse um Deus burro, ou incompetente, teria criado um Homem limitado, que falasse uma só língua e dissesse sempre a mesma coisa.
Então eu digo: Ou Deus existe e é como eles dizem (as três palavrinhas acima), e criou um Homem como ele é (capaz de tanta diversidade, um verdadeiro Concerto Sinfônico Universal), ou parem todos eles de dizer bobagens.
Davy.
Muito interessante seu texto, Davy. Bem didático (no bom sentido), enxuto e de sentido abrangente. Aprendi bastante sobre o significado de Pessah. O sentido do dever cristão de amar seus inimigos é difícil de ser apreendido e vivenciado. Tenho dúvidas se mesmo cristãos praticantes vêem isso além de algo como "a arte de engolir sapos". Sua visão trouxe uma luz sobre o verdadeiro sentido desse preceito.
Obrigado pelo comentário, Leo. Quanto ao 'dar a outra face', a minha impressão é de que, ao dizer essas palavras, Jesus tinha em mente o fato de que o Império Romano era, na época, invencível, e de que arriscar a vida enfrentando seus representantes seria um desperdício absoluto de vidas e de força nacional (Jesus era um judeu nacionalista, disso não tenho a menor dúvida). A meu ver, fazia parte da estratégia dele colocar toda a força judaica no amor, não no ódio, e ao pedir que se 'desse a outra face', ele provavelmente desejava que os agressores fossem desmoralizados por esse ato de pseudo-submissão. Não seria difícil levantar a hipótese de que a sociedade romana desconhecia o fenômeno da culpa. Ao dar a outra face, o agredido obrigaria o agressor a sentir culpa, porque a segunda agressão seria contra um adversário já derrotado.
No texto sobre a Hagadáh eu não incluí esse raciocínio, porque de todos os ensinamentos de Jesus esse, a meu ver, é um dos poucos cuja origem judaica é difícil traçar. E como na comemoração do Sêder em minha casa sempre houve convidados não judeus, era também uma forma que encontrei de fazê-los refletir sobre as diferenças entre Judaísmo e Cristianismo.
Um grande abraço e tudo de bom.
Davy.



Leo Agapejev de Andrade disse:
Muito interessante seu texto, Davy. Bem didático (no bom sentido), enxuto e de sentido abrangente. Aprendi bastante sobre o significado de Pessah. O sentido do dever cristão de amar seus inimigos é difícil de ser apreendido e vivenciado. Tenho dúvidas se mesmo cristãos praticantes vêem isso além de algo como "a arte de engolir sapos". Sua visão trouxe uma luz sobre o verdadeiro sentido desse preceito.
Davy, obrigado pela resposta. Vou ser breve, mesmo porque não conseguirei reconstituir o devaneio que me levou a dizer algo sobre o mandamento cristão de amar seus inimigos. Não estava pensando no "dar outra face", mas sua resposta foi válida mesmo assim. Respondo intuitivamente.
Estava lendo o livro dos Provérbios e encontrei o seguinte: "Quem despreza seu próximo demonstra falta de senso, o homem sábio guarda silêncio" (Provérbios, 11, 12).
Primeiro, quero deixar claro que não entendo sua visão de Jesus enquanto um resistente (quase um macabeu?) como uma forma de desprezo no sentido deste provérbio...isso porque temos aqui o pressuposto de que Jesus era um sujeito sábio (segundo o mito cristão), e de que só se despreza o outro, o diferente: aquele que não é aceito como próximo, enfim; o que vai de encontro à noção de humanidade como criação divina.
Uma explicação que ouvi sobre o "dar a outra face" é que esta seeria a melhor maneira de romper o ciclo vingativo que se (re)iniciou com a primeira bofetada. Grosso modo, talvez essa seja uma boa explicação. Pode-se ir mais a fundo, matizando os sentidos de desprezo, vingança, próximo e esboçando as consequências.Já dá o que pensar. Bem, esse é um sentido para o "amar os inimigos" em que pensei.
PS: Aproveitando, aqui vai um pedido: alguém tem um arquivo com o texto da Hagadah de Pessah que possa me enviar? Temo encontrar alguma versão não-confiável na internet.

Obrigado, abs.,
Leo.


Davy Bogomoletz disse:
Obrigado pelo comentário, Leo. Quanto ao 'dar a outra face', a minha impressão é de que, ao dizer essas palavras, Jesus tinha em mente o fato de que o Império Romano era, na época, invencível, e de que arriscar a vida enfrentando seus representantes seria um desperdício absoluto de vidas e de força nacional (Jesus era um judeu nacionalista, disso não tenho a menor dúvida). A meu ver, fazia parte da estratégia dele colocar toda a força judaica no amor, não no ódio, e ao pedir que se 'desse a outra face', ele provavelmente desejava que os agressores fossem desmoralizados por esse ato de pseudo-submissão. Não seria difícil levantar a hipótese de que a sociedade romana desconhecia o fenômeno da culpa. Ao dar a outra face, o agredido obrigaria o agressor a sentir culpa, porque a segunda agressão seria contra um adversário já derrotado.
No texto sobre a Hagadáh eu não incluí esse raciocínio, porque de todos os ensinamentos de Jesus esse, a meu ver, é um dos poucos cuja origem judaica é difícil traçar. E como na comemoração do Sêder em minha casa sempre houve convidados não judeus, era também uma forma que encontrei de fazê-los refletir sobre as diferenças entre Judaísmo e Cristianismo.
Um grande abraço e tudo de bom.
Davy.



Leo Agapejev de Andrade disse:
Muito interessante seu texto, Davy. Bem didático (no bom sentido), enxuto e de sentido abrangente. Aprendi bastante sobre o significado de Pessah. O sentido do dever cristão de amar seus inimigos é difícil de ser apreendido e vivenciado. Tenho dúvidas se mesmo cristãos praticantes vêem isso além de algo como "a arte de engolir sapos". Sua visão trouxe uma luz sobre o verdadeiro sentido desse preceito.

POR QUE ESTAMOS AQUI REUNIDOS ESTA NOITE? E O QUE TEM ESTA NOITE DE TÃO ESPECIAL? A HISTÓRIA E O SENTIDO DO SÊDER DE PÊSSAH Davy Bogomoletz

Eu não consigo ver Jesus como um judeu temente a Hashém ou conhecedor de Torá, até pelo que podemos ver no livro cristão NT, Jesus era um ignorante em Torá. Agora é complicado saber o que é verdade ou mentira em tal livro cristão. Não tenho ódio de Jesus mas não o vejo como um sábio ou algo parecido. Ok o texto segue a linha humanista e isso se torna bacana quando do outro lado da "ponte" temos alguém que vê em nós algo humano, o que geralmente não ocorre em nossos dias, principalmente no mundo arabe e por isso muitos querem nos matar. O texto é bacana mas discordo de muitas coisas ali, e acredito plenamente que D-us deixou para nós judeus um modo de vida que aceitamos ao pé do monte Sinai, e que esse modo de vida pode ser aceito por qualquer povo, basta vivenciar tal vida no seu dia-a-dia.

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