"Nos mantemos comprometidos a observar o ''Mapa do Caminho'' para o processo de paz árabe", disse Abbas em entrevista coletiva concedida em Atenas, depois de se reunir com o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou.
O líder palestino qualificou de "presente valioso para a região" o processo que defende a criação de um Estado independente palestino nas fronteiras de 1967.
Abbas deu as declarações no Palácio do Governo de Atenas um dia após os Estados Unidos desistirem de continuar pressionando Israel para que declare uma nova moratória à construção nas colônias em território ocupado, uma condição exigida pelos palestinos para retomar o diálogo.
"Não resta dúvida de que há uma grave crise", reconheceu o presidente palestino.
Já Papandreou alertou para o risco de um novo fracasso no diálogo de paz. "O único caminho é o êxito (...) Se essas negociações fracassarem novamente haverá uma grande desilusão justificada por parte dos Governos e dos povos, que levará a ideias e ações extremistas", avaliou o primeiro-ministro grego.
Por isso, Abbas expressou seu desejo de que a União Europeia (UE) seja mais ativa neste processo.
"Achamos que chegou o momento da UE, que apoia ativamente o povo palestino, desempenhar um papel político com uma postura mais reforçada junto aos EUA", disse.
Abbas reconheceu a necessidade de reconciliação entre os palestinos, especificamente entre o movimento nacionalista Fatah, que governa na Cisjordânia, e o islâmico Hamas, que administra Gaza, pois "qualquer solução no futuro não poderá ser implementada sem ela".
Por outro lado, ambos os líderes se mostraram favoráveis à criação de uma força para combater incêndios na região, que incluiria a Grécia, os territórios palestinos, Israel, Egito, Jordânia, Turquia e Rússia.
"A Grécia assumirá a iniciativa, em coordenação com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e com Abbas, para organizar uma força regional contra os incêndios no leste do Mediterrâneo", disse Papandreou.
"Estou completamente de acordo sobre a criação de uma base de cooperação entre os países da região para fazer frente a esse desastre natural que vivemos", acrescentou Abbas ao se referir ao recente incêndio que assolou o norte de Israel.
"Estamos sob ocupação israelense, mas quando o fogo começou em Israel, consideramos que era um problema importante para todos, e é natural que tenhamos ajudado os israelenses", acrescentou o líder palestino.
