JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

Lendo os textos de Martin Buber no livro “Sobre a comunidade” fiquei impressionado como suas idéias consideradas utópicas em sua época, se tornaram muito atuais nesse momento que a sociedade humana tem que saber enfrentar essa pandemia, que parece ser um alerta as outras que estarão para vir.
Dentro desse contexto observamos a imensa dificuldade dos países mesmos os mais ricos e sostificados como EUA, Europa e Israel saberem se organizar para enfrentar a Pandemia e na espera que a ciência possa nos dá uma resposta, milhões de seres humanos estarão a perder suas vidas, pois a estrutura social em que vivemos está inadequada para poder se organizar e proteger toda a população.
Essa realidade nos leva a fazer muitíssimas perguntas da forma que vivemos, e como nos organizamos como sociedade humana.
Tudo isso nos leva ampliar a nossa reflexão sobre o paradigma de como criar uma possibilidade real de se construir uma alternativa diferente ao sistema de vida que vivemos hoje em dia.
Buber já em seu tempo considerava o estado e sua estrutura social enferma “demasiado grande”, entendia que esse grande centralismo era algo perigoso, impossibilitado a todos os seus cidadãos ter de forma digna o direito a educação, saúde e bem-estar social e conseqüentemente levando a muitas tragédias a toda humanidade.
Buber propoem a criação de “Novas Comunidades”, como o único meio possível de superar os futuros transtornos que o crescimento populacional ira causar a nossa sociedade, ele acreditava na necessidade de uma mudança estrutural , ele entendia que essa mudança seria a forma de se conquistar uma vida melhor e garantir segurança a todos.
A Sociedade Ideal para Buber é aquela que é suficientemente pequena e estruturada para todos os seus membros, onde os membros podem ter uma participação ativa sobre todos os assuntos relacionados a suas necessidades, ele chamava essa estrutura de “democracia direta” diferente do que conhecemos no modelo da “democracia representativa”.
O Estado ideal para Buber seria aquele em que os seus cidadãos se dividiriam em pequenas unidades autônomas e independentes, viveriam organizados em pequenas comunidades no campo e nas cidades em Bairros, onde a função do estado seria criar as condições objetivas para o funcionamento e organização dessas comunidades.
Para Buber o modelo ideal que melhor poderia favorecer essa “Nova Comunidade” seria o socialismo, mais Buber não propõem um socialismo de estado do tipo Rússia, China ou Cuba, etc… ao contrário sempre foi um grande crítico essas estruturas sociais que se denominavam " socialistas”.
Segundo a proposta de Buber ele desejava," um socialismo democrático comunitario”, construido em pequenas estructuras comunitárias no campo e na cidade, que poderiamos melhor definir com uma sociedade de economia solidária.
Tudo isso parece para o leitor uma Utopia,ou um sonho a se realizar , mas eu que vivo num Kibutz em Israel, posso dizer a voces que essa "Utopia" idealizada por Buber, é uma realidade viva e presente!
Especialmente nesse momento que vivemos e enfrentamos a pandemia , onde numa comunidade como o Kibutz ,podemos enfrentar essa realidade de forma diferente do que os nossos governantes que estão impossibilitados de dar a todos os seus cidadãos a segurança que merecem.
Comunidades dos Kibbutzim nessas situações como pandemia podem se organizar de forma pratica e eficiente, criando a sua propia estrutura interna de proteção e ajuda mutua a todos seus membros.
A sociedade Kibutziana já bem adptada ao novo modelo do mundo global, não só consegue se proteger melhor a sua comunidade da pandemia, mas ela se organiza de forma solidária, mas igualitaria, mas justa para o bem-estar de toda a sua população!
Do outro lado ela dá todo apoio a livre iniciativa de cada um dos seus membros a poder gerar riqueza e prosperidades onde o regulador comum obrigatório a todos é o imposto da" rede solidaria” imposto interno sem nenhum vínculo com o estado, onde quem ganha mais paga mais quem ganha menos paga menos.
Essa Caixa comunitaria tem o objetivo de resolver tudo o que o estado não tem condições de resolver para os seus cidadões.
Buber em sua vida politica nunca alimentou qualquer esperança de que suas visões políticas pudessem arrebatar a maioria, mas ele acreditava que era importante articular a verdade moral de seu próprio ponto de vista ao invés de esconder suas verdadeiras crenças em prol de uma estratégia política.
Esta autenticidade não rendeu a Buber muitos amigos durante toda a sua vida.
Buber estava de um lado ligado as idéias politicas do Hashomer Hatzair onde foi um de seus delegados no congresso sionista de 1928 e 1929, porem não aceitava as ideias do sionismo clasico de Hertzl e estava muito influenciado pelas ideias de um sionismo cultural de Achad Haam.
Em 1938 perseguido pelos nazistas na Alemanha conseguiu fugir e imigrar para Israel,onde se integrou a Universidade de Jerusalém, durante toda a sua vida em Israel foi muito ativo na vida politica, intentando reconciliar o crescente conflito entre árabes e judeus, vai em 1949 fundar o instituto de educação para adulto e será um dos fundadores do movimento Brit-Shalom, associação de intelectuais de esquerda muito ligado as idéias do MAPAM (partido sionista socialista operário).
Buber faleceu em 1965 em Jerusalém, em sua morte irá vivenciar que o Kibutz constitui um exemplo prático de sua " Utopia" e que “o socialismo democrático sim funciona”!
Talvez nestes atuais momentos de crises no mundo, as idéias de Martin Buber de criar " Novas Comunidades" poderá se tornar uma alternativa real para toda a humanidade.
SHAVUA TOV!

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