JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

O sábio que era puro amor, humanismo e bondade, infinita paciência e profunda humildade.

Na Terra de Israel, no último meio século que antecedeu a Era Comum, houve uma grande disseminação da Lei Oral, que tornou os eruditos da Mishná os verdadeiros líderes do povo, embora a autoridade política e o alto sacerdócio se encontrassem em outras mãos.

Estes sábios são os Tanaim. Taná, em aramaico, significa aquele que estuda, repetindo e transmitindo os ensinamentos de seus mestres.

O período dos Tanaim foi de criatividade, inovação e grande florescimento da cultura judaica, ao mesmo tempo em que foi de profunda turbulência e crise, culminando com a destruição do Templo no ano 70 da Era Comum, o que tornou necessária a reestruturação de toda a vida religiosa.

A primeira geração de Tanaim, que exerceu suas atividades no início do reinado de Herodes, é representada por Hillel e Shamai, fundadores de duas escolas que levaram seus nomes (Bet Hillel e Bet Shamai). Apesar de todas as controvérsias que se acenderam entre estas, ambas inscreviam-se na estrutura tradicionalmente aceita no judaísmo. As disputas haláchicas entre elas prosseguiram por muitas gerações até que finalmente prevaleceram os pontos de vista da Casa de Hillel. O Talmud Babilônico nos traz, numa única frase, a conclusão: "Ambas são as palavras do D’us vivo, e a decisão está de acordo com a casa de Hillel."

As duas escolas refletem a personalidade de seus fundadores. Hillel era uma pessoa amável, simples, próxima às camadas mais modestas, e suas máximas breves refletem sua generosidade, piedade e amor à humanidade. Shamai era extremamente íntegro, mas rígido e irascível. No Talmud se diz: "Que o homem seja sempre humilde e paciente como Hillel e não exaltado como Shamai."

Hillel foi o menos sentencioso e o mais tolerante dos sábios rabínicos. Falava a língua do povo, ao qual ensinava ética. Suas palavras refletem seu humanismo e bondade:

"Não faça aos outros o que não quer que façam a você. Aí está toda a Torá. O resto é mero comentário." Ou..."Sejam como os discípulos de Aarão, amando e buscando a paz, amando a humanidade e aproximando-a da Torá".

E, talvez, sua máxima mais famosa seja: "Se não eu por mim, quem por mim? Se eu for só por mim, quem sou eu? Se não for agora, quando?"

Hillel nasceu numa próspera família da Babilônia e com cerca de trinta anos foi estudar com os sábios Shemaia e Abtalion em Jerusalém. Lá, ele vivia em condições de grande penúria, trabalhando como simples lenhador. O amor ao estudo fazia com que adiasse seu retorno à cidade natal, onde seus correligionários viviam em paz, longe das turbulências que agitavam a Terra de Israel.

Conta-se sobre Rabi Hillel que, quando estudava em Jerusalém, era tão pobre que só ganhava uma moeda de cobre por dia de trabalho. Metade desse dinheiro ele dava ao bedel, para poder freqüentar a Casa de Estudo, e a outra metade usava para o seu sustento e o de sua família.

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