JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

Mais alto do que o próprio Paraíso - Jayme Fucs Bar
Toda sexta-feira, de manhã, o rabino de uma pequena aldeia desaparecia. Nem mesmo se apresentava nas rezas matinais da sinagoga, e todos perguntavam uns aos outros: “Onde está o rabino?”.
A curiosidade de todas as pessoas da pequena aldeia era muito grande, até que Yossi, o caseiro da sinagoga, resolveu desvendar o mistério. Em uma noite, Yossi se escondeu embaixo da cama do rabino e esperou até o dia seguinte. De madrugada, o rabino se levantou e vestiu uma calça de camponês, botas de cano alto, um grande chapéu, um casaco e um cinto largo. Colocou, também, uma corda em seu bolso, amarrou um machado no cinto, embrulhou uma grande challah, apanhou um saco de frutas, pegou algumas velas e partiu. O rabino saiu caminhando, seguido, sem saber, pelo caseiro.
O rabino mergulhou na floresta, afastando-se da cidade, caminhando alguns bons quilômetros a pé, até que subitamente parou. Pegou o machado, derrubou uma pequena árvore e transformou seu tronco em pequenas toras, então, juntou a madeira, amarrou um feixe com a corda, colocou a lenha sobre suas costas e continuou a andar, até chegar a uma pequena e pobre cabana isolada de tudo e de todos. O rabino bateu na porta, dizendo: “Shabat shalom!”.
Então, se ouviu a voz trêmula e assustada de uma mulher doente do outro lado da porta: “Quem está aí?”.
“Sou eu, Yakov, o camponês”, respondeu o rabino, entrando na cabana, já logo dizendo: “Vai estar muito frio essa semana, por isso hoje eu trouxe madeira, uma bela challah, algumas frutas e umas velas para o seu shabat”.
“Oh! Que gentileza é a sua, pobre homem que nem tem para si mesmo e que ainda assim vem todas as sextas-feiras ajudar uma pobre e doente viúva. Como posso pagá-lo por esses serviços que você me presta?”
“Não faço nada demais, somente cumpro o meu dever como judeu e como ser humano!”, respondeu o rabino, fingindo ser apenas um camponês comum.
Então, o rabino colocou a madeira no fogão, acendeu o fogo, colocou o pão do shabat na mesa junto com as frutas e as velas e saiu em silêncio da cabana.
Desde então, sempre que alguém pergunta “Onde está o rabino?”, os moradores da pequena aldeia respondem: “Em um lugar mais alto do que o próprio Paraíso”.
SHABAT SHALOM!

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Shabat Shalom

Parabéns Jaime, bela história 

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