JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

 

Editorial do JPOST

03/08/2012

O povo Judeu, quando teve oportunidade, sempre conseguiu frustrar os planos dos seus muitos inimigos.

Por REUTERS

O Primeiro-Ministro Binyamin Netanyahu fez questão de dizer aos repórteres, depois de seu encontro desta semana na Casa Branca com o Presidente dos EUA, Barack Obama, que deu a ele uma Megilá de presente.

"Naquele tempo, também, eles queriam nos varrer do mapa", disse Netanyahu a Obama, segundo uma autoridade Israelense.

Também conhecida como o Livro de Ester, a Megilá narra o conto de como a iminente derrota e tragédia do povo Judeu foi transformada em redenção e vitória numa cadeia milagrosa de eventos.

A reviravolta da história é dramática pelo fato de como a tradição Judaica vê Deus, que não é mencionado uma vez sequer na Megilá, como a força por trás dos bastidores, puxando todas as cordas para salvar da inevitável destruição, milhões de Judeus que viviam nas 127 províncias do império Persa do rei Assuero.

Muitos historiadores duvidam que o evento de Purim tenha de fato ocorrido. Sem nenhuma evidência histórica para apoiá-la, toda a história poderia ser um tipo de cenário do "e se" forjado por um grupo de Judeus impotentes que viviam no exílio, do mesmo gênero explorado por Quentin Tarantino no filme Bastardos Inglórios.

Mas a lição que Netanyahu parece estar tirando da história da Megilá é bem diferente. A bem-sucedida campanha de Mordechai e Esther contra todas as probabilidades para salvar os Judeus das conspirações anti-semitas de Hamã é um testamento para o ativismo Judaico. Foi a decisão de Ester, impelida por Mordechai, de interceder junto a Assuero que o levou a permitir que os Judeus se defendessem contra os seus inimigos. E foi a bravura e a habilidade de combate dos Judeus que lhes permitiu superar seus inimigos.

A mensagem da Megilá que encoraja Judeus a, de forma proativa, tomarem seu destino em suas próprias mãos é também a história do movimento Sionista e do Estado de Israel. Recusando-se a não mais se resignarem com a passividade tradicional para a criação de um Estado soberano, os judeus que aderiram ao Sionismo foram chamados à assumirem o seu próprio destino.

Não faltou discordia entre as correntes do Sionismo. Territorialistas de diferentes linhas pressionaram à criação de um estado fora da Terra de Israel, em parte por medo de que o tempo estivesse se esgotando para o Judaísmo Europeu. Sionistas Culturalizados enfatizavam a educação e o renascimento do idioma Hebraico.

Havia um racha entre revisionistas e socialistas. Porém, todas as formas de Sionismo dividiam o desejo, depois de quase dois milênios de peregrinação impotência e exílio, de ter mais controle sobre o destino do povo Judeu.

Infelizmente, eles falharam em alcançar os seus objetivos antes do Holocausto, provando assim sem dúvidas uma premissa do Sionismo de que o povo Judeu não podia contar com a compaixão dos outros.

Como observou Netanyahu em reuniões com líderes do Congresso antes de voar de volta para Israel na terça-feira, desde a criação do Estado de Israel, seus líderes têm exercido sua recém-descoberta  soberania com ousadia - e com enorme sucesso.

Em 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion declarou a independência, indo contra o conselho dos EUA; em 5 de junho de 1967, Levi Eshkol lançou um ataque preventivo, indo contra o conselho de Washington, e em 7 de junho de 1981, Menachem Begin decidiu bombardear o reator nuclear de Osirak no Iraque, apesar da oposição dos EUA. A história tem provado que todas as três decisões foram fundamentais para servir aos interesses do povo Judeu.

A mensagem da Megilá não é militarista.

A lição que Netanyahu queria dar a Obama não foi a de que Israel deve lançar um ataque contra o Irã para parar o desenvolvimento de armas nucleares por  seus mulás.

De qualquer modo, a Megilá valoriza a  ação Judaica acima da passividade Judaica e reconhece que seja por ingenuidade, boa sorte, intervenção divina ou por uma combinação destes todos, o povo Judeu, quando teve oportunidade, conseguiu frustrar os planos dos seus muitos inimigos. Esperamos que venhamos a ter o mesmo sucesso em face ao desafio Iraniano.

Artigo original:

http://www.jpost.com/Opinion/Editorials/Article.aspx?id=261089

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