JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

Sem Madeleines pelo amor de Deus.

Nada mais genial do que a invenção de um tempo que pode mudar de sentido. Mal saímos da festa de Hanuká e já estamos, uma vez mais, comemorando a possibilidade de um novo começo. Esta capacidade de festejar o novo como se ele fosse uma refundação do tempo é, sem dúvida, uma conquista tão importante da mente humana quanto a invenção do perdão que desfaz as correntes do passado. Em ambas as situações estamos tratando da capacidade de sair de um tempo vivido como se fosse os trilhos de um trem correndo e sem possibilidade de mudar de curso.
Preso às memórias o ser humano chafurda num tempo empoçado, verdadeira areia movediça onde mergulha cada vez mais fundo. Quando pensa que está inovando, vive esta ilusão sem perceber o seu aprisionamento na repetição. O seu olhar, uma ótica de ver o mundo se transforma numa ética de viver no mundo. A ética é uma ótica, nos ensina Emanuel Levinas. E viver das lembranças despertadas por suculentas madeleines proustianas não é a melhor forma de buscar a possibilidade do novo. Nem sempre andamos pensando desta maneira. Até bem pouco tempo atrás, os ciclos aparentemente fixos da natureza ordenavam da mesma maneira a cabeça dos seres humanos. Eram tempos circulares onde a referência mental era a repetição sem fim de ciclos prisioneiros dos fatos passados que voltavam e se repetiam sempre da mesma forma. Por isto nunca gostei da expressão bíblica “Lembra-te do que te fizeram os amalekitas!” Um princípio bíblico que soa como um preceito em total contradição com o que é próprio de um outro modo judaico de pensar.
Quando morava em Ashkelon no início dos anos 60, pela primeira vez entrei em contato com aquele mandato considerado divino por muitos judeus da melhor ortodoxia. Na escola homenageávamos as vitimas da segunda guerra mundial. Das tochas embebidas em querosene, subia uma fumaça preta. Perfilados, cantávamos o Hatikva. Na faixa pendurada sobre as nossas cabeças lá estava ela, a solene advertência de não esquecer os nossos Amalekitas. Com o passar dos anos fui percebendo que qualquer inimigo podia ser rebatizado de Amalekita. Para o professor Avigdor, meu educador responsável pela turma, os árabes também eram amalekitas em nova versão e com isto, novamente, lá estava eu comprometido a não esquecer. Aquele que lembra, segundo me disse um rabino, é mais sábio do que aquele que estuda. Ele afirmou na ocasião que se tratava de um principio talmúdico. Pode ser, mas, de qualquer forma, será que a santificação de um texto transforma em sagrado tudo que nos ensina?
Nos nada remotos anos da invasão do Líbano de 1982, escrevi um pretensioso poeminha, um quase hai kai, onde me dirigia ao Senhor Béguin que nem deu bola ao meu recado: nunca esqueça do amalek para que ele sempre lembre de você. É uma questão básica. Em algum lugar o fio do passado tem que ser alterado para que a celebração do novo possa se instaurar. Do outro modo, este que vem sendo posto em prática na política israelense, o que resta é a repetição infinita do eterno ciclo de ódios e traumas. Traumas são os congelamentos da mente que paralisam o tempo e os sentimentos numa repetição sem fim. Mas, enquanto a repetição do trauma aparece na vida e nos sonhos como uma tentativa de buscar a saída descongelando o tempo, na política o que vemos é o inverso. Busca-se congelar o presente na esperança de que ele nunca se mova e desta maneira, assentados cada vez mais nas posições de força, eternizar os amalekitas para que sempre possamos nos lembrar de quem somos sem deixar que eles esqueçam de quem devem continuar sendo. Não foi diferente disto o que a Igreja Católica fez com os judeus ao longo de milhares de anos de preparação da mentalidade européia até culminar no nazismo. Para que a verdade cristã se afirmasse era preciso que os judeus nunca deixassem de existir em sofrimento. Esta doutrina criada por Santo Agostinho foi amplamente acatada e difundida pela Igreja ao longo dos séculos. Seguindo este caminho a igreja escolheu eternizar-se no tempo de sua fundação mítica quando os judeus não aceitaram cristo e o crucificaram e, por isto, precisam viver em castigo repetitivo e culpa infinita. Tempo que até hoje ela não conseguiu superar em suas paróquias distantes do discurso oficial. Estarei enganado?
No último Hanuká quando eu dizia algumas palavras antes de cada um acender a sua própria vela, uma menina muito querida que freqüenta a nossa casa se virou para mim e me interrompeu quando falei em judeus me dizendo: é mentira, você não é judeu, judeu não gosta de Deus! Um pequeno curto circuito mental se formou naquele momento na sua cabecinha de menina negra e pobre em uma sociedade onde existe o mesmo racismo do qual ela se torna, agora, duplamente vítima. A reação dela frente ao que lhe ensinam na Igreja que freqüenta no antigo Shoping da Siqueira Campos em Copacabana, no ano de 2009 que acabou ontem, foi me proteger da imagem que estão construindo na sua cabeça de criança. Imagem que se fundamenta em transformar um passado mítico num agora sufocante. Bem, se ficaram curiosos com o que estão lendo, devem também querer saber que os outros presentes me olharam com a cara mais sem graça deste mundo.
Frente ao inesperado de um tempo congelado que invadiu a nossa sala com uma lufada de ar frio, eu poderia me limitar às velas que já ardiam e ignorar o fato. A outra maneira seria assumi-lo como um acontecimento nada incomum na minha vida. Foi o que fiz. Usando a brincadeira, a única linguagem que a criança entende, passei a noite da jogatina do peãozinho que ela adora jogar (diz que a letra He é a que mais gosta no sevivon), relembrando sempre que era jogo de judeu. O implícito tornado explicito e banalizada a palavra ameaçadora, a noite alegre tornou-se acentuadamente judaica pela quantidade de vezes que o termo freqüentou a nossa conversa. A pequena vitima do tempo, ficou de saco cheio... Inclusive, como ela já conhecia a Rainha de Sabá, a quem não gosta de ser comparada, ser negro não é muito fácil para ela, também não foi esquecido o Rei Salomão, um rei Judeu apaixonado pela rainha africana que, em principio, nada tinha a ver com a noite. A nossa pequena história termina alguns dias depois, quando ela voltou a nos visitar com um coleguinha que também freqüenta a nossa casa. Lá pelas tantas ele veio me dizer que a nossa amiguinha lhe contou que queria namorar um menino, meu afilhado, que ela sempre encontra em nossa casa. Sem qualquer inibição ela confirmou a sua pretensão acrescentando, como se fosse uma característica a mais daquele garoto: “ele é judeu”.
É bem possível que naquela noite uma espécie de núcleo de uma outra experiência de tempo e memória tenha sido criado na vida da nossa pequena amiga. Uma ruptura que surge com a aura do radicalmente novo na sua experiência anterior. Um tempo sem passado, capaz de abrir a mente para novas possibilidades de viver a vida fora dos congelamentos que o mundo adulto lhe preparou. Alguns podem dizer que este pensamento não passa de uma maneira poética de ver o mundo. Se assim for, estaremos na companhia dos antigos e verdadeiros cabalistas que foram poetas precursores quando subverteram a palavra Bereshit. Primeira palavra da Torah e normalmente traduzida como “no inicio”, eles a decompuseram lendo BE Reshit, ou seja, “com o início”. Com o início Deus criou, que maneira genial de desconstruir o óbvio tornando-o radicalmente novo. Em sua leitura eles transformaram o início\Reshit em um instrumento de criar tempos deixando de ser a palavra que na sua forma original marcava um começo, um simples começo e nada mais.
Celebrar uma vez mais este poético e cabalista Be Reshit, é permitir-se viver a sensação de um tempo novo que sempre pode começar, nos libertando, uma vez mais, da eterna busca pela Madeleine perdida.

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Respostas a este tópico

Olá, Paulo!
Marcel Proust foi sem dúvida uma pessoa com muitas dificuldades e pesadelos em seu tempo; imagino que a busca pelo tempo perdido foi o que causou o esgotamento que provocou a sua morte. Muito oportuno o tema, pois me fez relembrar da necessidade de buscar novos começos. Particularmente tenho tentado sempre recomeçar observando os erros do passado. De certa forma, concordo com o professor Avigdor; contextualizando a lembrança com as possibilidades de novos erros ou inimigos.
Que possamos sempre reiniciar em nossas vidas utilizando a lembrança como potencializador de inovação e não como inibidor e agente provocador da repetição.
Abraços!!!
Caro Paulo,
Sempre tive uma grande duvida sobre esse tema do "Amalek" ,de como relacionar o "Não matarás", dentro do conceito biblico em que D-us ordena aos hebreus que matem seu inimigo, e toda a nação "Amalek", e ordena que massacre a todos homens, mulheres e crianças, e que extermine essa nação " Amalek" da face da terra.
Como Explicar essa grande contradição do mandamento de "não matarás".
Como podemos conciliar o mandamento de D-us de "Não Matarás" com essa ordem para matar homens, mulheres e crianças?
Esse Tema do Amalek, tem ampliado tambem suas raizes, aqui no atual estado de Israel. Alguns Rabanim de grande popularidade com o Rav Ovadia Yosef, em suas drashot, varias vezes relacionou que devemos exterminar o "Amalek" dentro de Israel.Ele não se refere somente aos arabes e sim a toda a esquerda Israeli como: Iosi Sarid, Meretz e Shalom Archav!
Sera que esse Amalek existe dentro de cada um de nos? Sera que esses grupos de judeus ,radicais fundamentalistas não consequem perceber que o Amalek esta dentro deles? e que seus atos podem nos levar a nossa propia auto destruição?
Jayme, Paulo, desculpem me meter na conversa mas me ocorreu uma ideia e achei que valia. Na Bíblia Hebraica NÃO ESTÁ ESCRITO 'NÃO MATARÁS'. Não matarás se diz em hebraico 'lo taharog', assim como em inglês se diz 'do not kill'. O que sim está escrito é 'LO TIRTZÁH' - e isto significa 'Não assassinarás', 'do not murder', em inglês.
A diferença é: 'matar' é um ato não premeditado, não necessariamente voluntário. Já 'assassinar' é necessariamente deliberado e voluntário. A Bíblia diz 'hakam leharguechá hashkem veharog otó' - 'aquele que acorda para te matar, madruga e mate-o'. Ou seja: nem sempre o termo técnico é vigiado para continuar o mesmo. Mas a ideia é clara. Matar e Assassinar são duas coisas muito, muito diferentes.
Outro problema: Na época em que Amalek fez parte da novela, éramos doze tribos, não uma nação. Naquela época a escrita ainda não era difundida, e a memória nacional ainda não existia. Tanto que as tribos viviam em guerra umas com as outras, e acabaram se separando em dois Estados independentes. Ou seja: éramos mais um bando que um povo. Acho que isso explica o 'lembra-te de Amalek' naquela época. Faz sentido.
O que não faz sentido é os rabinos estarem hoje com saudade dos tempos do deserto.(Eu os aconselharia a voltarem para lá - mas deixando o que os hereges (nós, em outras palavras) construíram ao longo dos tempos.) A talebanização de Israel anda a passos largos. A cada dia há notícias de mais um passo. Daqui a pouco surgirá um Matatías matando a vocês ou a mim...
A memória é a matéria prima da identidade. Tanto da individual quanto da nacional. Mas a memória em excesso desfaz a identidade, porque apaga o espaço onde a identidade funciona - o presente. E ao apagar o presente, apaga a fantasia, que vive no presente embora se dirija ao futuro. A fantasia e a memória - juntas - formam o humano. Sem memória nos tornamos bobos, e sem fantasia nos tornamos robôs. Qualquer uma que predominar nos destrói, como Yin e Yang e como Midat haDin e Midat haRahamím. O paradoxo que se forma entre as duas é que é bom. E isso vale para qualquer cultura e qualquer religião.
Ao ser humano é difícil esquecer tanto da Madeleine quanto do Amalek, mas para o fato é que não se pode viver em função de nenhum deles. Concordo plenamente. Os árabes não são Amalek coisa nenhuma.
Como eu disse antes, certos rabinos ortodoxos estão com saudades dos tempos do deserto, quando éramos uma horda primitiva sem memória e sem identidade, e seguíamos os líderes como um rebanho. Hoje isso acabou, e eles não se conformam. Nós - os não ortodoxos - somos o que o Judaísmo produziu de melhor. Nós, os não religiosos, descendemos dos profetas bíblicos - que preferiam a ética judaica ao ritual judaico. Eles, os religiosos ortodoxos radicais, descendem dos REIS bíblicos - os líderes guerreiros que queriam um Israel Grande e não davam a mínima para a ética.
Bem, juntei aqui uma série de ideias que as palavras do Paulo e a pergunta do Jayme me fizeram pensar.
É verdade que ninguém me perguntou nada, mas resolvi falar mesmo assim.
Abraço a todos.
Davy.
Caro Davi e Paulo,
O "Amalek" esta presente! ele é real! Se tornou parte da cultura dessa nossa trágica historia humana.
Mesmo não estando mais em estado tribal, o culto desse Amalek é muito forte! talvez devido a essa simbiose de consciência nacional , nação, pátria , e visão messiânica.
Essa combinação Nacionalismo e fundamentalismo é a formula desses novos Amalekim nestes tempos pós moderno.
Não mais o Amalek do deserto como coloca o Davi , O Amalek Tribal , mais um Amalek muito mais forte e poderoso que se manifesta de forma ativa tambem dentro do mundo judaico.
Hoje em Israel, O Culto do Amalek vem crescendo, sua influência na sociedade Israeli é grande, principalmente depois das últimas eleições, que junto com os Amalek do fundamentalismo Islâmico, transformaram essa região num estado de Amalekim , onde todos estamos sentados juntos num grande baril de polvora.
Judeus e árabes palestinos fundamentalistas, em conjunto apresentam uma nova alternativa ao culto desse novo Amalek .Suas visoes de mundos messiânicos nacionalistas e expansionistas, que se mobilizam atraves da força.De um lado a pretenção de realizar esse “grande Israel” e destruir tudo que seja árabe palestinos; e do outro o "Grande Islã" com um grande desejo de destruir tudo que seja Judeus e israeli.
Dois Pilares da morte ! do fundamentalismo Messianico judaico e Islamico o do ódio, que acreditam num Deus da guerra, e da vingança,e em sua embriagues e inconscientes adoram o Culto do Amalek, e esquecem dentro dessa cega intolerância o verdadeiro significado do Conceito do "ÚNICO" que é UM e é para TODOS.
Caro Davi e Paulo,
O "Amalek" esta presente! ele é real! Se tornou parte da cultura dessa nossa trágica historia humana.
Mesmo não estando mais em estado tribal, o culto desse Amalek é muito forte! talvez devido a essa simbiose de consciência nacional , nação, pátria , e visão messiânica.
Essa combinação Nacionalismo e fundamentalismo é a formula desses novos Amalekim nestes tempos pós moderno.
Não mais o Amalek do deserto como coloca o Davi , O Amalek Tribal , mais um Amalek muito mais forte e poderoso que se manifesta de forma ativa tambem dentro do mundo judaico.
Hoje em Israel, O Culto do Amalek vem crescendo, sua influência na sociedade Israeli é grande, principalmente depois das últimas eleições, que junto com os Amalek do fundamentalismo Islâmico, transformaram essa região num estado de Amalekim , onde todos estamos sentados juntos num grande baril de polvora.
Judeus e árabes palestinos fundamentalistas, em conjunto apresentam uma nova alternativa ao culto desse novo Amalek .Suas visoes de mundos messiânicos nacionalistas e expansionistas, que se mobilizam atraves da força.De um lado a pretenção de realizar esse “grande Israel” e destruir tudo que seja árabe palestinos; e do outro o "Grande Islã" com um grande desejo de destruir tudo que seja Judeus e israeli.
Dois Pilares da morte ! do fundamentalismo Messianico judaico e Islamico o do ódio, que acreditam num Deus da guerra, e da vingança,e em sua embriagues e inconscientes adoram o Culto do Amalek, e esquecem dentro dessa cega intolerância o verdadeiro significado do Conceito do "ÚNICO" que é UM e é para TODOS.
Caro Fabio.Com a demora que vc não merece,aqui vamos. Vc me obriga a descordar.O Moré Avigdor era um sujeito q. nos marcava com matrizes mentais que só me fizeram mal e desenvolveram preconceitos que só vim a me curar deles bem mais tarde.Sob a sua influência cometi crimes ao declarar ,como ele,que àrabe bom é àrabe morto. Coisa triste. Quanto a Proust,um dos maiores escritores de todos os tempos,foram as suas dificuldades e enfermidades infantis que alavancaram nele a sensibilidade do grande observador da mente humana e escritor genial.Sua escrita esgotante foi a meterialiazação do tema de sua obra.O Desejo e a impossibilidade de aprisionar o tempo ao esgotar todas as possibilidades de descrever minunciosamente os acontecimentos. Tal qual com os àrabes, assim com Proust,devemos buscar nos relacionar com o desconhecido como quem saboreia deliciosas madeleines capazes de desvendar em nossa mente a experiencia oculta de um passado insuspeito.Tanto com um quanto com o outro,o básico é a disponibilidade para receber o diferente com uma visita bem vinda sem aprisioná-la no carcere do já sabido que mora dentro de todos nós. O Jayme Fucs abordou a questão do Amalek q. mora dentro da gente.Vale reler a sua nota. E im[possível pensar em reiniciar a vida excluindo deste experiência quem nos incomoda.Isto seria tão somente um arremedo de renovação. Grande abraço e desculpe a demora.

Fábio Gilgen da Silva disse:
Olá, Paulo!
Marcel Proust foi sem dúvida uma pessoa com muitas dificuldades e pesadelos em seu tempo; imagino que a busca pelo tempo perdido foi o que causou o esgotamento que provocou a sua morte. Muito oportuno o tema, pois me fez relembrar da necessidade de buscar novos começos. Particularmente tenho tentado sempre recomeçar observando os erros do passado. De certa forma, concordo com o professor Avigdor; contextualizando a lembrança com as possibilidades de novos erros ou inimigos.
Que possamos sempre reiniciar em nossas vidas utilizando a lembrança como potencializador de inovação e não como inibidor e agente provocador da repetição.
Abraços!!!
Olá Jayme.Brilhante este teu comentário.Vive-se hoje em Israel uma realidade que repete os acontecimentos da era macabéia.... Sim. O mesmo expansionismo e a mesma guerra fraticida.Fazem anos que me pergunto se a divisão crecente dentro de Israel não é fruto direto do expansionismo que enche as pessoas de sentimentos de ufanismo religioso a serviço da politica mais baixa e cria uma mentalidade raivosa que expressa aquilo que temos de mais tariçoeiro e dominador dentro de nós.. Raiva que se alimenta de resentimentos trazidos fora de Israel? Da Russia e do Oriente Médio? Repetição do mal que fizeram aos judeus? O fato é que tbm aqui,entre nós no Brasil,não é difícil verificar a presença de uma postura altiva,uma espeçie de sangue puro judáico,por parte dos ortodoxos que não conseguem perceber a legitimidade de uma escolha judáica diferente.Se o Amalek está em nós como vc diz,então o nosso sábio Yeshaaiu Leibowitz sabia bem das coisas ao nos advertir desde o episódio de Kivia nos anos 50,até a sua morte nos anos 90,sobre o grande perigo de um judaísmo religioso a serviço dos sentimentos humanos de poder e dominação.Lembra do escândalo que ele criou ao falar em nazi-sionismo.Eis um tema que devemos levantar aqui em nosso blog.São assuntos como estes e posições claras que fazem de nós aquilo que o Davy Bogomoletz escreveu em sua nota com uma coragem impar: os verdadeiros judeus herdeiros dos profetas alicerçados na ética mais profunda de nossa tradição. A tradição daqueles que inventaram o humanismo milhares de anos antes que este nome pudesse existir. Shabat Shalom.

Jayme Fucs Bar disse:
Caro Davi e Paulo,
O "Amalek" esta presente! ele é real! Se tornou parte da cultura dessa nossa trágica historia humana.
Mesmo não estando mais em estado tribal, o culto desse Amalek é muito forte! talvez devido a essa simbiose de consciência nacional , nação, pátria , e visão messiânica.
Essa combinação Nacionalismo e fundamentalismo é a formula desses novos Amalekim nestes tempos pós moderno.
Não mais o Amalek do deserto como coloca o Davi , O Amalek Tribal , mais um Amalek muito mais forte e poderoso que se manifesta de forma ativa tambem dentro do mundo judaico.
Hoje em Israel, O Culto do Amalek vem crescendo, sua influência na sociedade Israeli é grande, principalmente depois das últimas eleições, que junto com os Amalek do fundamentalismo Islâmico, transformaram essa região num estado de Amalekim , onde todos estamos sentados juntos num grande baril de polvora.
Judeus e árabes palestinos fundamentalistas, em conjunto apresentam uma nova alternativa ao culto desse novo Amalek .Suas visoes de mundos messiânicos nacionalistas e expansionistas, que se mobilizam atraves da força.De um lado a pretenção de realizar esse “grande Israel” e destruir tudo que seja árabe palestinos; e do outro o "Grande Islã" com um grande desejo de destruir tudo que seja Judeus e israeli.
Dois Pilares da morte ! do fundamentalismo Messianico judaico e Islamico o do ódio, que acreditam num Deus da guerra, e da vingança,e em sua embriagues e inconscientes adoram o Culto do Amalek, e esquecem dentro dessa cega intolerância o verdadeiro significado do Conceito do "ÚNICO" que é UM e é para TODOS.

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