JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

Em boa hora chega às prateleiras das melhores livrarias do Brasil e em especial do Rio de Janeiro, o livro que conta a saga dos Filhos dos Forçados brasileiros, escrito por FELIPE GOIFMAN, jornalista, pesquisador e escritor: Em Busca de Sefarad - De Portugal a Pernambuco (Ed.FGR).
Todo grupo social, tenha ele a origem e a tendência que tiver, por mais democrático que seja em sua atuação, se depara com grande dificuldade em aceitar novidades sociais e étnicas em seu meio, principalmente quando este grupo, há dois milênios, como é o caso do judaico, tem sido perseguido em qualquer país onde tenha estado e por onde tenha passado. Este quadro faz crescerem desconfianças, às vezes com razão, às vezes infundadas.
Muito bem fez o Conselho Deliberativo da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro quando decidiu, através da atitude de seu presidente Flávio Stanger, colocar em pauta a necessidade da discussão desta questão que se prende à filiação de certas instituições que são dirigidas por Bnei Anussim, convertidos ou retornados pelas mãos de rabinos que independentemente de suas qualidades, ou até mesmo em função delas, sofrem ataques de muitos de seus pares, alguns preocupados em garantir reserva de mercado e outros com preocupações que são sérias mas que podem ser de fato infundadas.
O grupo de trabalho montado no Egrégio Conselho Deliberativo da FIERJ possui dentre muitos, dois caminhos a seguir. Ou, por preconceito e desconhecimento, rejeita de plano a ideia e a mata no nascedouro, produzindo um papel pouco inteligente, discriminador e afastado da moral e da ética judaicas ou ao contrário, dure o tempo que durar, se prepara para ouvir todos os interessados contra e a a favor, os rabinos e agentes que tem cuidado com carinho dos Bnei Anussim, os próprios Bnei Anussim com suas dores e tristezas, adquiridas neste árduo e doloroso caminho de volta de famílias inteiras ao judaísmo e, assim, constrói um verdadeiro conceito que o possibilite a decidir com correção e grandeza.
Só quem estudou e conhece bem a Inquisição ocorrida especialmente em Portugal e na Espanha com seus efeitos devastadores, hoje, pode compreender o sofrimento dos Filhos dos Forçados, assim chamados vez que seus pais, ainda que de quinhentos anos para cá, foram chantageados e obrigados a deixar o judaísmo e se transformarem em católicos Apostólicos Romanos para poderem sobreviver em seus países de origem, com dignidade. É bom lembrar que este fenômeno é um fenômeno sefaradita.
Bem, toma a atitude correta a Fierj, através de seu presidente do Egrégio Conselho Deliberativo, tendo a coragem de colocar este tema que está mexendo com a vida de muita gente, em pauta.
Minha torcida se prende ao fato de que espero dos membros desta comissão da qual vou fazer parte (e divulgarei passo a passo seu desenrolar) uma atitude madura, sem pré pensamentos e com disposição para ouvir a todos que precisam ser ouvidos, estejam a favor ou contra e os próprios interessados, os Bnei Anussim, para que o fim deste trabalho seja conclusivo, decente e humano.
Vamos trabalhar e verificar o fim desta triste história que certamente terá um final feliz.
Ronaldo Gomlevsky
Na foto:Ronaldo Gomlevsky ladeado por alguns dos bnei anussim de Ponta Grossa no Paraná.

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