JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

Marcha pela Paz e pela Nao-Violencia em Holit a opiniao do jovem Tomaz Seincman


Marcha pela Paz e pela Nao-Violencia em Holit a opiniao do jovem Tomaz Seincman


Holit, 7 de outubro de 2009

Marcha pela Paz e pela Nao-Violencia.

Nao, nao foi nada grande: as massas nao estavam, a midia tampouco, nao proclamaram discursos que ficarao marcados na historia. Mas em compensacao, o pequeno grupo de pessoas que compareceu (principalmente do Hashomer Hatzair e da comunidade de Holit) mostrou que a busca pela paz nao foi esquecida e que continua a ser um tema que as pessoas dao uma alta importancia em suas vidas.

Escrevo essas palavras direto do Kibutz Holit alguns momentos depois da passagem da Marcha Mundial pela Paz e pela Nao-Violencia. Nao posso dizer com exatidao se realmente muda alguma coisa escrever daqui, do Brasil, ou de qualquer lugar do mundo, mas sinto pelo menos um pouco mais de peso em minhas palavras sabendo que Gaza se encontra a miseros 2 kilometros daqui.

Por estar no lugar que estou, prefiro nao falar do cotidiano (de guerra e medo) e sim falar sobre a paz. Sobre ela, Drummond escreveu: "As discussões políticas e filosóficas em torno da ideia da paz, e sobre os meios de alcançá-la, são infindáveis. A bem dizer, apenas sofrem um intervalo enquanto se travam as guerras, sempre mais fáceis de declarar. Entretanto, a chave do problema é teoricamente simples, e pode ser encontrada no Antigo Testamento, Salmo 84.no. 11: 'A misericórdia e a verdade se encontraram: a justiça e a paz se beijaram. ' Resumindo: o outro nome da paz é justiça." Talvez seja esse ensinamento tirado do Antigo Testamento que me da o verdadeiro sentido de participar de uma Marcha como essa. Nao por acreditar que pedindo a paz e a nao-violencia todos os povos baixarao as armas, desativarao sua industria militar e todos viverao bem, mas justamente por crer que so viveremos em paz quando a justica social reinar. Entao a Marcha, ao inves de ser um pedido, se torna uma denuncia contra a injustica e contra a violencia (economica, etnica, cultural, etc). Talvez tenha sido apenas uma feliz coincidencia, mas a Marcha ter passado pelo Egito antes de vir a Israel nos mostra que construir fronteiras de paz e acabar com a situacao de conflito nao soh eh possivel, como jah eh uma realidade.

Marchamos do Kibutz Holit ateh o bosque de Dangour com bandeiras vermelhas, mensagens de paz, bandeiras israelis. No ato, disseram lindas palavras em hebraico, espanhol e ingles; plantaram uma arvore e amarraram fitas com desejos; tocaram duas cancoes com o tema da paz; mas sem duvida o mais bonito de tudo foi ver a esperanca. A esperanca que ainda nao morreu, a esperanca que novamente volta a brilhar no coracao de jovens e adultos: a esperanca de viver sob a justica; de viver sob a paz.

Tomaz Seincman - Boguer Hashomer Hatzair Sao Paulo

Exibições: 99

Comentar

Você precisa ser um membro de JUDAISMO HUMANISTA para adicionar comentários!

Entrar em JUDAISMO HUMANISTA

Comentário de Paulo Blank em 11 outubro 2009 às 21:19
Caro Tomaz, a bela experiência que vc descreve me fez lembrar o seguinte acontecimento.Conta-se que em certo shabat o Rabino Iehoshua Heshel entrou na sua sinagoga quando a hora do inicio do ritual havia passado e no beit hakneset repleto as pessoas,ansiosas, aguardavam a sua chegada . Como é que ele desaparecia do serviço da noite de sexta feira, a abertura do portal sabático? Chegando, o rabino dirigiu-se ao púlpito e declarou, sorrindo, para a platéia surpresa: Estive rezando com os pés! Era a época das lutas pelos direitos dos negros nos E.U.A. e, se não me engano, naquele tempo eles ainda não eram afro descendentes, eram americanos batalhando pelos seus direitos sem precisarem mudar palavras, o que queriam era transformar situações. Iehoshua Heshel, estivera participando de uma passeata com Martin Luther King, e, “rezando com os pés”, ele se atrasara. Era isto que vcs. estavam fazendo em Holit,caminhando como os trinta e seis justos desconhecidos que garantem em seu anonimato o destino do mundo. Já que vc citou CDA vou retomar uma frase do poeta que orienta a minha vida desde que a descobri "As coisas.Como são tristes as coisas consideradas sem ênfase" Graças ao gesto alegre e enfático de pessoas como vc a esperança se mantem e garante a continuidade do mundo. UM grande abraço.Paulo Blank.
Comentário de Cris em 11 outubro 2009 às 18:39
Postei o comentário na rede-marcha-rio. Abraços

© 2024   Criado por Jayme Fucs Bar.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço