JUDAISMO HUMANISTA

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Shoa - Holocausto

 “Não há história mais difícil de contar em toda a história da Humanidade” do que a do “Holocausto”.Hannah Arendt

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Última atividade: 16 Abr, 2022

NÃO HÁ HISTÓRIA MAIS DIFÍCIL… - Hannah Arendt disse que “não há história mais difícil de contar em toda a história da Humanidade” do que a do “Holocausto”. E porquê? “Em primeiro lugar pelo sofrimento intenso de um povo, estilhaçando com fragor insuportável os limites do entendimento humano” – diz-nos Esther Mucznik. “Até hoje, o genocício nazi, programado, sistemático e colectivo permanece para a civilização humana como a referência ética do mal absoluto”. Mas como foi tudo isto possível, quando ninguém esperava? E como foi possível que acontecesse a partir de um país de arte e de cultura? O certo é que tudo aconteceu de um modo sistemático e terrível. Daí que a obra agora saída corresponda à procura de uma consciência moral e cívica que possa contrapor o respeito ao ressentimento e a liberdade à servidão. Nesse sentido, o projecto do Conselho da Europa visa “suscitar o interesse dos jovens pela história recente do nosso continente e ajudá-los a estabelecer ligações entre as razões históricas e os desafios com os quais estão confrontados na Europa actual”. Está em causa a ajuda à criação de uma identificação europeia, o desenvolvimento da análise crítica, a sensibilização para a importância da diferença e do outro e o encorajamento aos professores para lançarem as bases de “um ensino europeu da história”. A dimensão europeia na Educação passa, assim, por um melhor conhecimento da realidade, de tragédia, de diálogo e de conflito, que nos antecedeu, com todas as suas implicações. O estudo da “Shoah” (expressão que significa “catástrofe” e que é utilizada para designar o genocídio perpetrado pelos nazis e seus aliados contra os judeus) e do “Holocausto” (sacrifício) deve, no fundo, permitir-nos ir além das apreciações simplistas ou do mero culto do ressentimento. É essencial entender as fontes da banalização do mal, para que, no futuro, possamos prevenir a sua ocorrência. De facto, entre o excesso de memória e a sua ausência, temos de encontrar um equilíbrio que permita não esquecer, sem fazer da lembrança um motivo de vingança.

APRENDER COM OS FACTOS – Ao longo de 50 fichas elaboradas criteriosamente, podemos obter uma informação bastante rigorosa e circunstanciada sobre o judaísmo, sobre a doutrina nazi, sobre os campos de concentração, sobre as perseguições (também dos Rom/Ciganos e dos homossexuais), sobre a decisão de extermínio, sobre as câmaras de gás e a cremação das vítimas, sobre os campos de extermínio (Auschwitz-Birkenau, Belzec, Chelmno, Lublin-Maidanek, Sobibor, Treblinka); sobre os “sonderkommandos” (encarregados das operações nos campos de morte – desde a preparação para as câmaras de gás até aos fornos crematórios); sobre a situação nos diversos países afectados; sobre as reacções dos judeus; sobre “os justos” (que ajudaram o povo judaico durante a Shoah); sobre as opções dos Aliados; sobre o número de mortos (cerca de 5 milhões de judeus); sobre o regresso dos sobreviventes; sobre o silêncio; sobre o revisionismo e o negacionismo; sobre a filmografia do tema e sobre os sítios na Internet. Trata-se de um conjunto de informações sobre o inominável e o injustificável. Como entender tanta cegueira e tanta desumanidade? E como interpretar os resultados da discricionariedade pura? E fica a afirmação de Primo Levi que “menciona um conjunto de ‘pequenas razões’, pequenas partículas de humanidade que se juntaram e que conduziram à sua sobrevivência – por outras palavras, uma sucessão de pequenos pedaços de sorte, de acontecimentos fortuitos”. Por outro lado, fica a realidade insofismável que hoje não pode sofrer contestação: “apesar do reduzido número de sobreviventes, foram registados muitos testemunhos, o que nos leva a considerar por que razão todos contaram o mesmo e por que razão não existem quaisquer provas do contrário”.

A DIFICULDADE DA MENSAGEM – À medida que o tempo passa, atenua-se, contudo, o impacto do drama real e prevalece a ideia mítica ora dos actos heróicos de resistência ora do carácter difuso da culpa e da responsabilidade. No entanto, mais do que os mitos, o que importa é fixar a actualidade do tema e o risco da repetição de acontecimentos tão terríveis e dramáticos. Daí que nas orientações dadas aos professores, no âmbito deste projecto educativo, haja muitas vezes dúvidas e hesitações sobre a eficácia menor ou maior da utilização de determinado exemplo ou instrumento. De facto, temos de contar com a “dificuldade da mensagem” e com o facto dela ter tudo a ver com a construção de uma sociedade mais humana, onde os direitos, as liberdades, as garantias e a responsabilidade pessoal têm de ter um lugar cimeiro. E se nos lembrarmos do exemplo de Janusz Korczak no gueto de Varsóvia vemos que o melhor método educativo é o da prática e do exemplo: “desenvolveu um sistema de organização democrática dos orfanatos – as crianças eram tratadas como indivíduos com plenos direitos e tomavam parte na administração da comunidade”.

DEVER DE MEMÓRIA? - Tzvetan Todorov afirmou que «les enjeux de la mémoire sont trop grands pour être laissés à l’enthousiasme ou à la colère» (Les Abus de la Mémoire, Arléa, 1995, p. 14). Esta é a preocupação fundamental que temos de preservar, a fim de que não haja interpretações unilaterais e abusivas sobre a memória. O dever de memória obriga ao rigor crítico e a prestar justiça – o que também leva à necessidade de compreender as circunstâncias da história para além da vitimação e da ameaça. O entusiasmo e a cólera levam à incompreensão de que a memória se refere à humanidade, e de que, nesse sentido, tem de apelar permanentemente à capacidade de compreender e de nos pormos no lugar do outro.

retirado da web do Centro Nacional de Cultura

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Tags: Holocausto, Shoa

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Comentário de Peter Krometsek em 6 julho 2014 às 1:47

Boa Noite !

Me inscrevi neste grupo para perguntar,conversar e discutir  assuntos relacionados com o SHOAH.

Comentário de Maurício Augusto de Carvalho em 9 abril 2013 às 1:04

Janusz Korczak e suas crianças órfãos... um mártir que preferiu morrer com suas crianças na câmara de gás do que deixá-las ir sozinhas sem segurança, conforto e esperança. 

Algumas pessoas famosas ajudaram vários judeus a escapar das garras do nazismo, e quantos anônimos fizeram o mesmo, além de muitos que arriscaram suas vidas ou morreram tentando. 

Comentário de Maurício Augusto de Carvalho em 9 abril 2013 às 0:57

Janusz Korczak, pseudônimo de Henryk Goldszmit, também conhecido como o Velho Doutor ou o Senhor Doutor, nasceu em Varsóvia, no dia 22 de julho de 1878 ou 1879, e foi assassinado em Treblinka, no dia 5 ou 6 de agosto de 1942). Médico, pediatra, pedagogo, escritor, autor infantil, publicista, ativista social, oficial do Exército Polaco.
Foi um pedagogo inovador e autor de obras no campo da teoria e prática educacional. Foi precursor nas iniciativas em prol dos direitos da criança e do reconhecimento da total igualdade das crianças. Na qualidade de diretor de um orfanato instituiu, entre outros, um tribunal de arbitragem de crianças, no âmbito do qual as próprias crianças avaliavam as causas apresentadas por elas mesmas, podendo também levar a tribunal os seus educadores. O famoso psicólogo suíço, Jean Piaget, que visitou o orfanato Dom Sierot (A Casa dos Órfãos), fundado e dirigido por Korczak, disse dele o seguinte: «Este homem maravilhoso teve a coragem de confiar nas crianças e nos jovens, com os quais trabalhava, ao ponto de transferir para as suas mãos as ocorrências disciplinares e de confiar a certos indivíduos as tarefas mais difíceis e de grande responsabilidade».
Korczak criou a primeira revista redigida a partir de textos enviados por crianças, que se destinava sobretudo a jovens leitores, A pequena revista. Foi um dos pioneiros dos estudos sobre o desenvolvimento e a psicologia da criança, bem como do diagnóstico da educação.
Era um Judeu-polaco que toda a vida afirmou pertencer a duas nações.

Comentário de Maurício Augusto de Carvalho em 9 abril 2013 às 0:50

http://www.youtube.com/watch?v=5eWdOkq6C8c

Discurso Ben Abraham - Yom Hashoá 2013

O sobrevivente Ben Abraham foi aplaudido e emocionou a todos ao fazer o seu apelo: "como testemunha viva desta tragédia prometi a mim mesmo que se sobrevivesse contaria ao mundo tudo o que vi, e de como um regime igual ao de Hitler pode conduzir o destino do mundo. A existência de Israel é a nossa resistência. Com Eretz Israel somos livres, independentes e iguais a todos os povos. Israel é nosso futuro, nossa pátria e nossa segurança"

Comentário de alipio feitosa marques em 31 janeiro 2013 às 18:05

o holocausto tem que ser sempre lembrado para que nós como seres humanos nunca esqueçamos a maldade que somos capazes de cometer contra o nosso próximo.

Comentário de Moshe Moti Rosen em 7 novembro 2012 às 3:16

HOLOCAUSTO: MEMORIA, RESISTENCIA, REBELION 

Comentário de alipio feitosa marques em 18 abril 2012 às 0:19

eu acredito que as causas que levarão ao nazismoe logo ao extermínio de judeus foi que estado alemão tomou para si sentimentos de ódio racial pelos judeus povo que tem um histórico de perseguição na europa deixando sua função de laico e imparcial num caso único na história da humanidade claro que não podemos deixa de fora a pessoa de adolf hitler.p.s.hitler pode ter sido filho de um meio judeu?

 

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