O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana
Devido ao meu ativismo nas redes socias como judeu sionista secular humanista, com uma posição clara de esquerda, recebo todos os tipos de mensagens. A última que recebi me despertou uma grande curiosidade.
Alguém me questionou sobre como eu podia ser um judeu humanista e me definir como sionista. A princípio, não entendi a pergunta, mas parei para pensar e me surgiu a ideia de perguntar à pessoa o que, em sua opinião, era o sionismo e ele respondeu: "Sionismo é um movimento racista, militarista de ocupação, destruição e extermínio do povo palestino"
Incrível! Como pode, com o tempo, uma palavra se tornar tão deturpada que chegou ao ponto de perder completamente o contexto da realidade. Voltei à conversa com a pessoa e perguntei se ela era a favor de que todos os povos da humanidade tivessem o direito de autodeterminação nacional. A pessoa de imediato me respondeu:
"Claro que sim!”.
Então respondi: "Querida pessoa, estou feliz em saber que você também é sionista!”. Acredito que a pessoa do outro lado pulou! Eu tentei explicar!
Se todos os povos da humanidade têm o seu direito de autodeterminação nacional, como palestinos, curdos, tibetanos, chechenos, bascos, etc., por que os judeus, que são um povo milenar, não teriam também esse direito de autodeterminação nacional?
Pois o sionismo é o movimento nacional do povo judeu. Esse movimento faz parte de um processo histórico milenar, seus laços entre o povo judeu e a Terra de Israel são inseparáveis!
No Movimento Sionista existiram, como em todos os movimentos nacionais, tendências políticas e vertentes ideológicas diferentes, como liberais, sociais-democratas, socialistas, comunistas, religiosos, etc.
As pessoas estão tão confusas e com seus cérebros congelados sob tantas desinformações e manipulações que não sabem definir entre realidade e “fantasias”, nem entre os vários “Israéis” imaginários que elas mesmas criaram.
É incrível como as pessoas têm dificuldades de entender, saber e aceitar que você poder ser sionista, amar Israel, servir seu exército, lutar em suas guerras e ser ativamente contrário ao atual governo de direita de Israel, ou ser sionista e apoiar a criação do Estado Palestino ao lado do Estado de Israel, etc...
A estupidez é tão generalizada, que esta pessoa, nesse diálogo até meio surreal, me disse:
“Mas quem criou o Estado de Israel foi o imperialismo dos EUA e da Inglaterra!”.
Uau, como estou cansado de ouvir essa bobagem!
Eu respondo, já numa ironia típica de um israelense:
“Imperialismo? Ah, sim, é verdade! O Estado de Israel realmente existe graças ao imperialismo, mas não o dos estadunidenses ou dos ingleses e sim dos soviéticos”.
A pessoa quase caiu da cadeira do outro lado da tela!
O bloco soviético e seus aliados foram os que votaram em massa na ONU pela criação do Estado de Israel, os "imperialistas” estadunidenses ficaram em cima do muro e no final, na última hora, votaram a favor, devido à pressão da comunidade judaica dos EUA. O grande imperialismo inglês deu o voto de abstenção, mas apoiou com armas os árabes.
A Guerra de Independência de Israel foi e é até hoje considerada a pior e a mais cruel de todas as guerras que Israel teve que enfrentar. Israel não tinha a estrutura militar e econômica que tem hoje em dia, sua população era de 650 mil judeus e muitos eram refugiados recém-chegados do Holocausto. No final desta guerra terrível, haviam morrido quase 7% da população judaica do Estado de Israel nascente.
E sabem quem apoiou Israel com armas nesse momento crucial da independência israelense? – perguntei à pessoa do outro lado.
Foram os socialistas!
As armas chegaram da República Socialista da Tchecoslováquia.
A pessoa, penso eu, achou que eu estava inventando história, mas quem quiser saber dos fatos pode pesquisar! Pedi, com todo respeito, que ela parasse de acreditar em fantasmas que haviam sido inventados para milhões de pessoas viverem numa eterna escuridão sobre a realidade de Israel.
“Sion" de onde deriva o nome sionismo, o movimento de libertação nacional do povo judeu, não é nome feio, nem palavrão. Sion aparece nada mais, nada menos que 150 vezes na Torah, definindo o local onde se encontrava o Templo e a cidade de David.
O movimento sionista foi, para muitos judeus, a resposta política clara para a situação de suas eternas lutas de sobrevivência às opressões, perseguições, perseguições religiosas, pogroms, antissemitismo e a tentativa de seu total extermínio como aconteceu no Holocausto.
Em 14 de maio de 1948, o Estado de Israel se tornou uma realidade. Porém, é importante citar um acontecimento anterior, que foi o Primeiro Congresso Sionista, e isso aconteceu em 1897, em Basiléia, na Suíça. Nesse local se reuniram 197 delegados representando diversas comunidades judaicas do mundo, quando foi vista a bandeira azul e branca com a estrela de David e o Hino HaTikvah foi cantado pela primeira vez.
Assim, muito emocionado, se expressou o delegado Ben Ami:
“E no dia 29 de agosto de 1897, os delegados se reuniram no salão de reuniões com expectativa, temor e emoção. Herzl sobe ao palco tranquilamente…. O salão se enche de uma vibração, como se acontecesse diante dos nossos olhos um milagre histórico. Era como se o grande sonho de nosso povo, durante dois mil anos, estivesse se realizando nesta hora e que à nossa frente estivesse o Messias, filho de David”.
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