Sinopse

“A Verdade Lançada ao Solo”, Editora Record, 574 páginas

Num livro singular, de rara originalidade autoral, "A Verdade Lançada ao Solo", Editora Record, 574 pp. coloca o leitor diante de um enredo que mistura drama, religião e política. Em seu romance de estréia Paulo Rosenbaum nos introduz à aldeia judaica de Tisla, no interior da Polônia, no ano de 1856. Ali, um rabino com dons proféticos, Zult Talb, é o ponto de partida de um itinerário que divaga pelo tempo e corre mundo. No centro da trama, um segredo: a narrativa da experiência do estado alterado de consciência conhecido como devekut. Como um dos últimos de uma linhagem de justos, Zult desdobra-se para que sua mensagem atinja o futuro.
O livro, costurado através de três episódios, pula gerações e migra do século XIX para o XXI. Na segunda parte, dois amigos estão ilhados, enganados pelas promessas de que o degelo generalizado favoreceria amadores em escaladas na neve. Agora, presos sob condições extremas; tentam sobreviver no topo de uma montanha alpina, divididos entre esperança e resignação. Na última parte, durante um plantão, o médico descendente do rabino de Tisla vive uma estranha experiência. Um paciente é o portador de uma mensagem do passado que precisa ser esclarecida.
Depois do anúncio da morte da transcendência, do massacre da natureza e da elevação da ciência ao patamar de dogma, há como trazer de volta a vida espiritual para o mundo dos homens? Este final da pós-modernidade trouxe de volta muitas questões filosóficas que se pensavam superadas: qual o significado das tradições religiosas? Como os mortos e suas memórias entram em nossas vidas? O que é ser justo? Tudo pareceria uma grande utopia se Yan Talb não estivesse disposto a descobrir as respostas.