JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

A Questão Anusim - Talmid Katan


   


A característica única da comunidade israelita é essa gama das diferenças enquanto um único povo, com diversidade de pensamentos e nessa unidade; uma família, cujas diferenças caracterizam essa igualdade. As diferenças que
caracterizam essa igualdade certamente estão sedimentadas na criação do homem,
em que o Eterno nos criou igualmente diferenciados como cidadãos do mundo;
diferentes e iguais como israelense nem sempre é israelita e israelita por sua
vez é sinônimo de judeu; que judeus há que são israelenses, brasileiros,
americanos, etc. Se essa não fosse uma característica da nação hebraica, não
haveria Sefaradim que, embora diferentes de Ashkenazim e Falashim, contudo são
irmãos. Mas e os Bnei-Anusim?! Mais uma diferença, ou mais um aspecto
dessa igualdade dos igualmente desiguais? Sim a mesma diferença que nos faz
iguais nessa saga de sermos igualmente diferentes e ao mesmo tempo igualmente
compreendidos e incompreendidos diante do resto do mundo. Nesse mundo em que
inspiramos as mais diferentes emoções, desde o ódio até à morte, e de um amor a
extremos, pois dentre eles há os que chegam a ponto de simular em si o modus
vivendi judaico! O mundo que tem vários senhores e nenhum deles é o senhor de
Israel, porque nossa mente busca uma razão, um número, uma resposta; nossa alma
pergunta sempre nessa aparente contradição de duvidar para acreditar, dessa
irreverência que produz essa inigualável reverencia. Reverentes ao D’us de
Abraham; o Eterno; Único em Sua Unicidade. Ao mesmo tempo em que questionamos e
perguntamos; porque afinal tanto sofrimento se por mais que se esforçaram para
destruir-nos e a nossa fé; tanto mais ela se tornou maior e mais viva, e ao
invés de se extinguir tornou-se mais vigorosa, sim porque questionamos do
próprio Criador o porque desse sofrimento, como exigindo uma explicação e ao
mesmo tempo decididos a perseverar na nossa fé ainda que custe outra vez nossa
vida, mesmo que não haja explicações algumas! Por que guardamos uma fé viva e
milenar, num D’us Único e Eterno que ninguém viu? Aliás, como ensina a Torah
ser proibido fazer uma imagem de D’us? Como também Ishaiahu tenha
escrito: Mi Haamin Lishmuateinu? - quem deu crédito ao que nós ouvimos?
Porque desafiamos nessa saga monoteísta, nesse amor incontrolável pelo nosso
D’us, a todos os outros deuses? Embora demonstrando serem mais fortes no poder
secular, detentores do direito, um sem número de vezes verificado na história
da humanidade, sobre o destino da vida e da paz de Israel, impondo a idolatria
sob a pena de morte, apesar dos pesares, contudo somos igualmente contrários a
todo o resto do mundo! As perseguições, as chamas, a tortura, sufocados nas
câmaras de gás! Mas por essa diferença que nos faz iguais ainda somos o povo de
D’us, e digo até mais do que antes; somos como o metal purificado no cadinho
super aquecido na fornalha do ódio das nações. E o grande paradoxo nisso tudo é
que a felicidade do mundo, desse mundo intolerante e opositor, bem como a vinda
de Mashiach que todos esperam, depende unicamente de nós, dessa nossa saga
monoteísta, da integridade do israelita como um todo; uma família construída e
instruída por D’us no isolamento do deserto, rezando uníssono sobre a face da
Terra ao lado de todas as outras famílias dessa mesma Terra. Mas algo que é
fascinante é que um dia todos os povos da Terra serão judeus, vivendo como
judeus, adorando a D’us como judeus, rezando com judeus! Evidências sobre isso
estão em que os ascendentes dos opositores à doutrina do Eterno, Único em Sua
unicidade, e a Sua Torah, hoje querem a todo custo ser judeus, abraçam
fisicamente a Torah, vestem-se como judeus, dizem que são judeus, emocionam-se
ao imaginarem-se judeus. Esse é o destino de todos, a única opção. Exagero? Mas
por que dizemos isso? Porque nessa diferença que caracteriza nossa igualdade,
somos refratários a aceitar aqueles que não parecem serem judeus? E nem é pela
perseguição, porque D’us já mostrou estar conosco. Mas então por que tudo isso,
se sabemos que todos os homens um dia deverão rezar como judeus? Será que é por
ciúmes do nosso D’us, como a criança que resiste a outra criança que se
aproxima do seu pai? D’us é nosso e de mais ninguém, é nossa posse, é a nossa
porção, a nossa herança; seria esse o sentimento inconsciente que existe em
cada israelita? D´us escolheu Israel, mas em contra partida Israel também
escolheu a D´us; é um caso de amor eterno! Como negar essa postura senão
admitir que seja de forma explícita ou sublimada é isso que nos move nessa saga
de permanecermos monoteístas, nessa força sobrenatural que diluiu o medo da
morte nas chamas ou outro meio qualquer em vários momentos da história, no
vigor desse espírito; um evidente propósito divino.


 Torna-se oportuno citar que há mais ou menos duzentos anos a comunidade judaica era tão igualmente diferente quanto hoje. Na época Sefaradim não aceitavam que
Ashkenazim rezassem com eles e nem entrassem nas sinagogas! Se aceitos em algum
serviço, o eram por simples tolerância. Pasmem, mas eram tidos como
indesejáveis e abomináveis. Isso estava correto? Não! De fato isso era uma
aberração! E a pergunta seria: Por quê hoje os Ashkenazim são, não somente
aceitos, mas também com todos os méritos, respeitados? Representam fração
significativa na comunidade erudita do judaísmo. Mas como teria mudado essa
situação? É simples, por meio de uma fórmula natural: A história de um romance
que envolveu um paradoxo Halákhico, nascido no coração de um riquíssimo
banqueiro judeu português, membro da Congregação de Londres, em meados de 1820,
Sir Moshê Montefiori que fechou questão sobre o assunto ao apaixonar-se
por uma mulher Ashkenazi e tomá-la como esposa, em cumprimento de
Gênesis 2, 24. Como Sir Moshê patrocinava financeiramente a comunidade
local, dizem as más línguas que os caprichos da Sinagoga foram superados pelo
poder do dinheiro! De fato fico com a primeira versão, pois os atributos
encantadores, únicos das mulheres é que viraram ou, dependendo do ponto de
vista, endireitaram a cabeça desse abastado israelita. O amor venceu essa
barreira da Halakhá ou da pureza do orgulhoso sangue Sefaradi.


 Interessante notar que cristãos consideravam e condenavam, até pouco tempo, o sangue judeu como sangue impuro; a culpa do sangue, sendo um dos bastiões que sustentavam o
Santo Ofício com sua abominável Inquisição, no jargão “basta culpa do sangue”;
o fato de alguém ter em suas veias, o sangue hebreu. Mas os Ashkenazim queriam
a todo custo sua aceitação como judeus, que conseguiram e creio que foi pela
mão de D’us que mostrou a Sir Moshê a conveniência de obedecer aquele
preceito da Sua Torah! Reunindo Sefaradim e Ashkenazim numa família!
Interessante notar que antes de Sir Moshê, outros personagens chegaram a
perder prerrogativas nas sinagogas Sefaradim de Londres pelo mesmo comportamento;
homens Sefaradim casando-se com mulheres Askenazitas. Lindas mulheres?
Certamente. É oportuno citar também o caso de Yiaacov Bernal, que foi em
meados daquela data, rebaixado das suas prerrogativas na mesma comunidade, pelo
mesmo motivo! Contudo esse matrimônio, por assim dizer desigual, acabou no
casamento de uma das suas descendentes com o Duque de St Albans que
gerou filhos que procediam dos Stuarts! Uma desigualdade que igualou o
sangue judeu, ao sangue dos reis, ou de fato igualou o sangue dos reis ao
sangue judeu? Desigualdade que produz a igualdade! De novo se verifica a regra?
E não está escrito que o Eterno disse a Abraão: Gênesis 18, 6; “Reis sairão de
ti”? O mundo deverá estar atento, pois essa desigualdade é que trouxe a riqueza
das Kituvei Hakodesh a todos; para Judeus e não Judeus! Se Israel não
fosse tão desigual, talvez elas não estariam hoje nas mãos de todos os homens
da face da Terra! Já pensaram nisso?


Hoje nos deparamos com os desiguais judeus conhecidos como Bnei-Anusim, sejam messiânicos ou não. Igualmente rejeitados pela sua desigualdade? E na
comunidade, paradoxalmente pela maioria Ashkenazi, cuja experiência de
desigualdade parece repetir-se hoje nesses outros igualmente desiguais como
todos nós que um dia fomos rejeitados pela nossa origem desigual! Uma espécie
de compensação? Será que a primeira lição não valeu? Seja qual for a atitude de
hoje, ela será a mera repetição das atitudes do passado; seja de tolerância ou
de preconceito. Mas a nossa igualdade, composta de diferenças nos mostra a
solução; essa turba de diferentes é tão igual como o restante de todos nós,
porque também são igualmente diferentes como todos nós. Não tenciono doutrinar
ninguém, mas lanço aqui um desafio a todos que queiram realmente propiciar aos Bnei-Anusim
uma casa judaica, porque se isso não for feito e logo, os oportunistas os
absorverão, aliás, como já vem acontecendo nas organizações não judaicas.
Judeus para a Torah e não para o Cristianismo, antes judeus para o D’us Eterno;
Único em Sua Unicidade. Embora confusos no seu cristianismo os messiânicos são
diferentes de todos os outros e nesse aspecto iguais aos demais diferentes, não
conseguem fugir aos clamores das suas almas porque o apreço ao ser judeu,
retornando à Torah, é fruto do coração, por isso o coração deles clama pelas
suas origens e ninguém tem o direito de negar-lhes isso! Provavelmente se
esteja fazendo com os Bnei-Anusim o mesmo que o pai ausente faz com seus
filhos e depois os choram por estarem sob a tutela de traficantes de drogas.
Pense nisso Askenazi, pense nisso Sefaradi de sangue puro (embora
não tão puro sob outras óticas
), pense nisso Falash, pense nisso
você que é ou que se considera judeu! Enquanto os filhos de Israel (Sefaradim,
Ashkenazim, Falashim, Anei- Anusim e outros
) não estiverem como um todo,
onde toda nação; na Galut ou em Eretz, diante do seu D’us, em
plena e única adoração, a era messiânica não virá e o sofrimento do ser humano,
nesse planeta, será cada vez maior e pior, bem como o pecado da idolatria e da
profanação do Santo Nome de D’us! D’us tem sido desprezado pelos homens,
principalmente pelos que colocam diante dele um Deus diante de D’us, em franco
desafio ao primeiro preceito das dez sentenças como vemos em Êxodo 20, 1 a 6,
furtando assim a adoração e o louvor que pertencem somente ao Criador e Senhor
de Tudo de Todos.


 


Paulo  - judaísmo on-line - Terça-feira, 25 de Outubro de 2005 (4:26:43) por Imigrante de Israel

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O chavei autor deste não poderia ter sido mais contundente e brilhante em sua escrita, que Hashem continue a iluminar as cabeças de seu Povo e que eles sejam capazes de reconhecer seus irmãos anoussitas como Yosef ben Yaacov o fez no antigo Egito faraônico.

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