JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

Uma discussão sobre o conceito de terrorismo moderno - Igor Lapsky da Costa Francisco

Mestrando em história comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador do Laboratório de Estudos do Tempo Presente.

Resumo: O objetivo deste texto é compreender as diversas fases do terrorismo moderno, iniciado no final do século XIX, à luz do contexto de cada uma delas. Para auxiliar tal estudo, antes de descrevermos brevemente cada fase, analisaremos debates estimulados por especialistas no assunto. Compreendemos que a definição de elementos comuns através do método comparativo entre cada fase pode auxiliar numa compreensão acerca do conceito de terrorismo na atualidade, porém não é da nossa alçada (e nem nos propomos a isto!) encontrar uma resolução das questões políticas envolvendo o conceito de terrorismo na comunidade internacional.

Palavras – chave: Terrorismo, Política, Guerra, Século XX.

Abstract: The purpose of this paper is to understand the various stages of modern terrorism, which began in the late nineteenth century, with the background of each one of them. To aid this study, before briefly describing each stage, We will analyze debates stimulated by experts. We understand that the definition of common elements of each stage through comparative method can assist in understanding the concept of terrorism today, but it is not our responsability (and do not propose to this!) to Find a resolution of policy issues involving the concept of terrorism in the international community.

Keywords: Terrorism, Politics, War, Twentieth Century

O terrorismo é assunto corrente no debate acadêmico e midiático. Principalmente a partir do 11 de Setembro, a temática entrou em pauta nas Relações Internacionais, que presenciaram o início da “guerra contra o terror”, promovida pelos Estados Unidos.

Uma das questões centrais na discussão sobre a noção de “guerra contra o terrorismo” seria a definição do inimigo, levando a uma problemática de como classificar o terrorismo. Esta pergunta se desdobra num debate visto que não há uma conceituação oficial dos órgãos internacionais sobre o assunto. Os países mostram diferentes definições e até mesmo seus departamentos internos possuem posições distintas, como no caso dos Estados Unidos.

O especialista em terrorismo e assimetrias Gérard Chaliand e o historiador Arnaud Blin partem da etimologia da palavra terrorismo para explicar o conceito. Terrorismo vem do terror, do latim terrere, que significa “fazer tremer”. Segundo os autores todas as sociedades despóticas são fundadas sobre o medo, citando casos como o primeiro Império Mesopotâmico de Sargão de Acádia (2300 – 2215 a.C) e o primeiro império militar da antiguidade, os Assírios. Estes exemplos foram dados por estes especialistas para confrontar o debate acadêmico, onde a palavra terror na política é utilizada somente a partir da Revolução Francesai.

Outro ponto de análise dos autores está na diversidade do conceito terrorismo moderno, assim como demais autores trabalhados, mas que há um pensamento comum nas sociedades ocidentais desenvolvidas: atos de violência realizados por indivíduos e grupos, principalmente entre períodos de paz. Sendo assim, os autores afirmam que a conceituação mais apropriada na atualidade seria do Departamento de Estado norte-americanoii.

Segundo Hélène L’Heuillet, é uma assimetria e um desdobramento da popularização da violência, decorrências do surgimento das guerras totaisiii no século XIX. Influenciada pelas análises sobre conceito de guerra trabalhados por autores como Carl Von Clausewitz e Raymond Aron, a autora mostra que o fato de civis pegarem em armas resultou no conflito de interesses dos cidadãos, exemplificando os movimentos de libertação nacional e de resistênciaiv. Outro ponto importante para o trabalho da autora é a ligação entre terrorismo e guerra psicológicav, pois a sensação de medo e insegurança de ataques iminentes gera privação da liberdade na sociedade.

A abordagem da autora nos traz um caminho para a conceituação de terrorismo. L’Heuillet identifica o grupo terrorista como não possuidor de um projeto político pré-existente, ao contrário dos movimentos de resistência e de libertação nacional, que visam um modelo como independência ou/e democraciavi.

Sobre a questão da ausência de programas políticos definidos, o cientista político Luigi Bonanate considera os grupos terroristas como apolíticos, sem propostas construtivas, possuindo objetivo de gerar insegurança para os países e, principalmente, para a população mundial. Para Bonanate, os grupos terroristas atuais não agrupam massas populares em seu torno, ao contrário de instrumentos políticos, como os partidosvii. Além disso, o terrorismo não distingue os combatentes dos não combatentes, tornando possível qualquer alvo, como no 11 de Setembro.

John Richard Thackrahviii, afirma que o terrorismo possui uma variedade de definições, mas que todas levam à percepção de atos criminosos contra vidas, propriedade e outros interesses. O terrorismo, para o autor, também é avaliado a partir de seus objetivos e menos através de aspectos ideológicos, dificultando a diferenciação entre o que seria ou não um ato terrorista. Thackrah, afirma que o ato terrorista é um meio de comunicação e os atentados seriam uma forma de enviar mensagens para a sociedade e os Estados pelo mundoix.

Outro elemento importante para o autor é o questionamento acerca do consenso sobre a definição de terrorismo internacional para as instituições, pois Thackrah aponta para a dificuldade em discernir o criminoso do terroristax. O terrorismo busca uma repercussão sobre seu alvo, escolhido por sua importância para a sociedade, fazendo com que a recepção do atentado gere efeitos em determinados grupos de pessoasxi.

A comparação entre guerra convencional, guerrilha e terrorismo torna o trabalho de Chaliand e Blin referencial para o assunto, pois uma das questões que envolvem o terrorismo é a diferenciação entre terroristas e guerrilheiros. Para os autores, existem nove pontos a serem considerados para compararmos os modos de conflito:

Tamanho das unidades em batalha: as unidades utilizadas nas guerras convencionais são compostas por exércitos (em torno de 60.000 – 100.000 pessoas), corpos de exércitos (30.000 – 80.000) e divisões (10.000 – 20.000). Já as guerrilhas são compostas por batalhões (em torno de 300 – 1000 pessoas), companhias (70 – 250) e pelotões (25 – 60), enquanto o terrorismo contém poucas pessoas, geralmente menos de 10 pessoasxii.

Armas utilizadas: nas guerras convencionais é utilizado todo aparato de armas militares como aviões, navios, artilharia, canhões de artilharia, morteiros, até armas utilizadas pelos soldados como rifles, metralhadoras e pistolas. Já nas guerrilhas utilizam-se armas leves e alguns objetos de artilharia, como os morteiros, enquanto no terrorismo são utilizadas armas de fácil porte (granadas, rifles de assalto e pistolas) e as especializadas, como carros-bomba.

Táticas: As operações conjuntas, envolvendo diversas unidades militares, são características das guerras convencionais, enquanto nas guerrilhas são realizados confrontos isolados. O terrorismo utiliza elementos como o sequestro, assassinato, explosões de carros e barricadas de reféns.

Alvos: nas guerras convencionais, os alvos são unidades militares e infraestrutura como transporte e comunicações para derrubar o inimigo. Já nas guerrilhas, os alvos são militares, policiais, membros administrativos e oposição política. No terrorismo os alvos são símbolos estatais, oposição política e, principalmente, o público em larga escala.

Objetivos: a destruição física é a principal meta das guerras convencionais, enquanto o desgaste do inimigo é o esperado pelas guerrilhas. No terrorismo a coerção psicológica é o elemento chave dos ataques.

Controle do território: enquanto nas guerras convencionais e nas guerrilhas existe o objetivo de controlar o território, no terrorismo, não há este elemento.

Uniforme: em guerras convencionais, os combatentes são identificados através de seus uniformes, compostos pelas diversas insígnias que formam a hierarquia militar, enquanto na guerrilha, o uniforme não é uma peça fundamental nas batalhas. No terrorismo, não há uso de uniforme, impossibilitando a diferenciação entre combatentes e nãocombatentes no campo de batalha.

Campo de batalha: nas guerras convencionais, o confronte é limitado a uma área geográfica, geralmente fora do alcance da população. Nas guerrilhas, o confronto é limitado no(s) país(es) em conflito, enquanto no terrorismo o campo de batalha não tem limite e as operações são realizadas em qualquer lugar do mundo.

Legislação internacional: as guerras convencionais e as guerrilhas possuem regras pré-estabelecidas pelos órgãos internacionais, enquanto o terrorismo ainda não é regulado, devido dificuldade de conceituação deste tipo de conflito.

Atualmente (2011), terrorismo possui uma grande vantagem para seus praticantes: baixo custo, aliado a grande devastação e operação simples (comparado ao planejamento de uma ação de forças regulares), levando grupos dissidentes a utilizar esta tática para atingir determinados objetivos, contra maiores forçasxiii. Então, podemos partir do princípio que tal prática só pode ser realizada, da forma como é conhecida atualmente, com a ascensão dos conflitos assimétricos, principalmente a partir dos anos 1990.

A guerra assimétrica

O termo guerra irregular, ou assimétrica, segundo Hew Strachan, entra em uso comum no Ocidente depois do 11 de setembro com os conflitos no Afeganistão e no Iraque. Mesmo a característica irregular das guerras e conflitos, de uma forma geral, sendo mais antigas que o mencionado acima, a discussão mais generalizante no que toca a população civil de uma forma globalizada ainda era sobre a guerra regular. É notável que os estudos mais profundos sobre a guerra irregular comecem a ganhar força depois do fim da Guerra Fria com a chamada nova ordem mundial que se denominava globalização. Neste aspecto, a primeira definição da guerra irregular pode ser traçada através de uma negativa: ela não é uma guerra regular. Por mais claro que esta afirmação possa parecer, a primeira vista, esta simples, porém não simplória, negativa, já nos diz que a guerra irregular não pode ser definida por regras e que o ordenamento da guerra regular tradicional. Como nos apresentou o professor H. Coutou-Bégarie, a guerra irregular no presente não pode ser pautada através de um ordenamento jurídico e estratégico que não funcionariam tão demarcadamente quando se trata do tempo presente com esse tipo de conflito. Dizer o que a guerra irregular não é, é dizer o que ela é. Quando falamos de um modelo de guerra regular estamos tratando de um conflito geralmente curto com fins delimitados em termos de objetivos e resultados qualquer que seja a visão militar e operacional. Já a guerra irregular é uma guerra sem fronts e sem fronteiras. Sem fronts, pois, segundo Olivier Zalec, está dissociada das grandes operações militares e sem fronteiras, pois aboliu a distinção jurídica entre civis e militares, entre paz e guerra e neste sentido não podemos prever ou regular seu término levando a complexa discussão de uma possível “guerra sem fim”.

A guerra como um enfrentamento entre Estados é um pressuposto que deriva da concepção regular. Nos conflitos irregulares este parâmetro não mais se encontra possível porque há o reconhecimento ou a busca, por outros atores não estatais, de reivindicar suas posições na arena do político. É neste aspecto que conseguimos entender e aplicar a nova teoria da Escola de Frankfurt que Axel Honneth chama de gramática dos movimentos sociais, que se definiria pela busca de autonomia e reconhecimento de suas causas, usando para isso as mais variadas formas, dentre elas os métodos irregulares.

Podemos enumerar algumas atividades que empreendem a guerra irregular com o intuito de melhor conceitualização da mesma:

Insurreição e contrainsurreição;

Terrorismo e contraterrorismo;

Guerra não convencional;

Operação de estabilização quando estas são conduzidas sob o contexto de uma estratégia de guerra visando conservar a segurança da população;

Operações civis militares;

Operações psicológicas;

Operações de informação

Operações de inteligência e contrainteligência;

Atividades criminais transnacionais que sustenta a irregularidade.

Esta forma de conflito consiste na utilização de métodos não convencionais para confrontar um poder militar/tecnológico superiorxiv, onde o inimigo mais forte seria vencido pela longevidade da guerra e alto número de mortos, perdendo o apoio para a manutenção do conflito.

Análises sobre assimetria não são novasxv: os estudos das guerrilhas são preponderantes para a compreensão do conceito de guerra assimétrica. Durante o fim do século XIX e a Primeira Guerra Mundial já se pensava em torno da luta entre forças desiguais, possuindo determinados métodos para serem travados estes tipos de conflitos, classificados como guerras pequenas (small wars).

Durante a Revolução Chinesa em 1949, as táticas de guerrilha do Mao Zedong envolviam rápida locomoção, alerta, ataque eficiente, onde os guerrilheiros deveriam apreender todas as condições dos campos de batalha, pensado a partir dos escritos de Sun Tzu: terreno, provisões e uso de força, bem como existência de linhas de comunicação e apoio da população eram fatores fundamentais para a vitória sobre um maior poder. Tal apoio popular também foi pensado durante a Segunda Guerra Mundial na Iugoslávia, com a resistência liderada pelo general Tito à invasão alemã, tornando possível a vitória das menores forças em situações defensivas.

Já Ernesto Che Guevara, durante a década de 1950, pensou a guerrilha como uma forma de ataque às forças superiores. Durante a Revolução Cubana, o método foi empregado e também contava com apoio popular (segundo ele, fundamental para o sucesso dos conflitos), mas era necessário um pequeno grupo de homens para maior agilidade do ataque, contradizendo Mao Zedong.

Ao longo da segunda metade do século XX, os pensamentos acerca da guerrilha ultrapassam a questão sobre movimentos de libertação nacional e passam a ser correntes nos conflitos mundiais. Neste sentido, podemos destacar o trabalho de Liang e Xiangsui intitulado “Guerra além dos limites”, onde analisarão o conceito de guerra assimétrica e a característica dos grupos que exercem este tipo de conflito. Segundo os autores, a guerra do Golfo foi um fator determinante para as mudanças dos tipos de conflitos no fim do século XXxvi.

O desenvolvimento da tecnologia aliado com o fim da Guerra Fria auxiliou a intensificação dos ataques de grupos terroristas contra Estados, que não possuíam mais controle do monopólio do uso da força após o fim da bipolaridade, e os principais centros comerciais do mundoxvii. Segundo Liang e Xiangsui, a alta tecnologia é acessível e, em posse de facções terroristas, torna-se prejudicial para a segurança da sociedade, principal alvo nos atentadosxviii.

A preocupação em torno da tecnologia utilizada na guerra assimétrica atualmente reside na proliferação de armas de destruição em massa em posse de grupos não estatais, principalmente após o fim da Guerra Fria. Antes, armas nucleares eram exclusivas dos Estados, mas a queda da União Soviética proporcionou a proliferação de materiais químicos e nucleares no mercado negro, tornando acessível aos grupos não estataisxix.

A guerra, não seria mais praticada aos moldes da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria, ou seja, uma disputa entre país-país, com uma relativa igualdade de forças, mas sim entre país-facções, afirmando o caráter assimétrico dos conflitos pós - Guerra do Golfo.

Portanto, como tentar chegar a uma Gestalt do terrorismo com tantas definições e posicionamentos? Precisamos, nesse sentido, pensar sobre diversas fases do terrorismo, visto que não é um evento exclusivo do final do século XX. Segundo Gerard Chaliand e Arnaud Blin, a história do terrorismo é oriunda da antiguidade, na época de Roma, onde os Zelotes, no contexto dos levantes contra os romanos, tiveram papel fundamental em assassinatos de figuras políticas e religiosas, sendo classificado como um período pré-terrorismoxx. O terrorismo moderno é considerado a partir de 1789, com a Revolução Francesa, pois o motivo dos ataques não era mais religioso, mas político. Nesse sentido, teremos enfoque no terrorismo moderno ao final do século XIX, que utiliza da combinação armas de fogo portáteis e publicidade, fatores fundamentais para a compreensão da dinâmica dos atos, como analisaremos nas fasesxxi a serem caracterizadas. Segundo John Thackrah, as tipologias dos atentados, a partir do levantamento sobre os autores, alvos, vítimas, causa, contexto, meios, posicionamento político e demanda, são preponderantes para analisarmos o terrorismo modernoxxii, e considerando as diversas fases através de um aspecto cronológico (essencial para a compreensão das tipologias) será possível realizar uma comparação, para procurarmos estabelecer um formato geral do terrorismo.

Primeira fase: o fim do século XIX – o terrorismo e o debate político.

O século XIX pode ser considerado o início do terrorismo moderno. A invenção do revólver, da dinamite e seus usos menores, como as cartas-bombas foram importantes para a intensificação de atentados contra figuras importantes na política, principalmente no continente europeuxxiii.

A característica geral deste terrorismo foi pautada nas ideias anarquistas e marxistas, visando alvos políticos, com intuito de conseguir aprovação da população aos atentados. Porém, alguns ataques visaram alvos indistintos, garantindo a passividade da população pelo medo de ser atacado ou conseguindo o apoio da mesma pelos objetivos atingidos, como a morte de figuras políticas impopulares.

O perigo da missão para os praticantes dos atentados gerava uma alta possibilidade de morte durante a preparação e execução dos ataques. Esta probabilidade é explicada na medida em que os instrumentos utilizados para os ataques, apesar de serem inovadores, eram instáveis, causando acidentes no manuseio de explosivos e na confecção de cartas-bombas.

A prática terrorista que visava alvos com divergências políticas foi marcante neste período: o terrorismo foi utilizado por movimentos revolucionários, como os anarquistas na França e Alemanha, que tinha como objetivo derrubar governos conservadores e conseguir o apoio da população. Além disso, até o período anterior à Revolução Russa, destacamos grupos com poucas pessoas, fator que seria alterado com a mudança de objetivo ao longo do século XX.

Segunda fase (1945 – 1974): os movimentos de insurgência

Seguindo a metodologia para compreensão dos tipos de terrorismo, os movimentos de insurgência são fundamentais para analisarmos esta fase. Até 1945, as potências europeias dividiram determinadas regiões do mundo em colônias que serviam para obtenção de matérias-primas e escoamento de produção das metrópoles – o imperialismo, fator importante para compreender rivalidades entre países na Primeira Guerra Mundial, persistiu até a Guerra Fria, com os movimentos de libertação nacional, principalmente no continente africano e asiático. As ações dos insurgentes passaram a ocorrer com maior frequência após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando países europeus colonialistas entraram em crise, devido à grande destruição causada pela guerra na Europa, dificultando a manutenção destes territóriosxxiv. Segundo Eric Hobsbawm, a Guerra Fria auxiliou neste processo na medida em que disputas por áreas de influências entre as duas superpotências possibilitaram o apoio aos insurgentesxxv.

Compreendemos os eventos que nos auxilia numa tipologia da segunda fase do terrorismo: formação do Exército Republicano Irlandês (IRA) e sua atuação, principalmente na década de 1950 e 1970, formação do grupo basco ETA e atentados das Olimpíadas de Munique em 1972, organizado pelo grupo palestino Setembro Negro.

Terceira fase (1975 – 1985): o terrorismo revolucionário de esquerda

Este tipo de terrorismo está relacionado à ascensão de guerras de baixa intensidade e guerrilhas urbanas, que passaram a ter o apoio de EUA e URSS no contexto da Condição de Mútua Destruição Assegurada (Condição MAD), onde a bomba nuclear possuiu um papel chave na discussão acerca do futuro do planeta.

Ao final da Segunda Guerra Mundial com as bombas de Hiroxima de Nagasaki, o pensamento sobre uso de arma nuclear criou uma nova forma de fazer guerra: minimizando baixas e causando máximo de dano ao seu inimigo, assumindo o papel de “arma absoluta”. A bomba nuclear, por ter um alto grau de destruição e não existir meios eficazes de defesa aos ataques com este tipo de armamento seria insuperável, dando vitória a quem possuísse este novo elemento na ocasiãoxxvi.

Segundo Francisco Carlos Teixeira da Silva, se considerarmos o retorno à Clausewitz no qual guerra é uma continuidade da política, seria paradoxal o acontecimento de uma guerra nuclear, pois os objetivos não seriam políticos, visto que o poder destrutivo da bomba não permitiria haver um vencedorxxvii. Portanto, o equilíbrio entre duas potências se dava na medida em que a produção destes armamentos continuasse a existir, mas sob a condição de não serem utilizados, devido iminente destruição do mundo, constituindo a Condição MAD (Mútua Destruição Assegurada).

O estudo sobre o controle da guerra nuclear também foi tentando pelos cientistas soviéticos e norte-americanos. Alguns como Albert Wohlstetter (1913 – 1997) e Herman Kahn (1922 – 1983) pensaram a possibilidade de sobrevivência a uma guerra nuclear, levantando a hipótese de uso das bombas para combater o inimigo. Porém, o princípio de Fricção em Clausewitz seria considerado, pois segundo o general prussiano, a guerra tenderia aos seus extremos, passando de uma guerra nuclear localizada, em menores proporções, à um conflito nuclear geral.

A crise dos mísseis de Cuba foi um episódio que mostrou como a possibilidade de uso da bomba nuclear poderia afetar os governos soviético e norte-americano, sobretudo a opinião pública. A iminência de uma guerra com grandes baixas civis e destruição das cidades fez com que ambos os governos recuassem com possibilidades de ataque. Neste contexto, EUA e URSS passaram a investir suas forças nas guerras de baixa intensidade e nos movimentos de libertação nacional.

Durante metade da década de 1970, com o fim da Guerra do Vietnã, e década de 1980, os EUA mudaram sua forma de atuação nos conflitos de insurgência e nas guerras de baixa intensidade, auxiliando na configuração dos conflitos atualmente: a guerra do Vietnã havia causado danos irreparáveis à sociedade norte-americana, pois o longo período de confronto, aliado à derrota por forças com menores aparatos militares e a grande baixa de jovens americanos na guerra – a síndrome do Vietnã -, geraram uma intensa pressão da opinião pública do país. Duas medidas foram tomadas pelos EUA: a intensificação do apoio aos regimes ditatoriais na América do Sul, a partir do início da década de 1970, e o apoio à tropas guerrilheiras, sobretudo no Oriente Médio e no continente africano. Movimentos como a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), durante a Guerra Civil iniciada em 1975, tiveram ligações com os EUA com o objetivo de combater a ascensão de um regime comunista no país, a partir da liderança do Movimento Popular de Libertação da Angola (MPLA), que possuía respaldo cubano e soviético.

Quarta fase (1993): o terrorismo contra os Estados Unidos e a atuação do Al-Qaeda.

Este terrorismo pode ser caracterizado como sendo de fundo político, pautado num discurso fundamentalista religioso e, principalmente, baseado em atentados suicidas – novo elemento utilizado por terroristas, dando caráter inovador aos ataques. Os homens, além de desenvolverem bombas para serem explodidas através de mecanismos mais complexos, instalados em meios de transporte dos alvos escolhidos ou cartas-bomba, passaram a criar um cinturão de materiais explosivos amarrados ao corpo, escolhendo locais muito frequentados para o ataque.

Al-Qaeda

Autor da maioria dos ataques aos Estados Unidos ao longo da década de 1990, o Al-Qaeda (A Base) foi formado por Osama Bin Laden no Paquistão em 1989, mas atrelada aos pensamentos de Abdallah Azzam, com objetivo de apoiar a resistência no Afeganistão e reconquistar o umma (mundo muçulmano) para os muçulmanos, através de uma rede de informações de financiamento e logística para os resistentes.

No mesmo ano da criação, Azzam foi assassinado no Paquistão e a liderança do grupo passou ao seu pupilo, Osama Bin Laden, que mudou o método de confronto para ataques terroristas.

Osama Bin Laden nasceu em 1957xxviii, na cidade de Riad, Arábia Saudita. Sua mãe, Aliyah Ghanem, era de origem Síria e o pai, Muhammad Awad Bin Laden, oriundo da região de Hadramut, sul do Iêmen, era um empreiteiro bem-sucedido. Nos anos de 1960, Awad Bin Laden fortaleceu relações com a família real, se tornando uma importante figura política no país, através do empréstimo de cerca de 10 milhões de dólares ao tesouro do Estado.

Osama passou a adolescência em Hijaz, região oeste da Arábia Saudita, e estudou em Jeddah, cursando economia e administração de negócios na Universidade Abdul-Aziz. Muito religioso, estudou islamismo na faculdade com Muhammad Qutb e Abdullah Azzam, ideólogo da jihad no Afeganistão, país o qual se mudou em 1982.

Bin Laden auxiliou os Mujahedin através de construções nas montanhas, utilizando máquinas de construção da família, além de angariar fundos e voluntários na Arábia Saudita à causa no Afeganistão contra os soviéticos.

A resistência afegã recebeu treinamento militar, envolvendo o uso de armamentos, fabricação de bombas e inteligência para o sucesso do confronto. Porém, como consequência das operações norte-americanas na Guerra do Golfo, o grupo passou a ser utilizado para lutar contra Estados Unidos e Arábia Saudita, um dos principais parceiros no Oriente Médio.

Em 1991, Osama Bin Laden foi para o Sudão, onde ordenou diversos ataques, como o bombardeio a soldados americanos no Iêmen, em 1992, matando três pessoas e ferindo cinco, e ataque a dois helicópteros Black Hawk na Somália, em 1993. Em 1994, Bin Laden voltou ao Afeganistão e organiza ataques contra alvos militares, administrativos e financeiros norte-americanos, culminando com o 11 de Setembro de 2001.

Os desdobramentos do 11 de Setembro

Os atentados de 11 de Setembro mudaram a agenda política norte-americana, pautada desde o fim da guerra fria numa expansão do poderio econômico para a América Latina, através principalmente de acordos bilaterais e entrada de multinacionais, e intervenções contra o narcotráfico na Colômbia, através de ações conjuntas responsáveis pelo desmantelamento dos cartéis de drogas nos anos 90. Além disso, o país liderara diversas forças de paz, realizando a política do peacemaking principalmente no Leste Europeu em localidades como Bósnia e Kosovo.

Após 2001, os Estados Unidos reformularam sua agenda de segurança interna a partir do Department of Homeland Security, criado em 2002 pelo governo Bush através do Homeland Security Actxxix, responsável de garantir a segurança de todo o país, abrangendo desde normas internas do país até no tocante às regulações de migrações e circulação de pessoas pelos Estados Unidos, a partir do controle dos aeroportos e fronteiras do território. Além disso, o órgão é responsável pela segurança de informações (cybersecurity) e inspeção de instalações de materiais químicos.

Sobre a política externa, os EUA passaram a adotar o discurso de guerra contra o terrorismo, onde o principal alvo seria a caça aos autores do atentado. Em Outubro de 2001, tropas norte-americanas invadiram o Afeganistão com objetivo de derrubar o regime Talibã, que, segundo a Estratégia de Segurança Nacional, países que abrigavam terroristas eram cúmplices, tornando necessária a invasão para a segurança mundialxxx.

Uma diferenciação entre conceitos de guerra é necessária para compreendermos a agenda de política externa norte-americana ao longo da primeira década do século XXI e seus críticos. Enquanto o documento americano nos mostra uma nova forma de conflito para os Estados Unidos, a guerra preventiva – sem legislações reconhecidas pelo Direito Internacionalxxxi, sob argumento de atacar para se prevenir de possibilidades de ataque com armas de destruição em massa por terroristas localizados em Estados falidosxxxii. A guerra preemptiva, seria ataque de um país sobre uma ameaça real, evidenciada por informações, coletadas pelo sistema de inteligência, que deve ser eficaz e veloz no processamento e análise das fontesxxxiii.

A Guerra do Afeganistão foi uma guerra reativa e punitiva, pois, para os Estados Unidos, o conflito não foi considerado somente como uma forma de encontrar os membros do Al-Qaeda, pois a inteligência americana possuía fontes que apontavam o possível paradeiro no Afeganistão, mas também utilizado para evitar novos ataques a partir das ameaças pré-estabelecidas com os atentados do 11 de Setembro, procurando sufocar o grupo com a invasão e bombardeio em áreas estratégicas do país.

O discurso sobre a Guerra do Iraque é diferente: o argumento da existência de armas de destruição em massa levou países que apoiaram os EUA na investida contra o Afeganistão, como França e Alemanha, a criticarem o governo norte-americano por invadir o país sem provas concretas das armas de destruição em massa, classificando o conflito como uma guerra preventiva.

Em 1998, segundo Courmont e Ribnikar, Donald Rumsfeld, ex-secretário de Defesa de George W. Bush desenvolveu um relatório apontando países como Irã, Iraque e Coréia do Norte sendo ameaçadores pela possibilidade de posse de armas de destruição em massa no ano de 2005. Tal relatório, segundo os autores, teria sido ponto determinante para a invasão do Iraque em 2003, visto que os Estados Unidos passou a adotar uma postura mais firme após os atentados do 11 de Setembro com estes paísesxxxiv.

O conflito no Iraque possuiu duas fases: a invasão à capital e ocupação do território. A primeira foi considerada um sucesso em termo estratégico-militar, pois a tomada de Bagdá durou três meses: Donald Rumsfeld utilizou uma renovação da blietzkrieg alemã, onde carros táticos serviam de auxílio para rápida locomoção e proteção da infantaria. Além disso, militares norte-americanos possuíam instrumentos tecnológicos avançados, facilitando o combate direto às tropas iraquianas. Já a segunda fase, a ocupação do território e instalação de um novo governo, os Estados Unidos fracassaram, pois resistência formada pelos grupos pró-Saddam Hussein, antigos oficiais das Forças Armadas iraquianas e população do país, fizeram muitas baixas nas tropas estadunidenses, revisitando uma síndrome que o país tentara apagar com modernização do exército e novas formas de conflito.

O 11 de Setembro também causou danos econômicos consideráveis em escala global. Ao aumentar o percentual do orçamento militar, os Estados Unidos oneraram sua máquina administrativa, culminando na baixa dos impostos com intuito de ganhar apoio popular para a invasão do Iraque, gerando graves consequências às grandes empresas, bancos e população, que faliram após o comprometimento da extensa linha de crédito do país. Neste contexto, assistimos a uma crise econômica em 2008 de escala global, comparada à quebra da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929, que deixou centenas de pessoas desabrigadas, devido a hipotecas e crediários de imóveis, desaquecendo a economia.

Na América Latina, percebemos os efeitos do jogo político dos Estados Unidos após o 11 de Setembro através de uma discussão sobre a diminuição da presença norte-americana na regiãoxxxv, oriundo da mudança de foco para o Oriente Médio, mas também do enfraquecimento econômico do país, permitindo a ascensão de projetos de integração diferentes da ALCA. Além disso, abriu-se um debate sobre a incapacidade do país em gerir possíveis focos de tensão no continente, através de exemplos como o reaparelhamento das FFAA sul-americanas e discussões entre Colômbia, Venezuela e Equador.

A forma e o conceito do terrorismo

Ao compararmos as fases explicitadas neste texto, podemos compreender que o terrorismo é uma forma de conflito, onde a combinação entre disponibilidade de armas e publicidade seria semelhante em todos os períodos. O método de utilização, no entanto, é diferente em todas as etapas: encontramos, na primeira fase, maior utilização de revólveres e cartas-bombas, inovações do fim do século XIX; Já na segunda e na terceira fase, podemos perceber um desenvolvimento dos materiais explosivos e gatilhos de bombas, sendo mais seguro o manuseio destes artefatos, tornando os ataques mais eficientes; A quarta fase representaria maior acesso à armas de destruição em massa, devido o fim da União Soviética em 1991, bem como utilização de dois elementos inovadores nos ataques: suicídio e utilização de armas não convencionais, como aviões no 11 de Setembro.

Além dos métodos, há diferença nos objetivos dos terroristas. As três primeiras fases possuíam fundo político, através de discursos e organização de grupos terroristas: o primeiro lutava contra situações políticas em torno da desigualdade social e presença da nobreza no poder; o segundo tinha como objetivo libertações coloniais; enquanto o terceiro tinha como preocupação a luta contra governos ditatoriais e revolucionários, dependendo da ótica analisada conforme explicitado anteriormente. A quarta fase, analisada fundamentalmente pelo 11 de Setembro, possui viés político, pautado num discurso religioso promovido por grupos como o Al-Qaeda sobre jihad islâmica.

Portanto, a forma do terrorismo na qual será importante para análise dos filmes a serem trabalhados nesta dissertação comporta antigos e novos aspectos deste tipo de conflito: é marcado pelo seu caráter publicitário, promovendo medo nas sociedades através de suas ações, gerando possibilidades de novos ataques; é internacional – os atentados podem ocorrer em qualquer local do globo terrestre, graças ao sistema de circulação de informações e organização em células, sobretudo pelo Al-Qaeda; é baseado em atentados suicidas, onde participantes da ação desenvolvem coletes de bombas lançando-se sobre áreas estratégicas a serem atingidas, como locais de muita circulação e pontos estratégicos dos países – prédios federais e centros comerciais; e abrangente nos ataques, pois não distingue combatentes dos não combatentes.

i CHALIAND, Gerard e BLIN, Arnaud. The history of terrorism: from Antiquity to Al-Qaeda. Londres: University of Carolina press, 2007. P. vii-viii.

ii Idem. p. 16.

iii Guerras totais são guerras onde todos os esforços da sociedade estão voltados para o conflito. A Primeira Guerra Mundial é considerada por muitos autores como a primeira Guerra Total.

iv L'HEUILLET, Hélène. Aux sources du terrorisme. De la petite guerre aux attentats-suicides.Paris: Fayard, 2009. p. 22.

v Guerra psicológica consiste no uso de ações psicológicas para influenciar as atitudes dos inimigos, alcançando determinado objetivo. Ver: LINEBARGER, Paul M.A. Guerra psicológica. Rio de Janeiro: BIBLIEX, 1962..

vi Idem. p. 29.

vii BONANATE, Luigi. A guerra. São Paulo: Estação Liberdade, 2001. P. 17.

viii THACKRAH, J. R. Dictionary of terrorism. New York: Routledge, 2004. P. 85.

ix Idem. p. 93.

x O autor ainda traça uma discussão acerca da existência entre uma “linha tênue” entre terror e terrorismo, diferenciando a ação legal de representantes do Estado e ilegalidade dos atentados dos grupos autônomos. Porém, esta é uma discussão que não está compreendida nesta dissertação. Para uma discussão, ver: THACKRAH, J. R. Dictionary ... p. 76 – 78.

xi Idem. p. 95.

xii Podemos ver este exemplo a partir dos ataques aos aviões durante o 11 de Setembro. Este assunto será abordado adiante, quando analisaremos a atuação do Al-Qaeda.

xiii Idem. P. 43.

xiv SILVA, F.C.T. Introdução: as guerras e as revoluções no século XX. In: SILVA, F.C.T (org). Enciclopédia de guerras e revoluções do século XX: as grandes transformações do mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Elvesier, 2004.

xv O debate pode ser visto em: COURMONT, Barthélémy e RIBNIKAR, Darko. Les guerres...pp. 44 – 51.

xvi LIANG, Q. & XIANGSUI, W. Unrestricted Warfare. Beijing: PLA Literature and Arts. Publishing House, 1999. P. 4.

xvii Idem. P. 6.

xviii Idem. P. 9.

xix COURMONT e RIBNIKAR. Op. Cit. Pp. 371 – 372.

xx CHALIAND, Gerard e BLIN, Arnaud. The history of terrorism: from Antiquity to Al-Qaeda. Londres: University of Carolina press, 2007. P. 55.

xxi A proposta destas fases pode ser vista em: SILVA, F.C.T. Terrorismo e guerra na era da assimetria global. In: SILVA, F.C.T (et alli) (org.). Terrorismo na América do Sul: uma ótica brasileira. Rio de Janeiro: Multifoco, 2010. Pp. 43 – 45.

xxii THACKRAH. Op. Cit. P. 74.

xxiii LAQUEUR, Walter. Uma historia del terrorismo. Buenos Aires: Paidós, 2003.

xxiv HOBSBAWM, Eric. A era do extremos: o breve século XX 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. P. 208.

xxv Idem. P. 214-219.

xxvi Ver: BRODIE, Bernard. The Absolute Weapon: Atomic Power and World Order. New York: Harcourt, Brace and Co., 1946

xxvii SILVA, F.C.T. Guerras e doutrinas militares no século XX e em face da Nova Ordem Mundial. In: JOBIM, Nelson A. (et. alli). Segurança Internacional: perspectivas brasileiras. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010. P.57.

xxviii Ver: ATWAN, Abdel Bari. A história secreta da Al-Qaeda. São Paulo: Larrousse do Brasil, 2008.

xxix Para mais, ver: http://www.dhs.gov/xabout/laws/law_regulation_rule_0011.shtm Acessado em 31/08/2011.

xxx THE WHITE HOUSE. National Security Strategy. Washington, 2002. P. 5. In: http://www.globalsecurity.org/military/library/policy/national/nss-... Acesso em 12/02/2011.

xxxi SILVA, F.C.T. Terrorismo e guerra na era da assimetria global. In: SILVA, F.C.T (et alli) (org.). Terrorismo na América do Sul: uma ótica brasileira. Rio de Janeiro: Multifoco, 2010. P. 21.

xxxii THE WHITE HOUSE. National Security Strategy. Washington, 2002. P. 14.

xxxiii RICE, Condoleezza. Por um equilíbrio de forças que favoreça a liberdade. 2002. http://usinfo.state.gov/journals/itps/1202/ijpp/pj7-4rice.htm

xxxiv COURMONT, Barthélémy e RIBNIKAR, Darko. Les guerres asymétriques: conflits d´hier et d´aujord´hui, terrorismo et nouvelles menaces. Paris: Dalloz, 2009. P. 52.

xxxv CRANDALL, Russell. The Post-American Hemisphere Power and Politics in an. Autonomous Latin America. FOREIGN AFFAIRS may/june 2011: 83-95.

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Respostas a este tópico

modesta e humildemente eu gostaria de  expor minha opinião a respeito do terrorismo. As condições para se formar tais grupos e prepara-los começa com a "necessidade" de se opor a uma dterminada situação seja ela economina, politica ou religiosa. Em tempos passados a ideologia era o referencial  para diferenciar ou mesmo identificar  grupos terroristas ou de guerrilha. Nos dias atuais aonde a inversão de valores e mudanças de hábitos ideológicos (sonhos) onde a dita desigualdade ja não faz mais sentido nas ações humanas tendo em vista que a visão e práticas ficaram distorcidas.

O terrorismo tem uma pratica puramente emocional e a guerrilha parte de um principio " ideológico" pelo menos no discurso.

mas, o que devemos entender e pensar é que nos tempos " modernos" o materialismo, o egocentrismo e a animalidade são os ingredientes inspiradores das ações pseudo-humanas e sem sombra de dúvidas as religiões estão envolvidas até o pescoço nesta situação. Se voltarmos no tempo vamos lembrar que o papa pio XII salvo engano financiou Hitller (leia-se cortina de fumaça) e até nos tempos atuais tanto a igrela católica , como as evangélicas mais os mulcumanos teem um poder imenso no sentido de manipular mentes e ai, o perigo é e será sempre iminente. Todas as guerras sempre começaram por problemas religiosos ou no minimo incentivadas pelas religiões.

É público e notório que os mulçumanos idealizam um mundo plenamente alicercado nas leis islamicas, ou seja, o Deus deles é o unico e verdadeiro. Ai vem a santa e amada igreja catolica com um Deus superior a todos os outros deuses de outras religiões tambem. Dentro dessa visão e dessa filosofia são peculiar nos vemos perdidos, pressionados e ainda obrigado a entender o que não pode ser entendido, além do que, temos que engolir guela abaixo discursos e teorias recheadas das mais variadas formas de verdade e de oportunidades.(oportunismos).

Somos seres desgarrados ate de nossas proprias familias e devemos lutar pelo menos para não esquecermos nossas origens pis se isto acontecer ai sim, o terrorismo moderno ou não sairá vitorioso e os movimentos guerrilheiros pseudo-revolucionarios tais como os surgidos na tal  " primavera árabe"  serão os astros e estrelas de um novo tipo de iluminismo, iluminismo este pernicioso e perigoso que pode simplesmente adiantar o relogio do tempo , tempo que est cada vez mais curto, tempo de desesperança onde o homem esta com dúvida até de si mesmo e de sua capacidade de raciocinar no sentido de facilitar sua vida, de se construir um mundo no mino suprtavel.

Mas vamos ser otimistas nem que seja de mentira mas que possamos mentir tendo conciencia que tudo depende de nós. Nossa felicidade ou nossa infelicidade esta em nossas próprias mãos e não nas mãos de gurus travestidos de varias formas, cores e escondidos sob muitas bandeiras, discursos e filosofias, inventadas de acordo com suas ambições e necessidades duvidosos.

shalom

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