JUDAISMO HUMANISTA

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Ilustrador brasileiro Pablo Lobato faz exposição na Segunda Bienal de Jerusalém.

O artista Motti Mizrachi

O artista Motti Mizrachi

por Anav Silverman / via Agência Tazpit – Cerca de 200 artistas israelenses e internacionais estão apresentando seus trabalhos artísticos na Segunda Bienal de Jerusalém de Arte Judaica Contemporânea, que ocorre de 24 de setembro a 5 de novembro. Os trabalhos estão sendo apresentados em 10 diferentes exposições realizadas em diversos locais da cidade, exposições que incluem curadores e artistas judeus seculares e ultra-ortodoxos, bem como artistas internacionais, judeus e não-judeus.

Um dos artistas presentes na exposição principal da Bienal, “Passagens de Jerusalém”, na Torre do Museu de Davi, é o ilustrador e cineasta brasileiro Pablo Lobato, cujo trabalho pode ser visto juntamente com o de outros quatro artistas israelenses – Sigalit Landau, Motti Mizrachi, Yenin Shilo e Dov Abramson – na antiga cidadela localizada perto do Portão de Jafa, da Cidade Velha de Jerusalém.

O ilustrador criou um novo trabalho especialmente para a Bienal de Jerusalém. Esse trabalho já passou por várias exposições internacionais, como no festival de Los Angeles, Nova York, Barcelona e Buenos Aires. “Nós convidamos o Pablo para sua primeira visita a Israel durante a festa de Pessach (Páscoa judaica) para que fizesse um projeto de arte relacionado ao que viu aqui”, contou Rami Ozeri, fundador da Bienal de Jerusalém. “Ele não sabia nada sobre o Judaísmo e sobre nosso povo e veio para observar de perto o nosso País”, explicou Ozeri sobre o artista brasileiro, que tem se especializado em ritos de filmagem no universo católico.

“A arte não é apenas sobre como nós nos vemos, mas também como alguém de fora nos vê e o que lhes interessa”, acrescentou Eilat Lieber, o diretor da Torre do Museu de Davi. “Nós queríamos muito expor a obra de Pablo aqui no museu”, comentou.

Para a exposição israelense, Lobato, que foi contratado pela organização da Bienal para visitar Jerusalém, criou um novo trabalho de vídeo a partir de 21 fotografias de soldados israelenses em que são mostradas suas mãos em repouso nas suas costas durante uma cerimônia de formatura da IDF (Forças de Defesa de Israel). Intituladas “Distraídos, Nós Venceremos”, as fotografias foram tiradas durante a visita de uma semana de Lobato a Jerusalém, durante o Pessach, e no período de férias no início do ano.

“Pablo visitou todos os tipos de lugares sagrados e viu rituais e cerimônias, incluindo uma cerimônia ortodoxa (tish hassídico) na região de Mea Shearim e Domingo de Ramos”, disse Ozeri. Ele destacou ainda que Pablo testemunhou a maneira única pela qual o povo judeu celebra a Páscoa e que, mesmo sendo um evento bastante comum em Israel, chamou a atenção do artista.

“Fora tudo o que viu, foi essa cerimônia de formatura da IDF no Kotel que chamou a atenção de Pablo”, disse Ozeri. “Você pode ver essa cena o tempo todo no Kotel, mas eu nunca a vi pelo ângulo das mãos em posição de repouso dos soldados”, disse Ozeri. “Pablo precisou vir do Brasil para capturar esse momento”.

Lobato já expôs seu trabalho internacionalmente ao longo da última década em festivais de cinema e museus, incluindo os festivais de Sundance e Locarno, bem como em museus de arte contemporânea de cidades como Cidade do México, Barcelona, São Paulo, Berlim, Nova York, entre outros. Ele trabalha com diferentes tipos de mídia, como cinema, fotografia e instalações artísticas.

Outra peça de arte na Torre de Davi que está atraindo muita atenção é um vestido de noiva com laços brancos, de cinco metros de altura, posicionado no exterior da torre da cidadela, suspenso por balões de hélio. O trabalho, entitulado “Noivado”, foi criado pelo artista multidisciplinar israelita Motti Mizrachi, cujas esculturas podem ser vistas por todo o território de Israel, em museus, parques e praças. Mizrachi também representou Israel em 1980 na Bienal de Paris, em 1981 na Bienal de Arte de São Paulo, e em 1988 na Bienal de Veneza.

“O vestido de noiva foi feito na cidade de Ramle e foi baseado em um poema de Alexander Penn, chamado “Terra, Minha Terra”, tal qual a pintura de Chagall, a noiva e o noivo flutuantes” disse Mizrachi à Tazpit. “Tive ajuda de duas pessoas nessa instalação – um artista árabe, Nihad, morador de Ramle, e Susannah, uma designer marroquina de vestidos de noiva mitológicos”, ele explicou.

Fundador do evento, Rami Ozeri está entusiasmado com a mistura de artistas israelenses e internacionais na edição deste ano da Bienal de Jerusalém. “Queremos aproximar mais artistas internacionais aos israelenses, para criar um debate sobre o que é arte contemporânea judaica no centro espiritual e criativo do mundo judaico”. “Quem estiver interessado em arte contemporânea judaica deve vir a Jerusalém de dois em dois anos para ver essas obras surpreendentes”, concluiu Ozeri.

Instalação do vestido de noiva de 5 metros do artista israelense Motti Mizrachi na Torre de Davi. FOTO: Hillel Maeir, Agência de Notícias Tazpit

Instalação do vestido de noiva de 5 metros do artista israelense Motti Mizrachi na Torre de Davi. FOTO: Hillel Maeir, Agência de Notícias Tazpit

Instalação do vestido de noiva de 5 metros do artista israelense Motti Mizrachi na Torre de Davi. FOTO: Hillel Maeir, Agência de Notícias Tazpit

Instalação do vestido de noiva de 5 metros do artista israelense Motti Mizrachi na Torre de Davi. FOTO: Hillel Maeir, Agência de Notícias Tazpit

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