JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

Martin Buber
foi um dos mais importantes filósofos judeus do século XX. Tal era o poder de sua palavra escrita e oral que, durante a Primeira Guerra Mundial, muitos jovens escreveram-lhe procurando ajuda em difíceis crises morais, religiosas e políticas. Suas respostas eram vistas como as de uma autoridade que estava acima das ideologias da época.

Influenciado por Kant e Nietzsche desde pequeno e, mais tarde, por Achad Haam acabou abandonando grande parte das influências nietzschianas, mas carregou seu estilo profético de escrita por muito tempo. As idéias de Martin Buber eram reconhecidas, pelo próprio Buber, como utópicas, mas ele as manteve até o final de sua vida. Buber era um sionista utópico e, no campo das idéias políticas, tinha preferência pelo anarquismo e pelo socialismo.

Martín Buber naceu em Viena, Austria em 1878. Grande parte de sua vida residiu em Lemberg, Galicia, na casa de seu avos paternos, onde se respirava a tensao entre as tendencias s que se debatíam a vida judaica da epoca. Por um lado seu avo foi um destacado estudioso dos textos hebraicos, e por outro seu avo foi atuante no movimento de amancipacao “haskala”dos judeus da Europa oriental que intentavam modernizar a cultura judaica. Seus Avos e o movimento Hashkala foram figuras importantes na vida de Buber que, desde pequeño, se inclinou ao estudo da cultura universal sem esquecer a tradicao de seus antepasados.

Em 1901 se dedicou ao estudo do pensamento hasídico (movimento religioso que aspira a perfecao da alma fundado no seculo XVIII por Baal Shem Tov) e em 1904 obteve seu dotorado em misticismo na Universidade de Berlín. Neste período comecou a escrever sobre o hasidismo e a se dedicar aos estudos sobre a filosofía da religiao. A partir de 1916 foi editor do jornal “Der Jude”, (O Judeu) foro central dos intelectuais judeus alemaes, onde suas publicacoes tinha um grande conteudo de religiao e filosofía.
A principios da década dos 20's, junto com o pensador judeu- Franz Rosenzweig, completóu uma nova traducao da Torá ao alemao. Em 1923 foi designado como profesor da cátedra de Ciencia da Religiao e Etica Judaica na Universidade de Frankfurt, cargo que ocupou ate 1933. Nos cinco años posteriores se dedica a um programa de capacitacao para os colegios hebreu ae se converter no liderdo sistema educativo judaico alema .

O trabalho pedagógico de Buber repercutiu nos años posteriorescom ascencao dos nazistas ao poder. Sendo que em1934, educadores judeus comecam a ser excluido do sistema educativo alemao . Se rebela contra o nacionalismo nazista num artigo de nome "sangue e terra" afirmando que os judeus devem manter sua autentica identidade . En 1938, ante a persequicao nazista, se ve obrigado a fugir da Alemanha para Israel onde se integra ao corpo docente da da universidade Hebraica de Jerusalem.

Sua Filosofía

O Diálogo. O Ponto de partida de seu esquema de pensamento esta na relacao entre o homem e o mundo. Em sua obra "EU-TU" Buber establece como fundamento que existe uma lenguagem ideal com essas duas palavras básicas: Eu-Tú, Eu-Isso.
Estes térmos expresam as relacoes através das quais se experimenta a realidade. Dentro dessas relacoes que se integra toda experiencia interhumanas.

Eu -Isto: Carente das qualidades previamente mencionadas. E uma relacao objetiva, cognitiva onde as partes envolvidas nao compartem a igualdade sendo que uma utiliza a outra para alcancar seus objetivos. E uma relacao que difícilmente se pode sustentar indefinidamente e inevitavel que todo Tú se converterá com o tempo em Isso.

De acordo com Buber, freqüentemente julgamos tanto as pessoas quanto os objetos por sua função. Isto pode ser útil Exemplo: para um médico, ao examinar um paciente a procura de doenças específicas, é melhor que ele veja o paciente como um organismo e não como indivíduo; cientistas podem aprender muito sobre nosso mundo observando-o, medindo-o, examinando-o, testando-o. Para Buber, todas estas são relações Eu-Isto.
Infelizmente, vemos as pessoas do mesmo modo na maioria das vezes. Ao invés de nos tornarmos completamente acessíveis, compartilhando totalmente, realmente conversando, compreendendo o outro, nós os observamos ou mantemos parte de nós mesmos fora do momento da relação. Nós fazemos isto para proteger nossas vulnerabilidades ou para fazer com que eles respondam de alguma maneira pré-concebida, para conseguir alguma coisa. Para Buber, estas também são relações Eu-Isto.

EU -TU: Em oposição às relações Eu-Isto, Buber posiciona a relação Eu-Tu, uma relação ideal. Estas relações ocorrem quando se está completamente imerso na relação, realmente entendendo e “estando lá” com outra pessoa, sem máscaras, pretensões, falsidades, até mesmo sem palavras. Este é o momento da relação Eu-Tu. O vínculo criado entre duas pessoas por uma relação deste tipo engrandece cada uma das duas. Cada uma tenta aprimorar a outra, o resultado disto é o diálogo verdadeiro, o compartilhamento verdadeiro.

EU-TU tambem se caracterizada pela mutualidade, a abertura, e a presenca . E uma relacao de verdadeiro diálogo onde ambas partes se encontram em um mesmo nivel. A mutualidade , dessa relacao e totalmente escasa nos niveis botánico e inorgánico, extranha a nivel animal, mas sempre possivel e real entre os seres humanos. Em uma cultura sana existe una interacao dialéctica entre ambas relacoes, EU-TU onde seus canais de expressao estao no dialogo da arte e do conhecimento.

A Torá o Eterno Tú.
Em seu estudo sobre Moisés Buber a postura tradicional que considera a Torá como historia verdadeira tampouco concordou com quem ve as Escrituras em térmos de significado simbólico o literario.
Para Buber a Torá e uma "gravacao dos encontros e dos dialogos entre o homem e Deus". A Torá nao e, um livro morto sim um livro de palabra viva onde o Eterno Tú do passado se volta a ser presente para aqueles que verdaderamente escutam e dialogam com a Tora.
Deus é indefinível, não se pode estabelecer condições, pré-requisitos para a relação. Nós temos apenas que acreditar e estar abertos à relação com o Tu Eterno e quando experimentamos esta relação Eu-Tu, o momento não precisa de palavras. Na verdade, para Buber, os momentos mais intensos que experimentamos com outras pessoas ocorrem sem palavras, mas Buber considera que a intensidade da experiência é insignificante.
Finalmente, Buber apresenta uma visão judaica do momento Eu-Tu. Após nossa redenção do Egito, o povo hebreu encontrou Deus. Estávamos abertos e disponíveis e o momento Sinais foi um relação Eu-Tu do povo inteiro com o Tu Eterno. A Torá, os profetas e nossos textos rabínicos foram todos escritos por humanos expressando o Eu-Tu com o Tu Eterno. Lendo estes textos e estando abertos à relação inerente a eles, é possível que nos tornemos disponíveis para uma relação Eu-Tu com o Tu Eterno. Nós devemos nos apresentar sem preconceitos, sem expectativas que limitariam a relação, tornado-a Eu-Isto. Se tentarmos analisar o texto, novamente criamos uma relação Eu-Isto porque a análise nos posiciona fora do texto, como observador e não como participante completo.

Buber e o Movimento Sionista

Ao iniciar seus estudos na Universidade de Viena em 1896, Buber se concentrou na filosofía de Kant e Nietzche. Ja como estudante participou como ativista do movimiento sionista, convidado pelo propio Teodoro Herzl como delegado no Terceiro Congresso Sionista celebrado en 1899, saindo desse congresso com uma forte critica a Hertzl .Mesmo assim em 1921, participara de novo do Congresso Sionista de Carlsbad desta vez como delegado do movimento juvenil HaShomer Ha’Tzair e tambem ira representar o Hashomer em 1928 e 29, nos debates que se seguiram sobre o tema à armar ou não os chalutzim, Buber optou pelo pacifismo.
Em nenhum momento Buber alimentou qualquer esperança de que suas visões políticas pudessem arrebatar a maioria, mas ele acreditava que era importante articular a verdade moral de seu próprio ponto de vista ao invés de esconder suas verdadeiras crenças em prol de uma estratégia política. Esta autenticidade não rendeu a Buber muitos amigos.
Buber acreditava que deveria ser criado, na Palestina um estado bi-nacional (judeu e árabe, atuando para um intento em reconciliar o crescente conflito entre árabes e judeus. Em 1949, no recente estabelecimento do Estado de Israel, participa da fundacao da Brit-Shalom, associacao de intelectuais que buscava vínculos com os árabes. Seu trabalho pelo dialogo no campo educativo continuou ate sua morte em Israel em 1965.

A Sociedade Vista por Buber

Para Buber a sociedad ideal e aquela que e suficientemente pequena e estruturada para que todos seus membros possam alcancar consenso sobre os asuntos de estado. Ele chamou isso de "democracia directa" que contrasta com a ''democracia representativa" onde, como consequencia de suas dimencoes, e difícil alcancar um consenso.onde que elegem representantes para que tomem as desicoes.

Buber considerava a sociedade como "demasiado grande" quando requería de um senado, um parlamento ou um congresso. O Estado ideal sería aquele em que os cidadoes se dividem em unidades pequenas e autónomas. De outro modo a sociedade poderá Chegar a tiranía e que nada tem a prerogativa de representar a outra pessoas. O kibbutz (forma de cooperativa agrícola comúm Israel) ou a comuna, segúndo Buber constitue num exemplo de que "el socialismo utópico sím funciona", e a aproximacao más cercana da historia moderna e o ideal político que a sociedade deveria alcancar.

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