via FIRS – O egípcio Islam El Shehaby acabou muito vaiado pela torcida presente na Arena Carioca 2 após perder na estreia da categoria até 100kg do judô para o israelense Or Sasson. Sasson venceu por ippon. El Shehaby não quis cumprimenta-lo ao final do combate. O competidor egipcio foi muito vaiado pelas arquibancadas enquanto se dirigia à saída para a zona de imprensa. O israelense, por outro lado, foi aplaudido. Dias antes da luta, Shehaby – conhecido por sua opiniões contrárias à Israel – foi pressionado por compatriotas nas redes sociais a não aparecer para lutar com o adversário. Inicialmente, inclusive, correu a informação na mídia internacional que o egípicio abandonaria a luta, o que não ocorreu. Este não é o primeiro incidente envolvendo membros de outros países com alguém de Israel.
A judoca Joud Fahmy (52kg) não apareceu para sua luta na tarde do segundo dia de judô, na Arena Carioca 2, para o confronto contra a romena Christianne Legentil. Segundo o comitê olímpico de seu país, a judoca não compareceu ao tatame porque estava com lesões nas pernas e nos braços, que teriam acontecido durante o treinamento. No entanto, jornais israelenses afirmam que o motivo teria sido outro. Caso passasse de fase, a árabe teria que enfrentar a israelense Gili Cohen na sequência. E, devido as discordâncias políticas entre os dois países, a judoca preferiu evitar o confronto. A israelense, que era cabeça de chave, acabou perdendo para a romena.
O caso mais grave aconteceu antes da Cerimônia de Abertura, quando atletas da delegação do Líbano se recusaram a dividir ônibus que os levaria ao Maracanã com atletas israelenses. “Os libaneses, quando descobriram que iriam dividir um ônibus com os israelenses, reclamaram com o motorista e exigiram que a porta do ônibus fosse fechada. Os organizadores tentaram nos colocar em ônibus diferentes, o que é inaceitável por razões de segurança e representatividade”, relatou Udi Gal em sua página no Facebook. Segundo o técnico, eles afirmaram que, se os atletas israelenses quisessem, eles que deveriam ir para outro ônibus. O motorista, então, abriu a porta, mas o chefe da delegação israelense bloqueou o caminho. “Os organizadores, querendo impedir um acidente diplomático, ofereceram outro transporte para nós. Mas o incidente diplomático já havia ocorrido – vergonha!”, continua Gal.
Depois da repercussão do caso, o técnico voltou a se pronunciar na manhã desse sábado. Gal ressaltou que eles participam dos Jogos como atletas, não políticos, mas garantiu que o incidente motivou a delegação. “O espírito olímpico é a coisa mais importante, e estamos aqui para protegê-lo e carregá-lo com orgulho”, afirmou.