JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

O judaísmo e o ódio gratuito - Jayme Fucs Bar
Será que a História se repetirá, na atual realidade de Israel?
No ano 70 da Era Comum, Jerusalém estava cercada pelas forças romanas. O Exército do Imperador Nero, comandado pelo general Vespasiano e por seu filho, Tito, estava pronto para o ataque final, que reduziria a capital da Judeia a cinzas e escombros. Ainda assim, a ordem do general foi parar tudo e esperar: que os Judeus terminassem de se matar entre si!
Dentro dos muros da cidade, o ódio era tão descontrolado entre os
grupos judeus rivais que as facções distintas chegaram a ponto de destruir seus próprios armazéns de alimento e os depósitos das poucas armas que possuíam! Vespasiano e Tito sabiam que esse era o seu maior triunfo: o ódio e a intolerância entre as correntes judaicas.
Lá dentro das muralhas, kanaim [zelotes], fariseus e saduceus se digladiavam entre si, levando o judaísmo e toda a Judeia ao caos, que resultaria em sua autodestruição.
Quando a matança entre as correntes judaicas finalizou, os romanos somente tiveram que concluir a destruição de Jerusalém. Em consequência disso, o símbolo que deveria ser a unidade do povo, o Templo, foi destruído e queimado, os judeus de Jerusalém que sobreviveram foram mortos ou levados como escravos para diferentes partes do Império Romano.
Cada um de nós, judeus e judias, que vivem hoje em algum lugar
desse mundo é parte integrante desse triste episódio, que nos levou a perder a nossa autonomia e a nossa liberdade na Terra de Israel. Contudo, o responsável por isso não foi o Exército romano, mas sim o ódio gratuito.
Judeus e judias que se definem como de direita, de esquerda, socialistas, sociais-democratas, liberais, religiosos, laicos, entre outros: todos nós temos que saber que o verdadeiro perigo nas comunidades judaicas da diáspora e em Israel é o ódio gratuito! Isso é um fato que jamais devemos esquecer e sempre nos lembrar!
Entre nós, judeus e judias, sempre houve e sempre haverá diferenças nas nossas concepções políticas, culturais e religiosas. Esse pluralismo de ideias é o que faz a grande riqueza que caracteriza a civilização judaica.
O esplendor do judaísmo é a possibilidade de convivermos com a nossa imensa diversidade, tendo, no interior das nossas comunidades, diferentes sinagogas, diferentes escolas, diferentes movimentos juvenis, diferentes centros de estudos judaicos, diferentes grupos políticos, diferentes beit midrash, diferentes centros culturais e diferentes correntes religiosas.
Sobretudo, temos o direito democrático de cada um votar e se posicionar dentro de sua própria consciência e determinação política.
A coexistência com a diversidade judaica é de fato saber conviver
com um judaísmo vivo, dinâmico e criativo! Um judaísmo que pode
mover montanhas e até fazer milagres. Mesmo dentro dessa grande diversidade de ideias políticas e ideologias distintas, conseguimos, depois de 2 mil anos, nos unir e juntos criarmos o Estado de Israel.
Conta-se que, durante o cerco de Jerusalém pelos romanos, quando a cidade estava sendo queimada e destruída pelos próprios judeus movidos pelo ódio gratuito que sentiam uns pelos outros, o Rabino Yochanan Ben Zakai tentou de todas as formas convencer os grupos rivais, pedindo que colocassem as diferenças de lado e se unissem para enfrentar o verdadeiro inimigo, porém ninguém quis ouvir, muito pelo contrário, o rabino foi ameaçado de morte pelos próprios judeus!
Seus discípulos viram que seu líder estava ameaçado pelos grupos
judeus rivais, cegos por sua intolerância, sendo assim, tentaram realizar uma fuga espetacular de Jerusalém, pois sentiam que tudo estava perdido! Ben Zakai se fez de morto e seus discípulos pediram aos romanos uma autorização para levá-lo para ser “sepultado” do lado de fora das muralhas, conforme o costume judaico. Porém, o Rabino Ben Zakai foi descoberto pelos romanos e levado como prisioneiro.
Por sorte, Ben Zakai passou em frente ao general Vespasiano, reconheceu imediatamente o líder do Exército romano e, naquele mesmo instante, gritou muito alto: “Salve Vespasiano, imperador de Roma!”.
O general Vespasiano para o seu cavalo, olha para Ben Zakai e responde, de forma furiosa: “Que atrevimento é esse, de você me chamar de imperador quando existe um imperador de verdade em Roma?”.
Ben Zakai, sem medo, responde firme e seguro: “Não és no momento o imperador, mas com certeza em breve o será!”.
Não demora muito tempo até que um mensageiro chegue com notícias de Roma, informando que Vespasiano era convocado imediatamente à cidade, para receber a coroa imperial, pois o Imperador Nero havia cometido suicídio.
Admirando com a profecia de Ben Zakai, Vespasiano decide libertar
o rabino e todos os seus discípulos. Mais do que isso: o general deu a ele o direito de pedir o que quer que ele desejasse!
Ben Zakai, sem muito no que pensar, diz: “Dê a cidade de Yavne
para mim e para os meus sábios, pois Jerusalém está tomada pelo ódio gratuito!”.
Jerusalém foi totalmente destruída e o Templo foi arrasado.
Ben Zakai, com uma forte tristeza em seu coração, sai de Jerusalém e caminha com seus discípulos em direção à cidade de Yavne, para reconstruir as bases da moral e da ética do judaísmo, que estavam totalmente destruídas pelo ódio gratuito entre os judeus.
Na atual realidade que se encontra o estado de Israel, onde o ódio gratuito e a Intolerância entre os judeus é um fato cada vez mais alarmante, será que essa Historia não se repetirá?
Quer ler mais esses tipos de historias e contos?

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