O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana
Manhã do dia 4 de janeiro: acordei com uma certa expectativa. Era o dia agendado para eu tomar a primeira dose da vacina contra a COVID-19 aqui em Israel.
Cheguei ao local e no horário marcados, passei meu cartão do serviço de saúde na máquina e recebi meu número de espera: 150. Esperei não mais do que 5 minutos. Fui atendido por uma enfermeira muçulmana muito simpática que me fez algumas perguntas gerais de saúde e me aplicou a vacina.
Todo esse processo durou uns 10 minutos. Em seguida, me pediram para aguardar cerca de 15 minutos para poderem ver como eu me sentia. Findo isso, recebi um documento onde constava o meu nome, instruções e a data da segunda dose.
No momento, o único efeito colateral que sinto é que ando rindo à toa.
Não só por ter tomado a vacina, mas por ver e ler os elogios, os aplausos e as reverências ao sistema de saúde de Israel, considerado um dos melhores e mais eficazes do mundo, pela qualidade de seus avanços no campo da ciência e da tecnologia e, principalmente, porque esses conhecimentos e desenvolvimentos são disponibilizados para todos os cidadãos de forma igualitária.
Curioso, e até ridículo, é ver como os bibistas, bolsonaristas, trumpistas e todos aqueles que odeiam e demonizam os socialistas e os democratas demonstram orgulho e admiração pela grande eficácia do sistema de saúde israelense.
Para quem não sabe ou se esqueceu! Esse sistema de saúde é coisa dos “comunistas” e foi criado em 1911 por um sionista socialista de nome Berl Katzenelson. Ele apresentou na Histradut Haovdim de Eretz Israel (Central dos Trabalhadores de Israel) a proposta de criação de um sistema de saúde para a classe trabalhadora, uma estrutura que atendesse a todos. E isso se deu antes mesmo da criação do estado de Israel.
De acordo com a lei nacional, todos os cidadãos israelenses e residentes em Israel têm o direito de receber atendimento de saúde, por meio de um dos fundos de assistência médica, que inclui uma lista de serviços médicos, acesso às inovações e tecnologias avançadas e medicamentos segundo as necessidades médicas de cada um. O sistema é oferecido gratuitamente ou por um custo baixíssimo.
No momento atual em que enfrentamos a pandemia, é impossível ignorar que no mundo inteiro aplaudem de pé o sistema de saúde israelense, principalmente a forma como ele está estruturado para a vacinação contra a COVID-19. Conseguem vacinar de 100 mil a 150 mil pessoas por dia. Do dia 1º de janeiro de 2021 até o momento, chegaram a vacinar 1 milhão de pessoas. E fazem isso de forma impecável e graças ao conceito de que saúde é um direito de todos.
No Brasil, vemos o oposto disso. Infelizmente, impera a falta de responsabilidade do governo no enfrentamento da pandemia, principalmente em relação à população mais carente. Várias vezes, cogitaram fechar o que sobrou do sistema de saúde popular do Brasil, o SUS.
Também é inacreditável que um país poderoso como os EUA, com toda a sua força econômica e tecnológica, com cientistas que aplaudimos de pé por proporcionarem ao mundo as primeiras vacinas contra a COVID- 19, tenha uma estrutura de saúde insuficiente e desorganizada para atender às necessidades de seus cidadãos.
O sistema de saúde de Israel foi criado pelos governos trabalhistas . É importante frisar para ajudar a refrescar a memória de todos aqueles que esqueceram que Israel não foi fundado por bibistas, e sim pelo sionismo socialista de Ben Gurion, Golda Meir, Shimon Peres e Yitzhak Rabin, entre outros.
Os que esbravejam o seu ódio contra os esquerdistas e socialistas se esqueceram de que foi o bloco socialista que votou em peso em novembro de 1947 e garantiu a criação do estado de Israel. Além disso, as armas que o estado judeu usou na luta pela sua independência e contra a intervenção de seis exércitos árabes foram oferecidas pelos socialistas da Rússia e da Tchecoslováquia, e não pelos americanos ou pelos ingleses — esses apoiaram militarmente os árabes.
Eu moro num kibbutz há 39 anos e tenho orgulho de ser judeu, sionista, socialista. Amo Israel e a vida no sistema kibbutziano. Para quem não sabe, somos um modelo único no mundo de comunidade igualitária e de grande importância na economia, tecnologia, inovação de Israel. Tivemos um papel fundamental na criação do estado judeu e, até hoje, estamos à frente da defesa do estado de Israel.
Tenho saudade de Israel de Ben Gurion, de Berl Katzenelson, de Meir Ya'ari , de Aaron Gordon. Todos exemplos da liderança que criou as bases do estado judeu. O ideal deles era garantir a todos o direito à educação, saúde, igualdade e justiça social.
O sistema de saúde de Israel, exemplo para o mundo, foi criado por esses grandes ideólogos e pensadores que queriam simplesmente criar o estado judeu dos sonhos dos profetas: Israel Haor Lagoim ou Israel, uma Luz para a Humanidade.
Hoje, somente hoje ando rindo à Toa!
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Excelente texto Jaime. Parabéns aos israelenses pelo seu sistema de saúde que preza por todos cidadãos. Que vocês continuem rindo a toa.
Abraços e Saude a vc e a sua familai!
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