A atitude benevolente de Lula para com Ahmadinejad é uma re-edição do voto brasileiro na ONU, em 1973, afirmando que "sionismo é racismo". O Brasil, naquele momento, prostituiu-se, vendeu a dignidade dos seus por uns tantos barris de petróleo.
Tudo foi superado.
Hoje, momento em que o petróleo não é uma carência absoluta no Brasil, outros interesses comerciais - como aumentar a carteira de exportações brasileiras - voltam a fazer com que nosso governo adote uma postura 'pragmática'.
É lamentável esta falta de compromisso de Lula, e de seu governo, para com um grupo.
Hoje, são judeus e outras minorias que pereceram no Holocausto e que clamam por muito pouco, apenas respeito à sua memória para que a história não se repita.
Amanhã, ou hoje mesmo, são outros grupos. Índios, que perdem suas terras porque a grilagem fica impune e o agronegócio é um negócio, muito mais importante do que qualquer povo. Ou a floresta amazônica e sua gente, abatidos para abrir espaços para a soja, o gado e um punhado de madeireiros, que teimam em não entrar para os novos tempos - afinal, por que fazê-lo, uma vez que a lei não é cumprida sequer por governos.
É lamentável o episódio de Lula com Ahmadinejad.
Salvar uma vida é salvar todas, diz-se sabiamente no judaísmo. Respeitar um homem, ou um povo, é sentir em si a capacidade, tão humana, de respeitar toda a humanidade e a natureza.