JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

 

Improvável, impossível e utópica. Esse é o resumo da campanha impressionante do Macabi Tel Aviv na Liga Européia de Basquete 2013/2014, encerrada há pouco mais de uma hora.

Com início mediano, alternando alguns bons jogos e outras derrotas avassaladoras, o time foi avançando aos trancos e barrancos, mostrando acima de tudo empenho e entrega, que são historicamente sua marca registrada. O orçamento era bastante inferior às outras equipes da elite européia, o que ficou bastante claro nos confrontos contra o Real Madrid e o CSKA, por exemplo, ainda em fases eliminatórias da competição.

Na segunda fase, o Top 16, uma espécie de oitavas de final, disputada em 2 grupos de 8 times, os 4 primeiros avançariam. O Macabi passou em terceiro lugar de seu grupo e no Top 8 (quartas de final), enfrentou numa série de melhor de 5 jogos, o Armani Milano, time de melhor campanha e favorito contra o Macabi. Precisando vencer fora de casa para quebrar a vantagem do Milano, o Macabi não deu chances e eliminou a equipe italiana depois de apenas 4 jogos. O tão sonhado “Final Four” estava de volta e ali começava a mobilização da fanática torcida macabista, que prometia tomar as ruas de Milão (sede do Final Four).

A torcida amarela lotou o ginásio Mediolanum

Não menos de dez mil israelenses viajaram para Milão para acompanhar o time na semi-final contra o CSKA da Rússia, time para o qual o Macabi perdera na primeira fase de forma vexatória. O jogo foi realizado na sexta-feira antes da entrada do Shabat, a pedido da delegação israelense, para que os presentes pudessem acompanhar o jogo e para que os torcedores que assistiriam de Israel, também o pudessem fazer com tranquilidade. O jogo inteiro foi dominado pelo time russo, que esteve à frente no placar em 39 dos 40 minutos de jogo. Com vantagem de 1 ponto e a posse de bola a doze segundos do final, o CSKA perdeu incrivelmente uma bola que escorregou das mãos de um de seus jogadores e, a cinco segundos do final, o Macabi fez a cesta que lhe deu a vitória e a vaga na tão sonhada final. Festa em Milão, festa em Israel.

O adversário da final seria conhecido no jogo de fundo, disputado já dentro do Shabat. O Real Madrid venceria o Barcelona por uma diferença enorme de pontos, evidenciando a força e o favoritismo do time madrilenho, que vem em jejum de títulos europeus há mais de 30 anos e que investira verdadeira fortuna para faturar a taça finalmente.

A partida final, bem como a semi-final, foi disputada em Milão. Mas se você não soubesse disso e se ligasse a TV na hora do jogo, teria certeza que o jogo acontecia em Israel. A torcida amarela do Macabi simplesmente tomou conta das dependências do ginásio e empurrou o time durante o tempo inteiro.

Tyrese Rice, o craque da final

Tyrese Rice, o craque da final

Mas a final teve ainda mais drama. O país inteiro parou para ver a partida que foi para a prorrogação, depois de o time israelense não conseguir transformar em cesta a última posse de bola que teve. Na prorrogação, empurrado pela fanática e incansável torcida, o Macabi não tomou conhecimento do favoritismo do Real Madrid e destruiu os espanhóis com uma vitória por 98 a 86.

Escrevo estas linhas e escuto, mesmo que distante das ruas principais, os fogos e as buzinas da população. Neste momento a Kikar Rabin (praça que leva o nome do ex-primeiro-ministro e que é palco de grandes festas e grandes eventos) está tomada pelos torcedores que comemoram um dos mais improváveis títulos que um time poderia conquistar. O país inteiro parou para torcer para o time que o representa.

Pela sexta vez desde 1977, a Europa é amarela. E azul e branca.

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