JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

Cansei de lutar contra idiotas. É uma batalha perdida. Agora, eles são maioria e acreditam porque tem boca, podem emitir opiniões sobre tudo. Como o “conhecimento” virou ferramenta de ascensão social, tornaram-se médicos, sociólogos, engenheiros, professores (...). São ruidosos e acreditam fielmente no que pensam enquanto assistem Big Brother e Malhação na TV.

Pior: com arrepiante regularidade, resolveram manifestar-se no Facebook a respeito do conflito na Faixa de Gaza e a disseminar um ódio virtual e uma propaganda geopolítica negativa contra o Estado de Israel; sim, eles deduzem sobre a vida e sobre a morte, a partir de suas experiências superficiais.

Leio e releio esses textos publicados nas redes sociais e só posso sentir um mistura de repugnância com vergonha alheia. Nas publicações mais cretinas afirmam que Israel não reconhece o povo palestino; os lideres judeus são comparáveis aos chefes do governo sul-africano nos tempos de Apartheid e por isso construíram um muro; e até que famílias judias invadiram a Palestina há 200 anos.

Entendo que mostrar-se sensível as minorias, aos excluídos, as dores do mundo e fingir que não ligam para dinheiro é sempre uma maneira de promover a autoestima e o marketing pessoal. Mas seria aconselhável que esses “espíritos politicamente corretos” não cedessem à tentação de aplicar clichês e slogans em assuntos que rondam um dos mais complexos capítulos da Historia contemporânea.

Partindo do pressuposto que essas pessoas estão simplesmente mal-informadas, convém desmontar essas involuntárias ficções com base nos fatos históricos, mas de forma desapaixonada e factual.
Vamos aos fatos:

1 - No final do século 19, o escritor Mark Twain esteve na Palestina e relatou: “Não há uma única vila solitária em toda sua extensão – nem que se ande em qualquer direção, não se verá dez humanos”. Foram os ingleses, por sua vez, que resolveram chamar essa região de Palestina apenas por motivos topográficos. O termo começou a ser usado às vésperas da Primeira Guerra Mundial.

2 - Os judeus estabeleceram em 1878 a primeira comunidade na Palestina – Petach Tivka - e quatro anos depois, começaram a primeira onda de imigração judaica. Terras que foram compradas, não adquiridas por meio de invasões.

3 - Em 1948, a ONU resolveu partilhar a Palestina criando o Estado judeu (20%) e outro árabe (80%). Os países árabes não concordaram com a criação do território israelense e a guerra pela independência começou.

4 - Para as nações árabes, Israel é um fenômeno temporário. Uma continuação do estereótipo do judeu errante e apátrida, fruto de uma ação de europeus envergonhados com o massacre do holocausto.

5 - Em 2000, durante reunião na residência americana de Camp David, Israel estava disposto a concessões históricas impensáveis: o reconhecimento de um Estado palestino independente em Gaza e na Cisjordânia; a divisão de Jerusalém como capital dos dois Estados; e até o retorno de uma parcela de refugiados palestinos a Israel e compensações financeiras para os restantes (que viveriam, logicamente, no futuro Estado palestino).

6 - Arafat, em gesto dificilmente classificável, recusou! Para melar o acordo exigiu o retorno de todos os refugiados a Israel (4 milhões), uma forma elegante de convidar o estado judaico a suicidar-se demograficamente (Israel tem uma população de 8 milhões, com 6 milhões de judeus e 1,5 milhões de árabes).

7 - A barreira de segurança (muro) só começou a ser erguida em 2002 não para isolar os palestinos, mas para proteger o povo judeu de sucessivos ataques que começaram na segunda intifada (2002-2005). O muro diminuiu drasticamente o número de atentados contra civis, razão pela qual ainda é mantido pelo governo israelense.

8- Algumas organizações não governamentais e países como os Estados Unidos e Reino Unido adotam um sistema rígido de proteção contra ataque terroristas, mas quando o governo israelense faz uso de um modelo parecido provoca comoção mundial.

9 - Há uma curiosa aliança entre setores da esquerda dita progressista com reacionários fundamentalistas sob o manto de movimento humanitário. Acadêmicos e partidos políticos de origem marxista aplaudem discursos esquizofrênicos como do iraniano Ahmadinejad que fala em “varrer Israel do mapa” ou nos tempos do presidente egípcio Nasser que prometia “jogar os judeus ao mar”.

10 - Hoje, há uma mutação na natureza do conflito, que deixou de ser apenas um enfrentamento secular entre Israel e Autoridade Palestina e passou a contar com grupos fundamentalistas patrocinados pelo Irã, que luta explicitamente pelo extermínio do Estado judaico.

11- Nesse sentido, não existe mais uma guerra palestino-israelense. Há ordens de ataque partindo de satélites iranianos que atacam a partir de Gaza, do sul do Líbano e da Palestina para aniquilar Israel.

12 - Outro importante reparo a ser feito é lembrar que o Egito mantem um bloqueio de 11 quilômetros com Gaza muito mais rígido que o israelense. O Líbano, por sua vez, proíbe 400 mil colonos palestinos de frequentar universidades, comprar moradia e ter acesso ao sistema de saúde libanês. Lá, os imigrantes palestinos necessitam de permissão para deixar suas cidades e segundo a Anistia Internacional são considerados como cidadãos de segunda categoria.

Assim, resta nos esperar que as futuras gerações possam olhar para o conflito melhor informadas. O silêncio da comunidade internacional é um desserviço e um equívoco à democracia. Tanto os palestinos como os israelenses merecem viver em segurança, paz, com avanço econômico e tecnológico. Enquanto isso não acontece, a presidente Dilma nos brinda com suas pérolas sobre o tema e ouvimos dos líderes israelenses piadinhas a respeito da participação brasileira na ONU. Tim- tim.

Jornalista* - Alexsandro.nogueira@me.com

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