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Esse Video procura esclarecer sobre a temática dos sobrenomes dos judeus de origem portuguesa no Brasil
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Quanto às origens de sobrenomes portugueses, recomendo consultar o Shoah Names Database do Memorial Yad Vashem em Jerusalem (https://yvng.yadvashem.org/). Neste registro, para três sobrenomes mencionados por Jayme no vídeo achei os seguintes números de vitimas na Shoah:
Rodrigues: 446 vitimas, quase todos moradores de Amsterdam;
Ferreira: 61 vitimas, predominantemente de Sarajevo e Salonica, dois centros de refugiados ibéricos na época da inquisição;
Fucsman: 98 vitimas, quase todas da Polônia.
Quero adicionar dois nomes portugueses:
Vidal: 78 vitimas, na maioria de Grécia, Romênia, Alemanha.
Enriquez/Henriques: 70 vitimas, quase todas de Amsterdam, Roterdam, Paris e Viena.
O agricultor Konstantin Vidal (veja foto) nasceu no ano 1900 e já no ano 1926 foi eleito prefeito do seu município bem perto da aldeia do meu avô.
Em 1935, Vidal foi afastado como prefeito quando se recusou a cooperar com o regime nazista. Nos anos seguintes ele apoiou estudantes universitários de Ulm que criticaram o regime nazista e imprimiram folhetos contra o regime de Hitler no sótão da fazenda de Vidal. Os seis protagonistas deste grupo Rosa Branca (cinco estudantes e um professor) foram executadas em 1943.
Após a Segunda Guerra Mundial, o católico Konstantin Vidal foi reeleito como prefeito, e até deputado da CSU (União Cristã Social) no Parlamento do Estado em Munique. Um parente dele é o meu amigo Klaus Vidal, agricultor e padeiro orgânico que tornou-se luterano. Na sua loja de fazenda pendura uma arvore genealógica que aponta para Itália. Porém, o nome Vidal não é italiano, e meu amigo Klaus aceitou a minha tese: “Bem, parece que sou cristão protestante com antepassados judeus de Portugal.”
Dos netos e tataranetos do antepassado Jacob Rikheman, sapateiro bávaro, (1627-1687) e sua esposa Maria, née Mandel, três se tornaram pintores de igreja. Com o mesmo talento, meu pai Johann Riggenmann (1920-2004) no ano 1937 pintou uma Madonna com menino Jesus, ambos com o cabelo preto caracolado do mascate de têxteis Jacob Koschland, amigo do meu avô católico. "Isso era seu protesto contra o nazismo" explicou meu tio, irmão mais novo do meu pai. Graças ao meu teste DNA feito num laboratório texano (que fornece também listas dos ancestrais mais antigos conhecidos dos testados), hoje posso concluir que nossa família descende daquela família Henriques/Enriquez, “Marranos do século 15” que conforme o Guia Genealógico de Dan Rottenberg se assentaram em Amsterdam (onde mudaram o nome para Riqueman) e Jamaica, enquanto Anita Novinsky no seu livro “Inquisição: Prisioneiros do Brasil” destaca Henriques como o terceiro nome mais frequente entre os brasileiros deportados (1700-1761) para serem julgados pela inquisição em Portugal.
Uma “aversão hereditária ao culto das imagens” a professora Novinsky atribuiu aos marranos portugueses. Bem, numa corte de Munique eu só na segunda instancia ganhei o direito extraordinário de dar aula numa sala sem o crucifixo que o governo bávaro manda pendurar (inconstitucionalmente) em qualquer sala de aula de escola pública (Volksschule).
Contrastando com meia dúzia de ameaças de morte que recebi, as pessoas que me ajudaram muito na minha luta, além de Klaus Vidal, eram os vereadores Gold (4.289), Walk (569) e Fuchs (17.857), cujos sobrenomes são ligados em Yad Vashem com os números de vitimas em parênteses. Como também a família Koschland, deportada para Polônia no dia 1 de abril de 1942.
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