O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana
Tza'ar baalei chayim (cuidar das coisas vivas) é um termo antigo da Torá,usado ate hoje em dia não somente entre rabinos, mais também por muitas organizações ecológicas em Israel. Esse termo é apresentado pela Torá de forma sabia como um grande "alertas" de como cuidar das coisas vivas, onde no judaísmo a vida é sagrada!
Consta no Talmud que o Criador, escolheu Moshê como líder de Bnei Israel observando a forma que ele tratava do rebanho de suas ovelhas, onde jamais abandonou seu rebanho ou permitiu que um único animal fosse abandonado ou maltratado.
O Ato de evitar o sofrimento dos animais, e o respeito ao meio ambiente, faz parte integral do Judaísmo. Exemplo disso é como viveu os antigos Essênios em suas diversas comunidades, tinham uma grande preocupação em ser parte integral do equilíbrio ecológico. Eles eram naturalistas, viviam de forma cooperativista e acreditavam que a fórmula de se elevar espiritualmente e chegar mais próximo do Criador era viver na prática o equilíbrio ecológico.
Os Sábios do Talmud , nos relatam que Adam e Eva eram vegetarianos, pois está escrito: "vegetais e frutas serão seu alimento" (Bereshit),e que o Criador somente permitiu carne a Nôach e seus descendentes após o Dilúvio, onde nos tornamos mais "animais" um desenvolução de nossa espiritualidade e uma elevação de nossa vida material.
Mesmo sendo expulso do Eden (o paraíso), o Criador deu ao ser humano, ainda um nível espiritual bem mais elevado, da cadeia alimentar. O grande problema, que mais uma vez o ser humano não soube usar com dignidade o livre arbítrio, que é essa " Difícil liberdade " como sabiamente nos faz lembrar Emmanuel Levinas .
O Dilúvio veio como forma do Criador tentar "concertar" o que estava errado e de certa forma foi dado uma nova oportunidade de sabermos usar a nossas vidas com mais "sabedoria" e de respeitar a liberdade dos "outros " humanos, animais e vegetais.
No fim do Diluvio, os seres humanos, caíram de nível espiritual, se tornaram ligado à cadeia alimentar, como forma de saber se integrar como parte dela e não superior a ela.
O Interessante que relata a Torá que mesmo com essa "permissão" de comer carne animal, depois do diluvio essa " liberdade " ainda estava condicionada a regras claras como:
Não permitir caçar animal por esporte.
Não maltratar um animal.
Não comer antes de alimentar os animais domésticos
Não causar sofrimento no animal em seu abate,
Não uso de animais para trabalho no sábado,
Não abater um animal junto com seu filhote.
Não tirar um animal mamífero de sua mãe e cozinhar sua carne com o leite materno"
Devemos estar sempre atento que o ser humano é parte integral da "Teia da vida", e não superior a ela, ao contrário somos totalmente dependente dela para a nossa sobrevivência.
Cabe a nos seres humanos a saber usar com responsabilidade essa nossa "Difícil liberdade" principalmente nestes novos tempos modernos, onde cuidar, educar e conservar a natureza é saber por em prática a maior de todas as 613 Mitzvot que é " O amor ao próximo"
Amor ao próximo é amar Vida!
Amar a Vida é Amar a Natureza!
"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante." - Albert Schwweitzer (Nobel da Paz – 1952(
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Durante o domínio romano sobre Israel, em 63 a.C., o judaísmo sofreu forte influência da cultura greco-romana na Judeia, definida por Theodor Momnsen (1817 – 1903), pela primeira vez, como "Romanização", que já era um tipo de "Globalização" cultural da época, uma vez que o Império Romano impôs sua cultura aos povos invadidos, levando à assimilação cultural e à perda da autonomia territorial dos conquistados.
No período da invasão Romana à Judeia pelo general Pompeu – Cnaeus Pompeius Magnus (108 a.C. – 48 a.C.) em 63 a.C. –, o judaísmo procurou resistir à assimilação cultural e se fragmentou em correntes, que entenderam de modos diferentes como enfrentar a romanização da cultura judaica.
Foi nessa época que se entrou em discussão profunda sobre a "questão judaica", entendendo-se que tal expressão não traz novidade ao judaísmo, ao qual vem acompanhando desde a própria fundação, embora muitos pensem que tenha surgido com o advento da emancipação judaica no século XVIII.
Sabe-se que o general e historiador hebreu Flavius Josefo – ou, em hebraico, Yosef Matetiau – que vinha de família sacerdotal e viveu entre 37 a 103 da Era Comum, foi aprisionado pelos romanos na revolta judaica de Gamla, no norte de Israel, hoje colinas do Golan. Enviado como prisioneiro a Roma, prestou serviços como conselheiro de guerra ao Imperador Titus Flavius Vespasianus para se salvar.
Esse imperador de Roma exigiu que Flavius Josefo, como parte de seus serviços, acompanhasse as forças romanas na reconquista da Judeia, onde teve a função de registrar a guerra. Surgiu disso um livro "A Guerra dos Judeus", determinado por seu conteúdo e versão, porém com grande valor histórico para a posteridade.
O livro de Flavius Josefo foi escrito em aramaico[1] no original e é da maior importância para entender esse período crucial ao judaísmo. Nesse texto não há somente o relato sobre as guerras e a diversidade do judaísmo, mas também contém uma autobiografia,[2] em que comenta suas opções de vida:
Quando fiz treze anos desejei aprender as diversas opiniões dos fariseus, dos saduceus e dos essênios, seitas que existem entre nós, a fim de, conhecendo-as, eu pudesse adotar a que melhor me parecesse. Assim, estudei-as todas e experimentei-as com muitas dificuldades e muita austeridade. (Flavius Josefo)
Durante a invasão romana, o judaísmo esteve mais uma vez sob ameaça, porém esse malefício criou o sentimento de "fim dos tempos" expressão usada por Flavius Josefo.
O termo "fim dos tempos" foi encontrado também nos pergaminhos achados em escavações arqueológicas a partir de 1967, no Mar Morto, em Qumeran, na comunidade dos Essênios.
Entre centenas de pergaminhos estava "O Manuscrito da Seita", livro usado até hoje por grupos messiânicos no mundo inteiro, porém o "fim dos tempos" no conceito judaico não era o "fim do mundo" nem o da Humanidade, mas o fim do judaísmo.
Os judeus sentiam que tinham perdido não somente a sua autonomia territorial, porém, sim, sua autonomia cultural e religiosa, do mesmo modo que seus valores morais e éticos estavam para ser exterminados completamente pela poderosa força militar, política e cultural romana.
Essa realidade criou uma intensa discussão dentro do judaísmo e uma "Questão Judaica"[3] à época. Ganhou força a necessidade de reagir e de procurar soluções diferentes para sobreviver como povo, reforçando a espera de uma redenção messiânica, muito comum no judaísmo quando se sente ameaçado de sua existência.
Nesse contexto se destacaram quatro visões diferentes do judaísmo, que se transformaram em profunda questão judaica, com nova dimensão nas formas e na diversidade de reagir e de frear o sentido coletivo de "fim dos tempos" judaicos.
Esse enfrentamento de ideias e pensamentos do judaísmo ajudou a criar quatro alternativas diferentes, três delas com conceitos judaicos próprios, pertencentes a correntes com estruturas reconhecidas dentro do mundo judaico, já com um perfil claro de judaísmo fragmentado, o que possibilitou a criação de uma quarta alternativa, os Zelotes (Kanaim קנאים em Hebraico), que eram muito mais um grupo político de guerreiros do que propriamente uma corrente.
Os quatro grupos foram os seguintes:
[1] O aramaico pertence ao subgrupo dos povos semitas, dentre os quais os canaanitas, os hebreus e os fenícios. A escrita do aramaico foi amplamente adotada pelo hebraico e pelo árabe.
[2] Os textos não-bíblicos encontrados nas grutas de Qumran são conhecidos como “manuscritos de seita”. Apesar da importante descoberta de quase todos os livros das Escrituras Hebraicas entre os MQ (o único livro não encontrado foi o de Ester), os manuscritos de seita são mais importantes, por ajudarem a preencher o ‘vazio’ documental do período, auxiliando a compreensão acerca da sociedade judaica dos séculos II a.C. a I d.C.
[3] A questão judaica foi levantada particularmente na Europa durante e depois da revolução Francesa, no século XIX, sobre a problemática judaica no que diz respeito a sua emancipação na comunidade cristã. Essa expressão se tornou intimamente ligada ao aumento do antissemitismo moderno na década de 1870.
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