Dramático:Fotografo de Hitler mostra a vida no Gueto em cores .

[Uildicler E Silva]

 Dramático:Fotografo de Hitler mostra a vida no Gueto em cores .

Como parte de seu trabalho como "repórter especial militar" Hugo Jaeger
usou fotografia a cores durante a Segunda Guerra Mundial. Seu trabalho
inclui uma documentação original de judeus em Varsóvia e no gueto Kutno.

Mulheres em Kutno - 1940 (Foto: Getty Images)

Mulheres sorrindo e um homem vestindo uma estrela de Davi amarela falando com oficiais alemães. As fotografias a cores incomuns nos guetos da Segunda Guerra Mundial na Polônia mostram a vida judaica em 1939-1940 onde logo após, judeus foram presos em guetos e a destruição em massa começou.

As fotos foram tiradas pelo fotógrafo Hugo Jaeger, que recebeu acesso do escalão superior do regime nazista, inclusive de Adolf Hitler. Ele usava a tecnologia mais avançada do tempo – a fotografia colorida.

As fotos foram liberadas para marcar o aniversário dos 72 anos da criação oficial do Gueto de Varsóvia em outubro de 1940.  Em uma das fotos as pessoas são vistas em filas por água e verduras, sob uma leitura do sinal em alemão: "área de tifo."

Gueto de Varsóvia de 1940 (Foto: Getty Images)

 

A revista LIFE, que comprou o arquivo de fotos de Jaeger o descreveu como o fotógrafo pessoal de Hitler e publicou as imagens que ele tirou durante o aniversário de 50 anos do líder do Terceiro Reich. Dr. Daniel Uziel um historiador do Yad Vashem, que também lida com fotos daquela época, descreve Jaeger como "o repórter especial militar" que recebeu um raro acesso a lugares onde fotógrafos não estavam autorizados a entrar: "Jaeger foi um fotojornalista famoso na Alemanha na década de 1930. Ele foi contratado, no início da guerra, como um reservista para as unidades de propaganda da Wehrmacht.  Devido a sua profissão de fotografo ele recebeu o status de um repórter militar especial", explica Uziel . "Foi dado a ele uniforme e armas, alem de autorização para acesso a qualquer lugar. Por causa de seu status especial ele tinha duas tecnologias de fotografia incomum: Filme colorido da Kodak e uma câmera estereoscópica que criava imagens em 3D". "E le deveria entregar as fotos para o escritório de propaganda nazista, e, aparentemente, nunca o fez."

Justyna Majewska, curador da Galeria do Holocausto no Museu da História dos judeus poloneses em Varsóvia falou em um artigo no site da revista Time, que não há praticamente nenhuma presença militar alemã nas fotos. Dr. Uziel explica que "o exército alemão estava se preparando para invadir a União Soviética na época. Então tirar fotos nessas áreas e transmitir informações sobre o exército era estritamente proibido". "As unidades de propaganda não tinham nada para fazer. Eles começaram a procurar por assuntos e encontraram os guetos. Esta é a razão por que há uma série de artigos de jornal, fotos e filmes da época mostrando os guetos na Polônia."

Homem judeu fala com oficiais alemães em Kutno, 1939

 

Obs.: Não parece que o homem alemão está tentando desembanhar uma arma?

Ao contrário de outras fotos de propaganda da época, essas imagens não parecem ser odiosas ou desumanas, embora Jaeger seja descrito no artigo como um "nazista ardente". É bem possível que o fotografo tenha pedido permissão as pessoas para tirar as  fotos, por isso documentou uma jovem mulher sorrindo para a câmera no gueto Kutno na província ?ódz, em um ambiente miserável.

Segundo o site do Yad Vashem cerca de 6.700 judeus viviam em Kutno antes do Holocausto, tornando-se mais do que um quarto da população da cidade. "As fotos coloridas parecem não corresponder ao estereótipo nazista dada aos judeus", explica Uziel. "As mulheres judias são bonitas. Eles geralmente escolhiam as feias."

Mulheres do Gueto

 

Judeu e crianças em Kutno, 1940

Jaeger não entregou essas fotos para o escritório de propaganda nazista, mas ele transferiu as fotos em 3D para um editor alemão, que fazia parte do sistema de propaganda e tinha o monopólio sobre essa tecnologia: "Eles publicaram álbuns de luxo com espaços vazios para colar as fotos como cartões", afirmou Uziel. "A capa grossa tinha um bolso com um estereoscópico, um dispositivo usado para ver as fotos."