JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

MCDONALD’S EM PESSACH: PERDA DE TEMPO E DINHEIRO

Fui levar minha filha para comer no McDonald’s durante a semana de Pessach. Grande erro, enorme. A rede de fast-food decidiu aumentar incrivelmente o preço do McLanche Feliz de 25,90 shekels (cerca de R$ 12,50) para 38 shekels (R$ 18,50), um aumento de mais de 40%. durante o feriado da Páscoa Judaico. Motivo: o pão usado nos sanduíches é diferente, feito com farinha de matzá por causa da proibição do uso de farinha de trigo. Isso encareceria o produto. Fora isso, segundo a direção israelense da rede de lanchonetes, só é produzido, durante Pessach, um tamanho de pão de hambúguer com farinha de matzá: o tamanho grande, de sanduíches de adultos. Quer dizer: crianças têm que receber hambúrgueres enormes porque não há pão pequeno para seus sanduíches.

Os dois motivos são irritantes. Será que a multinacional americana não pode absorver o custo de pães de matzá em Israel por uma semaninha? Tem que repassar imediatamente para o consumidor? Fora isso, por que não assegura a produção de pães menores, para as crianças? No caso da minha filha, a irritação é ainda maior: ela pediu um McLanche Feliz com nuggets, não com sanduíche. É claro que os nuggets de Pessach também levam farinha de rosca especial, de matzá. Mas isso é motivo para pagar mais R$ 6? No final das contas, minha filha nem tocou na refeição. Odiou o gosto dos nuggets “Kasher le-Pessach”. Dinheiro jogado fora.

A verdade é que não foi só o McDonald’s que enfiou a mão no bolso dos consumidores, neste Pessach. Muitas lanchonetes aumentaram seus preços no feriado. A rede CaféCafé, por exemplo, encareceu os sanduíches em até 8% e o café em 15%. Os donos das 115 lanchonetes disseram que, além de terem que comprar ingredientes apropriados para o Pessach, também gastaram dinheiro com utensílios especiais exigidos pela rabinato para poderem receber o carimbo “Kasher le-Pessach”. A rede Cup O’Joe também aumentou os preços de seus alimentos em 7% no feriado de Pessach. Os diretores alegaram que a culpa é dos fornecedores, eles sim os vilões do encarecimento.

Já rede de restaurantes Aroma preferiu uma outra solução para a semana anual durante a qual o trigo é proibido: não está vendendo sanduíches nem alguns outros produtos. Me parece mais lógico mudar o cardápio do que fingir que tudo continua igual e aumentar os preços, certo?

Mesmo que temporário, esse incremento nos preços das lanchonetes está ecoando em Israel, porque se junta a outras reclamações quanto ao aumento do custo de vida. Desde o verão do ano passado, quando oo público boicotou em massa a compra do queijo Cottage e milhares de jovens acamparam em Tel Aviv – seguidos, depois, de cidadãos de todas as idades em outras cidades – para reclamar dos aluguéis altos, todo e qualquer aumento de preços vira manchete. Recentemente, o governo teve que intervir na alta da gasolina e da eletricidade. A sensação é a de que a inflação está fora de controle, mesmo que não se reflita assim nas estatísticas oficiais.

Com a proximidade do verão de 2012, a pergunta é se vai surgir um novo movimento contra a alta no custo de vida. Será que jovens voltarão a acampar em Tel Aviv? Haverá passeatas, marchas, shows? O tempo dirá.

Fonte: Jornal Rua Judaica.

Obs.: Isso chama-se: capitalismo ganancioso.

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