JUDAISMO HUMANISTA

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Diário de Guerra 21 – Guerra entre civilizações – Jayme Fucs Bar

Diário de Guerra 21 – Guerra entre civilizações – Jayme Fucs Bar

Os valores e códigos ocidentais de Israel são muito estranhos aqui no Oriente Médio, o mundo árabe absorve alguns elementos materiais desse mundo ocidental, como: tecnologias, meios de comunicação, armamentos etc., mas por outro lado ele se nega, de forma intransigente, aos costumes e valores desse mundo ocidental.

Não é uma questão de culturas diferentes e sim da resistência de se integrar na Globalização ou, se quiser, a ocidentalização que quase todo o mundo vive, inclusive países do Oriente como a China.

O Oriente Médio é uma região especificamente de maioria de países árabes Muçulmanos e é por isso que aqui podemos sentir fortemente uma grande resistência à esta ocidentalização. É fácil entender, de forma clara, o que o Sociólogo Samuel Huntington escreveu sobre a guerra das civilizações:

"Os Estados-nação continuarão a ser os atores mais poderosos nas questões mundiais, mas os principais conflitos da política global ocorrerão entre nações e grupos de diferentes civilizações. O choque de civilizações dominará a política global. As guerras civilizacionais serão as batalhas do futuro." (HUNTINGTON, Samuel. Clash of Civilizations, 1996)

Nesse espaço chamado Oriente Médio estamos de fato dentro de uma guerra entre civilizações, que não é somente uma simples questão de mais uma disputa territorial entre Israel X Palestinos. É algo muito maior que vem se expandindo e já se pode sentir seus efeitos principalmente na Europa, onde vemos um fenômeno preocupante que é a unidade estratégica de grupos ecológicos, antiglobalização e partidos radicais de esquerda.

Todos se unindo com o fundamentalismo Islâmico radical, que tem como objetivo comum combater e destruir a ocidentalização. Mas esses grupos esquecem que essa unidade é algo temporário, pois são, no momento, apenas "gados de manobra". Não percebem que dentro da plataforma dos fundamentalistas islâmicos esses grupos não terão direito de existir.

A Frente fundamentalista árabe muçulmana e a esquerda radical se transformaram numa nova manifestação nazifascista e veem Israel como um grande perigo. Não somente por dominar um território, consagrado como legítimo e reconhecido pela ONU mas, sem dúvida, por ser um estado de maioria de Judeus.

Isso faz a resistência ser ainda maior, pois para esses grupos a existência de Israel é mais do que uma invasão dos valores ocidentais dentro do coração da civilização árabe muçulmana, além de uma grande conquista dos valores da civilização judaica no Mundo.

Essa tensão se intensifica quando esses grupos tomam em conta que Israel, mesmo sendo um país minúsculo, num território árido sem recursos naturais, sem os poços bilionários dos petróleos árabes consegue, em 75 anos de existência, realizar uma revolução e se transformar numa pequena potência econômica, tecnológica, científica e militar. Um país que conquistou, em tão pouco tempo, um desenvolvimento humano e cultural jamais visto no mundo.

O que passa dentro do olhar da sociedade muçulmana fundamentalista e de seus aliados não é somente uma simples questão de inveja. Para esses grupos, claramente antissemitas, o Estado Judeu é a prova concreta de que os judeus, estão a "conspirar" a partir de Israel, para "dominar e subjugar todo o Mundo".

Há um outro fator que também interfere nesta situação. O crescimento e a prosperidade de Israel se tornaram uma ameaça direta aos países árabes muçulmanos, pois Israel é o único exemplo de democracia no coração do Oriente Médio e pode trazer uma grande instabilidade aos países árabes que vivem em regimes feudais, fundamentalistas e patriarcais.

A forma de perceber isso é observar como vivem os árabes muçulmanos em Israel. Eles são 1 milhão e meio de cidadãos israelenses. O nível sócio – cultural e econômico deles é maior que em todos os países árabes.

Essa população (praticamente 20% de Israel) está cada vez mais integrada aos valores ocidentais. Isso inclui uma grande revolução cultural, principalmente na integração da mulher árabe muçulmana em todos os setores da sociedade israelense. Muitas estão no meio acadêmico, onde podemos encontrar mulheres muçulmanas advogadas, médicas, professoras e cientistas. Estão também dentro do meio artístico.

Muitos dos muçulmanos, que vivem em Israel, são considerados no mundo árabe como traidores e um perigo à toda a região. Eles são exemplos claros da integração e absorção dos valores ocidentais, tendo muitos deles se definido como seculares.

Israel é um Estado Judeu democrático e, logicamente, totalmente diferente dos países árabes. Cada cidadão israelense tem a garantia e o direito de viver em sua "tribo", seja ele Muçulmano, Beduíno, Judeu Ortodoxo, Judeu Laico, Secular, Druso, Charqueasse, Bahay, Cristão, Ivri'im de Dimona, ou outro e a manter seu idioma, religião, cultura e tradição.

Quem vem visitar Israel percebe que este é um país que se concentra e representa a maior liberdade de manifestações culturais e religiosas do mundo, completamente diferente dos países árabes.

Na guerra de Israel contra a Hamas – Estado Islâmico, muitos não sabem, mas dentro do exército de Israel, não se encontram somente Judeus e Judias. Muitos são soldados e oficiais Drusos, Beduínos, Muçulmanos, Ivri'im de Dimona e Cristãos.

Mas porque esses grupos que não são judeus estão lutando pelo Estado de Israel?

Esses grupos sabem que o mundo não quer saber que o Estado de Israel é o único espaço existente, nesta região de predominância árabe, que garante, sem diferença de raça, cultura ou religião, o direito de viver numa nação que valoriza a vida, a liberdade e a dignidade de TODOS.

Se Israel não existir, TODOS deixam de existir! 

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