JUDAISMO HUMANISTA

O Judaismo Humanista é a pratica da liberdade e dignidade humana

De NY a Istambul – Turquia massacra uma centena de curdos e ninguém fala nada - Gustavo Chacra, “O Estado de S. Paulo” em Nova York

Sei que não está saindo em quase nenhum lugar. Mas a Turquia está batendo o recorde de hipocrisia. Matou nos últimos dias mais de cem curdos em bombardeios no Iraque. A informação é difícil de achar. Ninguém dá bola. Afinal, são curdos. Quem liga para eles? São apenas o maior povo do mundo sem Estado…
A ONU não vai se manifestar. Não ocorrerá uma reunião do Conselho de Segurança para discutir este assunto. O presidente Barack Obama e sua secretária de Estado, Hillary Clinton, ficaram calados. Não perguntaram nada no briefing do Departamento de Estado em Washington. O Brasil tampouco adotou uma posição. Irã e Israel evitaram críticas a Ancara, afinal os turcos desfrutam de unanimidade. Nem o Human Rigths Watch me enviou informações. Se fosse da Síria, teria recebido uns dez emails deles.
A Turquia disse que eram terroristas do PKK. Tudo bem. Aparentemente, muitos deles eram mesmo. Mas não é o premiê Recep Tayyp Erdogan que deu um chilique em Davos ao brigar publicamente com o presidente de Israel, Shimon Peres, pelos bombardeios em Gaza? Israel simplesmente agiu da mesma forma que os turcos. Disse que eram terroristas do Hamas.
O Erdogan também condena publicamente o Bashar al Assad pela repressão à oposição. Atitude perfeita e elogiável. Mas o líder sírio também diz estar lutando contra terroristas. Exatamente como o premiê turco no caso do PKK.
Eu, entre muitas outras pessoas, considero fundamental o papel da Turquia nos atuais levantes árabes. O país tem apoiado iniciativas democráticas e ficado no lado certo da história. A pressão sobre Assad talvez resulte em um cenário positivo na Síria. Também tem atuado com maturidade no Iraque e no Líbano.
Mas a Turquia ainda reprime os curdos, não reconhece o genocídio armênio (seria como os alemães negarem o Holocausto) e, para completar, contribuem para a ocupação do Chipre, onde não respeitam a propriedade privada de gregos no lado “turco” desta ilha-país no Mediterrâneo.

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Respostas a este tópico

Prezado Jayme. Somos um povo mui curioso reclamamos de outros paises o que Israel também não faz....por falta de diplomacia, públic diplomacy, e principalmente da carencia total da experiencia histórica da Diáspora de 1813 anos de vivencia sem-Estado. Se usurfruisse esse enorme cabedal de vivencia no "Golá", ao invés de jogá-lo no lixo como fizeram os ideologos sionistas,  Israel deveria no caso fazer um apelo publico ao governo turco para que contivesse os ataques com força desproporcional aos curdos, se dispondo a intermediar uma tregua, um acordo entre os litigantes.

Bem, isso é diplomacia e essa linguagem não é conhecida pela sociedade israelense. Para o ethos israelense, só a força militar é resolutiva, sendo o resto blabla de povos fracos e covardes, como "ocorreria na Diáspora"..Este preconceito é dos mais problemas estruturais do judeu criado pelo movimento sionista.... .

Shalom, Marx Golgher

Concordo com você em quase tudo, Marx.

Só não concordo em que Israel tenha condições de fazer esse papel. Tem condições, sim, de estimular que outros países, como o Brasil, o façam. Isso por si só seria um enorme passo, pois deixaria a diplomacia brasileira com a saia justa, mas diante da oportunidade de liderar movimento semelhante em toda a América Latina. Diplomacia pode ser feita indiretamente. Gostaria de saber reações suas ao meu conceito de diplomacia da sociedade civil em rede global.

O que ele sugere, entre outras coisas, é que cada um de nós, nas nossas redes, pode contribuir para que isso venha a acontecer. Passo a passo, cada um no seu canto e em suas redes de influência. Por exemplo, em MG, eis uma oportunidade para que um Aécio entre em cena e saia na frente, desafiando ações do Itamaraty lulista. Ou vice versa. Cada um de nós pode, com todos junto, mudar o sentido dos círculos viciosos em que o pragmatismo da política brasileira tem nos afundado, para círculos virtuosos. Convido você para vir comentar também o que coloquei hoje no Facebook sobre a visão de um judeu ortodoxo de esquerda sobre a islamofobia. Aí há outra oportunidade para o Brasil sair na frente.

 

Um abraço

Meu caro Sérgio.

Penso que nenhum Estado moderno do planeta pode ser um Estado só, isolado, silente no mundo tão "globalizado" como o é nos nossos dias. Israel não só pode, como deve manter relações internacionais com o maior número de paises do mundo, inclusive com a Turquia. Um apelo ao governo de Ancara preserve a vida dos civis curdos, propondo-se a mediar um acordo não tem nada de comprometedor. Muito pelo contrário. O problema é que Israel não tem politica externa, como já observara Kissenger. Seus interesses flutuam de acordo com estreita politica interna do governo- que está no fundo de marcha forçada para transformar o país num Estado teocrático, modelo talibânico..

Eis ai uma gravissima lacuna de Israel que leva Eretz a se fechar em copas não se comunica no concerto das nações as suas aspirações, seus valores, seus principios, deixando aos seus mais ferrenhos inimigos atuais, como a frente islamo-esquerdista, um mix ideologico de sectarismo fundamentalista religioso de Maomé com materialismo ateu de Karl Marx,  desenvolver num vácuo internacional uma imagem maliciosa e perversa do Estado que proclama representar o povo judeu. Deu no que está dando, a deterioração das relações de Israel com o mundo que o cerca, estimulando o antissemitismo no planeta. Chacrinha, o genio brasileiro da comunicação de massa, já dizia quem não se comunica se estrumbica. 

O isolamento de Israel gera uma série de obstáculos para a atuação da rede diplomática. Aqui em Minas, além da batalha da inserção de Israel no Mercosul junto ao deputado presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, dep. Renato Azeredo (PSDB-MG), a Federação Israelita levou Aécio a Israel, ocasião na qual foram assinados importantes contratos comerciais, a ponto de se tornar necessario o estabelecimento de uma Camara de Comércio Minas/Israel. Com a comunidade evangélica estamos fazendo um intenso trabalho de aproximação a ponto de multiplicarmos o número de peregrinos, tendo inclusive realizado dois gospel em Jerusualem que entraram no calendario oficial do Min. doTurismo israelense....

Mas sabe qual o maior óbice ao esse trabalho? A burocracia estatal israelense....Maltrataram o embaixador brasileiro, desdenham autoridades estrangeiras, criam problema com pastores evangelicos, desde que pisam no aeroporto Ben Gurion, mostrando o seu desagrado com o não-judeu, o goy, em nome da segurança do pais, como se grosserias verbais e exigencias arrogantes e sem sentido fossem imprescindiveis para garantir a vida do cidadão israelense...

A prioridade de primeira grandeza, pois, para a Diáspora é convencer aos governos e governados israelenses a sair do isolamento internacional, COM DESTAQUE, EM FACE DO JUDEU DIASPÓRICO, num intenso e frutuoso diálogo igualitário, despido da arrogancia ingenua e sumamente nociva do israelense, para integrar e artcular o apoio ao Estado (não aos governos) de Israel. etc. etc.. 

Bem, não é nada fácil. Se o governo israelense não tem canais de comunicação com a propria população que governa, obrigando-a a fazer protestos de rua para ser ouvida, imagine-se ter que ouvir a tão desdenhada Diáspora...Em que pese tal dificuldade à vista, importa, e muito, que os 8 milhões de judeus da "Golá" comece movimento a favor do Diálogo Urgente com Israel.

Shalom,

Marx Golgher

Olá Marx, seus comentários são muito oportunos. Vou dar encaminhamento para pessoas que estão no canal certo...

 

Aproveito para um marketing egóico, que tem a ver com isso:

http://sergiostorch.com/artigos/cadeias-de-conhecimento-dutos-para-...

 

Um abraço

Sérgio

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